Moro participava de planejamento da Lava Jato com MPF e PF

Novo vazamento do Intercept, em parceria com Reinaldo Azevedo, mostra que o juiz era convidado casualmente para participar de reuniões da Lava Jato, intermediando interesses do MPF

Foto: Lula Marques

Jornal GGN – Novo vazamento contra a Lava Jato feito pelo Intercept Brasil em parceria com Reinaldo Azevedo, na noite desta segunda (15), mostra que Sergio Moro participava de reuniões de planejamento da operação com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal.

As reuniões eram agendadas com antecedência. Segundo Azevedo, juízes consultados pela reportagem disseram que esse tipo de encontro só seria “aceitável” em caráter de “emergência”, para, por exemplo, resolver algum imprevisto ou antecipar riscos de uma operação.

Leia também: Nova da #Vazajato: Deltan pediu R$ 38 mil em dinheiro público a Moro

Em um dos diálogos, Deltan Dallagnol atribuiu a Moro a responsabilidade de escolher o dia e horários mais apropriados para a reunião. A intenção do coordenador da força-tarefa do MPF era clara: a presença do então juiz deveria “evitar” que a PF visse alguma “imposição de agenda” por parte dos procuradores.

Em setembro de 2015, Deltan enviou no Telegram uma mensagem a Moro que dizia: “Caro, quando seria bom dia e hora para reunião com a PF sobre aquela questão das prioridades?”

O procurador deu a entender que o MPF e a PF discordavam sobre datas e os alvos das operações.

Moro rebateu: “Sem tempo para reuniões sem nesta e na próxima semana (…)”

Deltan voltou à carga, em outra data: “Caro juiz, seria possível no final da segunda para tratarmos de novas fases e, inclusive, capacidade operacional e data, considerando o recesso? Incluiria a PF também (…)”

Em 17 de outubro de 2015, Moro e Deltan discutem uma data “oportuna” para encontro. No dia 18, Moro decide o horário: “10h30”.

Em outra mensagem, Moro também avisa a Deltan que mandou prender “três da Odebrecht tentando não pisar em ovos. Receio reação negativa do Supremo”, comentou. O ex-juiz achou “conveniente” que Deltan acionasse a “PGR”. O procurador respondeu: “Show”.

A íntegra das conversas estará no blog de Reinaldo Azevedo.

Para o jornalista, é grave que procurador e juiz se reúnam para planejar fases da Lava Jato.

“Moro não era isento nem juiz imparcial. Ele era o verdadeiro coordenador da Lava Jato.”

Essa interação entre Moro e o MPF já estava provada desde as primeiras mensagens vazadas pelo Intercept. Mas “o que temos aqui agora é reunião com a PF também. Um juiz que hierarquizou de tal maneira a investigação, misturando seu papel com o MPF, que as reuniões eram marcadas com a sua presença.”

“Reunião para planejar fases da operação, para decidir o futuro da operação, aí é preciso rasgar o Código Penal, a Constituição e a declaração universal dos direitos humanos, que garantem julgamentos independente com juiz imparcial.”

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Redação

7 Comentários

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  1. o juiz cioso da “lei para todos” tinha medo de melindrar simpatizantes e os livrava de serem investigados. Este mesmo juiz que não queria “pisar em ovos”, algo estranho para alguém que estivesse cumprindo a missão que era esperado que a fizesse. Investigar o porque destes três presos da Odebrecht serem fato importante para os lavajatistas e talvez inviabilizado pelo STF seria bom, para entendermos a ilegalidade ou interesses espúrios da gangue lavajatista

  2. Embraer, petróleo, base de Alcântara, água,….e destruíram as concorrentes de empresas e interesses americanos: empreiteiras, indústria de defesa…..e vão destruir : bancos públicos, educação, previdência,…..e com o Sérgio Moro Fleury perseguindo Gleen em seu trabalho de jornalista investigativo. ..

