MST assina primeiro contrato de alimento orgânico com prefeitura de São Paulo

http://www.mst.org.br/MST-assina-primeiro-contrato-de-comercio-de-alimentos-com-prefeitura-de-Sao-Paulo

“As crianças das escolas municipais da cidade de São Paulo passam agora a ser beneficiadas com os alimentos produzidos nos assentamentos da Reforma Agrária. 

Nesta quinta-feira (3), a prefeitura assinou o primeiro contrato de comércio de alimentos agroecológicos com cooperativas do MST, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

Serão entregues 930 toneladas de arroz orgânico produzidos pela Cooperativa dos Trabalhadores dos Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), do Rio Grande do Sul, ao valor de R$2,4 milhões, beneficiando 1400 famílias da região.

Para Nelson Krupinski, da coordenação da Cootap, essa é mais uma prova das potencialidades da Reforma Agrária, além de também permitir desenvolver ainda mais os assentamentos.

“Essas parcerias permitem criar um cenário e estabelecer metas mais palpáveis de produção. Nos dá segurança de que pode continuar a produção orgânica, desenvolve os assentamentos e fortalece a agricultura familiar”, destaca.

Para o assentado, a satisfação é ainda maior pelo destino que terá todo o esforço da produção das famílias. “São crianças que irão comer esses alimentos sem agrotóxicos, um público que de fato precisa, o que nos dá ainda mais alegria”.

Serão benefiados 260 mil alunos da Educação Infantil da Rede Municipal, sendo que o objetivo é ampliar cada vez mais esse número.

Erika Fisher, do Departamento de Alimentação Escolar da Prefeitura, diz ser fundamental que as crianças tenham uma alimentação saudável, já que isso repercutirá para resto de suas vidas.  

No entanto, a maior missão do departamento, de acordo com Erika, é levar a discussão até as salas de aula e debater a cadeia produtiva dos alimentos.

“O que significa consumir da agricultura familiar, quais são os impactos sócio-econômicos nessas famílias, e o que é ter uma alimentação saudável”, exemplifica. “É garantir uma estampa de um novo valor a partir do gênero alimentício consumido”.

Programas como esse possibilita, segundo Nelson, repensar qual o modelo de produção de alimentos que se pretende para o povo brasileiro, e o “Estado tem essa responsabilidade de oferecer alimentos saudáveis à população, ainda mais se tratando de crianças”.  

“Isso é a prova de que é possível produzir orgânico, que não é caro, e que não é necessário recorrer ao modelo convencional defendido pelo agronegócio, com enormes utilizações de agrotóxicos”, acredita.

Já estão previstos novos contratos de outros alimentos, como feijão, para serem fechados entre a prefeitura de São Paulo e cooperativas do MST.”

 

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador