Ontem foi a vez da gestão de JH fazer o que mais sabe: causar prejuízos físicos, materiais e espirituais ao povo soteropolitano. Ao ajudar a reprimir barraqueiros pobres e mandar reprimir manifestantes indignados com as denúncias de corrupção que pesam sobre o seu governo JH mostra a sua face. A demolição das barracas de praia deixando milhares de barraqueiros e seus familiares ao léu reflete um grau de compromisso com a vida dos cidadãos que é de amargar, sobretudo quando vem de um prefeito. Ao invés de criar as alternativas para a melhoria da qualidade ambiental da orla e melhoria da qualidade de vida dos barraqueiros, a opção preferencial foi pelos ricos, pelos projetos de alvenaria na areia da praia, projetos de cervejarias, projetos sem preocupação com a limpeza da praia.
Há anos constatamos que Salvador é uma cidade que não dialoga mais consigo própria, como fez com alta intensidade sobretudo nas décadas de 1940, 1950, quando sediou movimentos que articulavam projetos de desenvolvimento urbano e cultural elaborados por um corpo de técnicos e humanistas de alta expressão.
A ditadura produziu uma ruptura naquele processo de gestão e transformação cultural do Brasil e da Bahia. Aquela história foi para a lata de lixo da história, como disse o crítico de cinema Jean-Claude Bernadet referindo-se ao filme “Cabra Marcado para Morrer”, que faz a ponte com o passado retomando-o. É o que precisamos fazer na Bahia. A ponte com as energias mais pedorosas que presidiram nesta cidade naquela época, afinal, somos contemporâneos dos milênios. Aquela energia precisa ser retomada.
Sem saudosismos e sem ilusões. Uma das chaves para a força daqueles movimentos era a articulação entre eles. As Escolas de Belas Artes, Teatro, Dança e Música trabalhavam em sintonia na montagem de espetáculos, como A Ópera dos três vinténs, de Brecht montada no Teatro Castro Alves sendo recuperado do incêndio. Havia uma sinergia cultural entre os inquietos jovens que atuavam no jornalismo, nas artes, na política, sinergia que foi para o espaço depois da ditadura, quando o mercantilismo foi adotado como política cultural, sobretudo com os sucessivos governos de acm.
Uma cidade melhor para todos.
JH está na contramão desta busca. Ele é o desprefeito, como disse Antonio Risério. JH tenta interceptar essa busca e, ao mesmo tempo, faz crescer a distância do que temos com a cdade que queremos. A ecessidade é por uma cidade melhor. JH tem conduzido projetos desumanos, presididos pelos numerários. e dividendos.
Favorecer a expansão do capital imobiliário e reprimir barraqueiros, cidadãos indignados, deixar a prefeitura sem as condições adequadas de prestação dos serviços sociais e de saúde, deixando também ao léu a maioria que mais precisa desses serviços é a cara desse governo. Felizmente existe o recurso do impeachment que foi usado em benefício do país quando se abreviou o governo Collor. JH merece o mesmo .
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