Morte da menina Ágatha: PM diz que foi atacada e revidou com tiros

Segundo PM, policiais "foram atacados de várias localidades da comunidade de forma simultânea" e, por isso, revidaram com tiros. Um deles pegou a menina de 8 anos pelas costas

Jornal GGN – Agência Brasil publicou por volta das 10h deste sábado (21) uma matéria confirmando a morte da menina Ágatha Félix, que foi vítima de um tiro de fuzil nas costas, numa comunidade no Rio de Janeiro. Ela estava dentro de uma kombi quando os policiais abriram fogo contra uma suposta moto em fuga. A criança chegou a ser levada para o hospital, mas não resistiu.

Em nota, a Polícia Militar informou que na noite do evento, equipe da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) que estavam na esquina da Rua Antônio Austragésilo com a Rua Nossa Senhora, “foram atacadas de várias localidades da comunidade de forma simultânea. Os policiais revidaram à agressão.” Um dos tiros pegou em Ágatha.

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Da Agência Brasil

Menina de 8 anos morre vítima de bala perdida no Complexo do Alemão

Uma menina de 8 anos de idade morreu baleada ontem à noite (20) com um tiro nas costas, quando estava dentro de uma kombi na comunidade da Fazendinha, Complexo do Alemão, zona norte do Rio, acompanhada da avó.

A menina Ágatha Félix foi levada às pressas para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu ao ferimento. De acordo com relatos de moradores pelas redes sociais, o tiro teria sido disparado por militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), que atiraram contra ocupantes de uma motocicleta em fuga.

Os moradores da Fazendinha, no Complexo do Alemão, fazem uma manifestação na comunidade, em protesto contra as mortes ocorridas recentemente na região. Em maio, o professor de jiu-jitsu Jean Rodrigues da Silva Aldrovande também foi vítima de uma bala perdida.

Uma das mães que estava na praça ontem à noite, mas que não quis se identificar, criticou a forma como a polícia age na comunidade. “Não é de qualquer jeito que se entra na comunidade. A rua estava lotada. Do nada se ouviu uma rajada. Todos que estavam nas ruas saíram correndo e se esconderam. A dor da mãe da Ágatha é a mãe de todos nós do Alemão”.

Outra mãe, que se identificou como Daiana, disse que tem um filho de 9 anos e reivindicou mais políticas públicas para a região. “Eu estou com a minha voz embargada. Aqui tem pessoas que tem sonhos e essa criança teve o sonho interrompido. Cadê o esporte? As ações sociais? O governo tem meios de fazer alguma coisa por nós. É uma voz pequena que pede socorro”.

Polícia
Em nota, a Polícia Militar informou que, por volta das 22h desta sexta-feira, (20), equipes policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Fazendinha, que estavam baseadas na esquina da Rua Antônio Austragésilo com a Rua Nossa Senhora, foram atacadas de várias localidades da comunidade de forma simultânea. Os policiais revidaram à agressão.

A nota diz que após o confronto, não foram encontrado feridos na varredura do local. “Na sequência, os policiais foram informados por populares que um morador teria sido ferido na localidade conhecida como Estofador”.

Uma equipe da UPP se deslocou até o Hospital Getúlio Vargas e confirmou a entrada de uma criança de 8 anos ferida por disparo de arma de fogo.

A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) vai abrir uma apuração para verificar todas as circunstâncias da ação.

 

Redação

10 Comentários

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  1. É este tipo de colocação que o “projeto da matança” quer deixar permitido. Basta justificar um barulho de escapamento e se normaliza mais um assassinato cometido pelo estado.

  2. E estavam lá fazendo o quê? Perseguindo bandidinhos de merda? Pobres coitados levados a eventuais crimes até por culpa desse contexto carioca de ter um governador assassino? E cadê a população do Rio de Janeiro que ainda não foi pra rua, em massa, aos milhões, exigindo a prisão desses policiais assassinos que, se são às vezes agredidos é porque agrediram primeiro, é porque suas vidas idiotas são de agressão a favelados…enquanto a impunidade campeia solta do palácio do governo……na assembléia, na câmara, na prefeitura…….vão lá prender político bandido, seus filhos da puta…..parem de perseguir favelados……..e ficamos aqui, muito longe, infelizmente, só torcendo para que vocês, fardados estrumes e seu chefe governador assassino se tornem cada vez mais alvos…….e que morram à mingua, vocês e seus filhos, seus netos, como fazem com filhos e netos de pobres coitados.

  3. Revoltante…
    principalmente para os que sabem que toda a área do Alemão, vista da gruta do China de Ramos, passou a ser dominada por milicianos que não morrem nunca, porque nunca foram os alvos das operações

    segundo informações de moradores, foi daí que a matança de inocentes começou

    alguém já ouviu falar da morte de um miliciano nestes locais?

  4. Qual foi o perito criminal que atestou com veracidade que a bala que matou a menina foi disparada da arma de um policial? Houve perícia no corpo da menina, na arma que foi usada no disparo e no projétil que atingiu a menina? No artigo é visto que moradores do lugar afirmaram que o disparo que matou a menina partiu da polícia militar, então quer dizer que afirmações feitas em redes sociais por meros moradores são válidas pra determinar de onde partiu o tiro que matou a menina?! POXA!!! A que nível de “justiça” estamos chegando, né?! A palavra de alguns moradores é mais certa do que uma perícia criminal…

    1. Cristielson
      tudo leva a crer que foi suicídio.
      Sabe como é, menina preta, da favela, criminosa de nascença, quando viu os tiras se apavorou, entrou na kombi e deu um tiro de escopeta nas próprias costas.
      Você observa que o laudo pericial não fez menção à origem da bala, o que fortalece a versão de suicídio.
      A polícia, como o próprio nome diz, é pacificadora e como tal, a exemplo da polícia britânica, anda desarmada e, portanto, não atentaria contra a vida de crianças da comunidade.

  5. Sou leitor assíduo de Luis Nassif, e sou daqueles que concordo com grande parte de suas análises e críticas, aprendo muito com ele, mas a última frase é lamentável: “Índio não quer apito: quer apenas a oportunidade de um olhar embevecido no grande Deus loiro”. É a reiteração de uma visão de subserviência da população indígena quando na verdade o subserviente é exatamente um homem branco dos olhos claros. Realmente lamentável. O colunista devia se preocupar com mais com as questão racial brasileira, assim, seguramente, não veremos mais estes deslizes.

  6. Boa crítica. Mas…. sou leitor assíduo de Luis Nassif, e sou daqueles que concordo com grande parte de suas análises e críticas, aprendo muito com ele, mas a última frase é lamentável: “Índio não quer apito: quer apenas a oportunidade de um olhar embevecido no grande Deus loiro”. É a reiteração de uma visão de subserviência da população indígena quando na verdade o subserviente é exatamente um homem branco dos olhos claros. Realmente lamentável. O colunista devia se preocupar com mais com as questão racial brasileira, assim, seguramente, não veremos mais estes deslizes.

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