    Os personagens aí sao marionetes do DOJ e de outros gestores americanos de olho nas nossas riquezas, o que só seria possível com a prisão de Lula e com a destruição da nossa economia e da nosso país como nação soberana…

  3. E talvez esteja de férias para participar do planejamento de suposto depoimento de suposto hacker, conforme revelado pela suposta – ops, brincadeirinha – jornalista Monica Bergamo, do qual a suposta PF estaria, supostamente, planejando a suposta prisão. Hahahahahahaha.
    Suposições para o suposto fato da prisão do suposto hacker:
    1 – que esse hacker seja alguém, assim como os delatores, com rabo preso com a PF ou com o rábula, que tenha conhecimentos de vazamentos e seja municiado com informações da espionagem USamericana para atacar o The Intercept Brasil e o Glenn – é bom lembrar que a TV Recordiabólica já ameaçou jornalistas do site quando denunciada, e só voltou atrás depois de um artigo de Glenn a desafiando a fazê-lo. O rábula não está sozinho nisso, sabemos, e contará com o apoio da maior máquina de mentiras, terrorismo, manipulação de informação e intimidação do mundo, o Deep State dos USA, com ajuda de seus comparsas no Reino Unido e em Israel. Vem coisa pesada por aí mas Glenn já os enfrentou uma vez, e não o faria novamente se não tivesse como derrotá-los. Contem com metade de um país e o resto do mundo civilizado nessa cruzada, Glenn e jornalistas associados.
    2 – que a encenação do suposto hacker seja, como nas delações, apenas uma cortina de fumaça para desviar a atenção das denúncias reais e permita, como na prisão da PF nas universidades públicas, a intimidação espetaculosa dos jornalistas do The Intercept Brasil por qualquer bobagem não explicada mas bem fabricada. Um escândalo se abafa com outro escândalo, deve ter ensinado a Globélica ao seu aprendiz de trambiqueiro – o descanso de imagem do rábula, como estratégia de media training adaptada dos canastrões novelísticos, que sumiu dos holofotes e das perguntas inconvenientes, e das audiências públicas, também deve ter vindo de algum serviçal da organização crimediática do jardim lodânico, com ou sem participação dos órgãos de controle também não incomodados por ninguém para explicar como não viram nada de errado nas 55 denúncias feitas contra o rábula, e arquivadas, supostamente.
    A rede mafiosa chefiada pelo rábula precisa ser exposta em sua inteira falta de integridade, do contrário, as denúncias se tornarão apenas fofoca do dia anterior, que acabam sendo, com um bom relações públicas, usadas em favor do alvo do escândalo – coisa que brasileiro gosta é de uma baixaria… e de transformar gente vazia e polêmica em celebridade. Não somos um país sério, é a conclusão que se confirma diariamente. E precisamos lidar com essa barreira cultural para fazer valer as denúncias pelo que são, provas de um esquema criminoso intra e interinstitucional diante do qual o que se fez na Petrobras é brincadeira de crianças.
    Tem alguém cobrindo as férias do rábula, vendo onde e com quem ele anda falando? Botem um detetive na cola dele, que continua livre tanto cometendo novos supostos delitos quanto apagando provas de sua suspeição – sorte deste fdp ser brasileiro; por muito menos, Assange está preso há 3 meses e Lula há mais de ano. Essa a verdadeira disputa, não é no Brasil, mas entre o que resta do país e os falcões abutres dos USA, a quem o rábula serve como um rato sem nenhum escrúpulo nem nada a perder. Ai, que raiva dessa terra que nasceu para ser colônia… foi uma praga de algum nobre europeu como nos contos de fada? o que fazer para tirar esse país deste feitiço de subalternidade eterna?

    Sampa/SP, 15/07/2019 – 21:13

  4. Visto que ninguém ainda se mexeu para acabar com a liberdade desses delinquentes e promover a liberdade imediata de Lula,parece que o regime aguarda uma reação violenta de alguém farto de tanta podridão.
    Assim justificando um posterior endurecimento e o chamado para os EXECUTORES DO GOLPE ,OS FARDADOS,virem ao primer plano ,a praticara sua política de “direitos humanos” a que eles são tão afetos.

  5. Lembrete trágico: Isto anula todas as condenações fajutas da lavajato e dá direito ao LULA e às empreiteiras a devolução da multas fajutas e a indenizações vultuosas.
    LULA abrirá mão da indenização por certo.
    Quanto isto custará ao estado? Boa parte do 1 tri que foi roubado dos pobres será desperdiçada.
    A globo arcará com sua cota do desastre? que tal uma multa compensatória de 50 bi? Seu silencio cúmplice e sonoro já é uma confissão de crime.

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