Moro não tem competência para opinar no inquérito do laranjal do PSL

"Numa democracia plena, um ministro da Justiça não pode opinar ou interferir em inquéritos da Polícia Federal", diz Kennedy Alencar

Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – O jornalista Kennedy Alencar criticou duramente a atitude do ministro da Justiça Sergio Moro, que usou o Twitter, no domingo (6), para criticar o trabalho da Folha de S. Paulo e se impor sobre a Polícia Federal e o Ministério Público mineiro. Na rede social, Moro defendeu a honra de Jair Bolsonaro, depois que o jornal revelou que o presidente pode ter sido beneficiado no esquema conhecido como laranjal do PSL.

“Nnuma democracia plena, um ministro da Justiça não pode opinar ou interferir em inquéritos da Polícia Federal. Delegados têm autonomia para fazer suas investigações. O Ministério Público e o Judiciário avaliam conclusões de inquéritos e tomam as medidas que julgam cabíveis e necessárias. Alguém precisa explicar a Moro como a coisa funciona”, disparou o jornalista

Ainda segundo Kennedy, “Moro não tem competência legal para fazer manifestação de cunho jurídico sobre o caso. (…) Numa democracia, isso não é normal. Parece que o ministro da Justiça continua investido da toga de juiz federal e não aprendeu nada com os eventuais crimes e abusos de poder revelados pela Vaza Jato.”

“A Polícia Federal não é uma polícia de governo, mas de Estado. O ministro da Justiça comanda estrategicamente a PF ao nomear o seu diretor-geral em conjunto com o presidente da República. Pode fazer justificados e pontuais pedidos de investigação e determinar a política de segurança pública da pasta. Mas, repetindo, não pode se manifestar ou interferir em inquéritos como fez hoje no Twitter. A PF é a polícia judiciária no nível federal, como é a função da Polícia Civil no plano estadual.”

Redação

3 Comentários

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  1. O caro Colunista deve pensar estar vivendo em algum estado democrático de direito, onde, sabemos todos, tais princípios norteiam e balizam o comportamento dos ministros da justiça, mas, estamos sobrevivendo num estado de calamidade pública-pré-ditadura, em que a vontade dos (des)governantes vale mais do que qualquer legislação existente. Tal aberração – sinto, sabem as ostras – se dá por conivência e cumplicidade dos ministrecos ditos supremos que, de supremos só tem o excesso de vaidade e muita politicagem. Qualquer miliquento vale mais do que as leis e a sua aplicação. Não fosse assim, todos estariam presos a partir da primeira postagem do vazajato: no entanto…

  2. Estado Democrático de Faz de Conta…
    faz de conta que não temos um juiz de piso debatendo publicamente com um ministro da justiça

    o que aparentava ser, hoje é o mesmo que tem a oferecer, nadica de nada para o bem da Justiça

  3. Moro e Kennedy pensam que estão nos EUA.
    Lá, o ministro da justiça também é o procurador geral, cabendo a ele denunciar ou não o presidente, algo que nenhum fez, mesmo diante de descalabros como o de Nixon, Clinton e agora Trump.
    Lá, há ao menos instituições mais fortes, que apoiam o estado de direito e a imprensa, não costuma se acovardar diante dos fatos.
    Aqui, não passam de dois carecas brigando por um pente.

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