Moro volta atrás e permite que Glaucos busque provas em ação contra Lula

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Reprodução

Jornal GGN – De volta das férias, o juiz Sergio Moro decidiu, no último dia 16, rever a decisão que proibiu Glaucos da Costamarques de buscar imagens das câmeras de segurança do Sírio Libanês que possam identificar a entrada, mesmo que sem registro, do advogado e compadre de Lula, Roberto Teixeira.

Glaucos sustenta que, entre 2011 e 2015, não recebeu os valores correspondentes ao aluguel de um apartamento vizinho ao do ex-presidente. A Lava Jato afirma que Lula não pagava porque recebeu o imóvel como propina da Odebrecht. Contra essa versão dos fatos existe declarações de imposto de renda, recibos do aluguel e a admissão, por parte de Glaucos, que comprou o apartamento com recursos próprios e lícitos. 

Mas a defesa de Glaucos acha que pode a eventual imagem de entrada de Roberto Teixeira no Sírio Libanês provará que o advogado tratou ali no hospital do início do pagamento do aluguel, no final de 2015.

Moro havia indeferido o pedido, mas voltou atrás depois que a defesa de Glaucos assumiu a responsabilidade por fazer a prova e acolher as despesas decorrentes dessa diligência.

“(…) muito embora pareça-me improvável que a Defesa logre realizar a identificação pretendida, defiro o acesso pela Defesa de Glaucos da Costamarques dos vídeos eventualmente mantidos quanto à gravações de acesso ao Hospital Sírio Libanês ou ao apartamento ali ocupado por Glaucos da Costamarques entre 23/11/2015 a 29/12/2015”, disse Moro.

“Caberá à própria Defesa de Glaucos da Costamarques obter as cópias ou o acesso a esses vídeos diretamente junto ao Hospital Sírio Libanês. Caberá à Defesa procurar diretamente o Hospital. Quaisquer custos correrão por conta da Defesa e poderão ser cobrados dela diretamente pelo hospital. Concedo à Defesa o prazo de 15 dias para proceder a tal exame, devendo informar o resultado a este Juízo.”

Curiosamente, Moro não insistiu na tese de que a prova, no mérito, é irrelegante. Apesar de poder provar que parte do Glaucos diz é verdadeiro – no caso, atesta apenas que Roberto Teixeira o visitou -, as imagens não serão capaz de revelar o conteúdo de qualquer conversa que tenha ocorrido entre ambos.

Moro fez esse mesmo raciocínio para negar outro pedido da defesa de Glaucos: quebra de sigilo telefônico para provar que ele teve contato com José Carlos Bumlai e Roberto Teixeira, há quase 5 anos. Com as ligações, Glaucos quer provar outra parte de sua defesa: a de que devolveu a Roberto Teixeira, a pedido de Bumlai, parte do lucro que obteve na compra e revenda de um imóvel que a Odebrecht ofereceu ao Instituto Lula. 

“(…) a eventual identificação das ligações nada diria a respeito de seu conteúdo. Ilustrativamente, da eventual identificação de ligações com José Carlos Bumlai e com Roberto Teixeira não decorreria conclusão de que o assunto seria a afirmada devolução do dinheiro”, disse Moro.
 
Nesta ação penal, Lula é acusado de receber vantagem indevida da Odebrecht por meio da locação do apartamento de Glaucos e com a compra de um imóvel em SP que nunca foi ocupado pelo Instituto Lula.
 
A Lava Jato diz que os benefícios foram contrapartida a 8 contratos que a empreiteira tinha com a Petrobras.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

19 Comentários

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      1. Tacla está à disposição

        A acusação (que estapafurdiamente inclui o juiz) é que não quer se apresentar nem ouví-lo em campo neutro, e não sujeito à prisões discricionárias sem provas ou “julgamento”.

        Como deve ser.

      2. Você é desinformado

        ou um canalha mentiroso

         

         

         

        Lava Jato se recusa a explicar por que não interrogou Tacla Duran na Espanha

        O Jornal de todos Brasis

        Lava Jato se recusa a explicar por que não interrogou Tacla Duran na Espanha6.1K SEG, 08/01/2018 – 14:59ATUALIZADO EM 09/01/2018 – 10:48Estava marcada para 4 de dezembro de 2017 a audiência entre os procuradores de Curitiba e Rodrigo Tacla Duran – o advogado que acusou amigo pessoal de Sergio Moro de cobrar propina para ajudar numa delação. Procurada pelo GGN, a força-tarefa não quis comentar  Jornal GGN – A força-tarefa da Lava Jato não quer explicar porquê desistiu de ir à Espanha para colher o depoimento de Rodrigo Tacla Duran, o ex-advogado da Odebrecht que ganhou os holofotes da mídia após revelar um suposto esquema de propina envolvendo a indústria da delação premiada em Curitiba. Em dezembro de 2017, Tacla Duran revelou à defesa de Lula que uma audiência na Espanha estava agendada para o dia 4 daquele mês, com a presença confirmada de 3 procuradores de Curitiba – entre eles, Roberson Pozzobon e Orlando Martello. Mas nenhum dos membros da força-tarefa compareceu ao compromisso solicitado às autoridades espanholas pela própria Lava Jato. Na última sexta (5), o GGN entrou em contato com a assessoria de imprensa do Ministério Público Federal no Paraná e solicitou aos procuradores que explicassem o motivo da desistência e informassem se há previsão de quando Duran será ouvido na ação penal em que é acusado de lavagem de dinheiro. Nesta segunda (8), a resposta obtida foi: “Sobre seu pedido, a força-tarefa Lava Jato não irá se manifestar.”  O encontro entre Duran e os procuradores de Curitiba, na Espanha, deveria ter ocorrido menos de uma semana após seu depoimento à CPMI da JBS. No dia 30 de novembro de 2017, o advogado confirmou aos parlamentares as acusações que fez contra o amigo pessoal do juiz Sergio Moro, Carlos Zucolotto. Segundo Duran, Zucolotto cobrou pagamento “por fora” para “melhorar” seu acordo de delação premiada com os procuradores de Curitiba. Zucolotto, que teria dito que parte do caixa 2 seria destinado a pagar os envolvidos na operação, prometeu também colocar “DD” no circuito. A proposta principal era a de reduzir a multa imposta a Duran (cerca de 15 milhões de dólares) em um terço, entre outros benefícios que, coincidentemente, acabaram contemplados na minuta do acordo que os procuradores enviaram ao réu.  O GGN divulgou com exclusividade o e-mail enviado por Roberson Pozzobon, com cópia aos procuradores Julio Carlos Motta Noronha e Carlos Fernando dos Santos Lima, à defesa de Duran. Veja mais aqui Pelos relatos de Duran, as tratativas em torno da delação acabaram frustradas e ele refugiou-se na Espanha. A Lava Jato apostou num processo de extradição que acabou igualmente fracassado. Moro, por sua vez, continua julgando Duran no Brasil, no âmbito da ação penal 5019961-43.2017.4.04.7000. As mensagens que supostamente comprovam a participação de Zucolotto na negociação suspeita com os procuradores foram periciadas e entregue à CPMI. Tacla Duran também disse à comissão parlamentar que os sistemas da Odebrecht de onde os procuradores extraem materiais para usar como provas foram manipuladores no decorrer da Lava Jato, comprometendo a legitimidade do conteúdo. “DESFAÇATEZ” A defesa de Lula já solicitou 3 vezes a Moro que incluísse Duran no rol de testemunhas que podem ajudar na ação penal em que o petista é acusado de receber vantagem indevida da Odebrecht. Mas o juiz de Curitiba se nega a dar crédito à palavra de Duran e rejeitou os pedidos. Em uma das negativas, chegou a dizer que não sabe do paradeiro de Duran. Na conversa com o advogado Cristiano Zanin, Duran apontou que essa postura de Moro era uma desfaçatez, já que o próprio juiz escreveu o endereço na Espanha quando determinou o iniciou do processo de cooperação jurídica internacional. Leia mais aqui. CONTRA-ATAQUE No mesmo dia em que a defesa de Lula revelou a conversa com Duran (16/12/2017), os procuradores de Curitiba protocolaram mais uma denúncia contra o ex-advogado da Odebrecht. Veja aquiTranscrição de parte da conversa entre Rodrigo Tacla Duran e a defesa de Lula, em 12/12/2017 O GGN, em parceria com o DCM, produziu uma série sobre a indústria da delação premiada. Clique aqui para ler as reportagens já divulgadas. 

