Moro foi o “garantidor dos métodos ocultos” na cooperação entre Lava Jato e EUA

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Ao longo do caso triplex, Moro taxou inúmeras vezes de "teoria da conspiração" as suspeitas de que a cooperação estava ocorrendo sem o devido acompanhamento da autoridade central brasileira, ou seja, à revelia da lei

Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – A defesa de Lula endereçou ao Superior Tribunal de Justiça nesta segunda (20) um mandado de segurança com 89 páginas, onde o ex-juiz Sergio Moro é acusado de “garantir dos métodos ocultos” praticados na “cooperação selvagem” entre a Lava Jato em Curitiba e as autoridades dos Estados Unidos.

Ao longo do caso triplex, Moro taxou inúmeras vezes de “teoria da conspiração” as suspeitas de que a cooperação estava ocorrendo sem o devido acompanhamento da autoridade central brasileira, ou seja, à revelia da lei.

Com essa desculpa, Moro impedia que os réus delatores da Lava Jato revelassem, durante as audiências, informações que pudessem desnudar a atuação ou os interesses dos Estados Unidos. Por tabela, também protegeu o colaboracionismo dos procuradores liderados por Deltan Dallagnol.

No documento enviado ao STJ, a defesa de Lula lembrou dos depoimentos censurados por Moro e elencou o nome de vários réus delatores que foram impedidos pelo ex-juiz de responder às questões envolvendo a cooperação internacional.

Entre eles, Augusto Mendonça, Eduardo Leite, Pedro Barusco, Nestor Cerveró, Alberto Youssef, Milton Pascowitch, Fernando Soares, Paulo Roberto Costa, Delcídio do Amaral e Dalton Avancini.

Em um dos casos, Paulo Roberto Costa chegou confirmar que existia o acordo entre ele e os Estados Unidos, firmado no Brasil, “o que induz a crer que tais registros foram comunicados e estão sob o domínio do DRCI [Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional]” do Ministério da Justiça.

A defesa de Lula pediu acesso às informações sobre cooperação internacional na Lava Jato à Pasta, que negou. Por isso, recorrerem agora ao STJ.

Na peça, os advogados dizem que, hoje, com as mensagens da Vaza Jato, está mais que provado que as suspeitam jamais se trataram de “teorias da conspiração”.

Leia o documento na íntegra:

mandado de segurança

Leia também:

https://jornalggn.com.br/politica/a-influencia-dos-eua-na-lava-jato-5-videos-para-entender-o-assunto/

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

6 Comentários

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  1. O que mais me dói é que ninguém vai pagar por nada de todos os absurdos colossais cometidos por essa trupe de sabotadores da nação que habitam em curitiba. E o pior é que assim fazendo a justiça brasileira, ou seja, não fazendo nada, abre-se o precedente pra que no futuro, quando tivermos um governo verdadeiramente do povo, se é que um dia ainda teremos, se repita tudo de novo com todas as atrocidades feitas contra Lula e o Pt. Porque se hoje temos de novo um militar mediocre na presidência é porque lá atrás ninguém pagou pelos crimes da ditadura. Ou alguém viu algum militar da ditadura ser preso depois dos vinte anos que passaram fazendo e desfazendo na presidência?

  2. Se o Poder Judiciário honra a sua missão, a sua existência e a Constituição Federal, a qual jurou seguir fielmente, respeitar e defender, então terá que provar defitivamente, sem justificativas estapafúrdias e acovardamento corporativista e cortar da própria carne punindo rigidamente todos juízes(as) , procuradores(as), delegados(as) e policiais da PF e toda sorte de criminosos envolvidos nessa farsa que se tornou a operação Lava Jato.

  3. Conge – agente fiel do Federal Bureau of Investigations do tio Sam fez bem o papel de surrupiar o laranjal como se fosse terra do réprobo topete!

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