Morre o compositor e regente Pierre Boulez

Regeu um “Anel dos Nibelungos” inesquecível em Bayreuth, em 1976, o qual foi filmado em vídeo em 1980. E fez um belíssimo concerto, disponível em DVD, combinando Wagner e Lizst.

Do jornal português Público:

Morreu Pierre Boulez, o músico absolutamente moderno

Dirigia sem batuta. Dizia que não precisava porque os dedos das mãos correspondiam a dez batutas. A originalidade de dirigir com as mãos, referida nos obituários, serve para ilustrar a vida do compositor francês Pierre Boulez, intensamente dedicada a encontrar um novo lugar para a música erudita contemporânea. 

O compositor e maestro francês Pierre Boulez morreu na terça-feira à noite aos 90 anos. Boulez morreu em Baden-Baden, na Alemanha, onde vivia.

A sua morte foi anunciada nesta quarta-feira pela família através de um comunicado divulgado pela Philharmonie de Paris, a nova casa musical de Paris em cuja abertura esteve envolvido: “Para todos aqueles que lhe foram próximos e que puderam apreciar a sua energia criativa, a sua exigência artística, a sua disponibilidade e generosidade, a sua presença permanecerá viva e intensa.”

No ano passado, quando fez 90 anos, a Cité de la Musique, em Paris, dedicou-lhe uma exposição simplesmente intitulada Pierre Boulez, que traçava a biografia deste nome fundamental da cena musical da segunda metade do século XX. Foi na Cité de la Musique, aliás, que Boulez fundou, nos anos 1970, o Ensemble Intercontemporain, uma referência da música de vanguarda. Nessa altura, criou também, para o Centro Pompidou, o IRCAM (Instituto de Pesquisa e Coordenação de Música e Acústica), também especialmente dedicado à criação musical erudita contemporânea.

“Pierre Boulez não deixou de compor, de pensar a música e de trabalhar para a sua inscrição na cidade e na vida quotidiana”, notava a Cité de la Musique no anúncio da exposição de aniversário.

A sua vida foi dedicada à difusão da música contemporânea, à evolução do seu público e da criação, escreve-se no site do Serviço de Música da Fundação Gulbenkian. Boulez era uma visita frequente em Portugal, especialmente na Gulbenkian, onde esteve cinco vezes com o Ensemble Intercontemporain. Mas dirigiu também no Porto, em 2001, a Orquestra de Paris e o (seu) Ensemble Intercontemporain no concerto que abriu o Ciclo Grandes Orquestras da Capital Europeia da Cultura – e onde interpretou obras de Schönberg e Béla Bartók. Nesse ano, Jorge Sampaio, então Presidente da República, entregou-lhe a Grã-Cruz da Ordem de Santiago.

(Continua aqui.)

Redação

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