      3. Apresentar-se a que justiça?

        Apresentar-se a que justiça? Não existe justiça brasileira, você deveria saber… O que existe é um bando de criminosos fantasiados e Duran faz muito bem de não aceitar ordens de criminosos

  1. Barata tonta

    O glaucos prometeu uma delação para livrar ele e os filhos. Té enrrascado, e parece que o moro também, por que quer tirar o glaucus de qualquer problema ou empurrar com a barriga.

    Tontos.

     

  2. Tem que procurar mesmo, por

    Tem que procurar mesmo, por que até agora não achou nada, será “desmorolizante” ter que confeccionar outra sentença exdruxula que entraria novamente para os “anais” da História juridica desse país…….

  3. Mais uma prova de que os criminosos usam toga, colete e paletó.

    Surpresa seria se o torquemada das araucárias negasse ao delator que pretende incriminar o Ex-Presidente Lula a possibilidade de produzir/forjar/fabricar ou fraudar uma “prova” em consonância com a sentença (condenatória) já escrita, mas que, como a excretada em 12 de julho passado (não por acaso publicada um dia após a degola da CLT e supressão dos direitos dos trablhadores no Senado Federal), carece de fundamentos e PROVAS. o desespero de sérgio moro e comparsas lavajateiros é que, agora desmascarados, desnudados e com as entranhas pútridas e fétidas expostas à luz solar, não podem mais defecar uma sentença condenatória contra o Ex-Presidente Lula sem que uma prova robusta a embase.

    Esse Glaucos Dacostamarques, instado pelos criminosso lavajateiros, vai cortar um rebolado, para tentar obter alguma prova do que os procuradores e juiz lavajateiros lhe ordenaram dizer em depoimentos. As diversas e insanáveis contradições (foram pelo menos 4 versões diferentes de Glaucos, TODAS desmentidas por provas materiais e documentais apresentadas pela defesa de Lula) nos depoimentos de Glaucos Dacostamarques, assim como a movimentação milionária feita nas contas dele, com depósitos e retiradas de altos valores de numerário por parte dos filhos desse engenheiro idoso, mostram que, para não incriminar os filhos e ser trancado numa prisão, Glaucos está sucumbindo às coações, chantagens, ameaças e torturas psicológicas que há tempos lhe fazem os integrantes da ORCRIM lavajateira. Essa última tentativa revela o desespero dos criminosos lavajateiros (de Glaucos e filhos) em encontrar um álibi para fundamentar uma 2ª condenação contra o Ex-Presidente Lula. 

  4. Penso que o verbo usado na

    Penso que o verbo usado na chamada da matéria não é PERMITIR, mas sim INTIMAR.

    “Moro volta atrás e INTIMA Glaucos que busque provas em ação contra Lula”, de preferência antes do dia 24/01.

  5. Quer dizer que uma imagem

    Quer dizer que uma imagem prova “alguma coisa” que se tem em mente, é ??? Então a imagem de moro junto a aécio, temer e toda quadrilha prova o que ????

  6. Me parece uma armação

    Como  para Moro basta a insinuação. A sua permissão ou intimação ou armação é apenas para deixar a questão no ar.

    Apenas mais uma forma de criar a possibilidade, jogar a dúvida. Pois é apenas nisto que reside sua sentença. A prova nunca foi uma questão para Moro. Aliás, se não fosse assim não haveria sequer acusação. Imagens que não provam nada, se existirem, ou se forem forjadas a tempo, serão sem dúvida uteis nas justificativas de Moro.

    Moro e juizes querem apenas justificativas midiáticas para cometer o desatino Assim o mero anuncio da defesa de que conseguiu imagens, na vespera ou no dia 24, cumprirá seu papel na mídia, mesmo que no dia 25 sejam negadas. Quem sabe Gebran, usará esta noticia ao ler sua sentença.

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