Multis revisam política de expatriação

 Multinacionais de todo mundo devem rever suas políticas de expatriação nos próximos seis meses. Mesmo sendo uma área estratégica, as empresas encontram dificuldades em reduzir os custos da área.

O dado é de levantamento realizado pela Ernst & Young, que consultou 250 companhias a respeito do assunto. Em torno de 55% delas pretendem revisar suas ações de mobilidade global dos executivos nos próximos seis meses. Quase 60% já fizeram essas revisões no último ano.

“As companhias revisam suas política de expatriação constantemente. As lições aprendidas podem ser utilizadas para o planejamento futuro”, ensina Tatiana da Ponte, sócia-líder da área de Human Capital da Ernst & Young Terco.

Nos últimos 12 meses as companhias estão se mostrando mais atentas aos riscos financeiros ou de reputação que podem surgir a reboque da mobilidade global. De acordo com a pesquisa, um dos problemas apontados pelas empresas foi o pacote de benefícios que os colaboradores recebem quando vão trabalhar em outro país. Do total, 67% afirmaram que, neste quesito, a expectativa do profissional não é atingida. Em 2009, esse índice era de 56%.

A política de expatriação continua sendo importante para as companhias. Mas elas têm encontrado dificuldade na hora de reduzir custos na área. Em 2009, por exemplo, 81% das empresas informaram que reduziriam os gastos do departamento. No entanto, a pesquisa de 2010 mostrou que apenas 57% delas realmente reportaram uma redução nos gastos da área de mobilidade global.

Outro ponto a ser melhorado é a relação do departamento de RH na seleção dos candidatos que concorrem a uma vaga no exterior: somente 14% dos encarregados de cuidar da área de expatriação nos departamentos de RH estão envolvidos nessa escolha.

Em relação à repatriação dos profissionais que trabalharam durante algum tempo em outros países, somente 22% das companhias consideraram bom o processo de repatriação. É um sinal de alerta, até porque para 45% das empresas o processo é tido como insatisfatório. “As empresas têm que cuidar muito bem desses funcionários que estão alocados em outro país, pois, se eles voltam antes do prazo estipulado, a companhia pode ter uma perda considerável no retorno do dinheiro investido e o funcionário pode ficar insatisfeito”, completa Silvana Brock,  gerente sênior de Human Capital da Ernst & Young Terco. A América do Sul e a África foram os locais que apresentaram o menor número de funcionários que voltaram antes do período combinado.

A pesquisa também mostra que 38% dos repatriados voltam para um novo cargo dentro da empresa. Já 23% dos funcionários mudam novamente de país durante os dois primeiros anos de repatriação. E 12% deles deixam a companhia, o que acarreta em uma perda considerável de investimento e de conhecimento para a empresa, já que esse funcionário poderia agregar valor em sua área de trabalho.

As companhias pesquisadas informaram mudanças na hora de eleger qual é a principal fase no processo de seleção a uma vaga no exterior. Em 2009, as empresas focavam na preparação (55%) e na seleção de candidatos (36%). Já em 2010, houve um mix de visões: preparação (26%), seleção dos candidatos (24%) e a candidatura por si só (27%).

 

 

Redação

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