Músicos Fazem do Metrô de Nova Iorque Sua Sala de Concerto

VoaNews

O sistema de metrô de Nova York é um dos maiores do mundo, transporta cerca de oito milhões e meio de pessoas pela cidade por semana. Os passageiros tem mais do que transporte abaixo das ruas; no meio da poeira, da sujeira e do chiado dos trens, também há música. O sistema de metrô é como uma sala de concertos gratuitos, oferecendo quase todo tipo de música, desde o kora do Oeste Africano, bluegrass americano, até bandas de instrumentos de cordas vietnamitas e de mariachis mexicanos.

Você nunca sabe o que vai encontrar, depende particularmente do dia da semana e da estação. Em uma plataforma da Pennsylvania Station, numa tarde recente, Rawl Mitchell, um imigrante de Trinidad e Tobago, tocava steel drums. , Ele disse que vem se apresentando no metrô desde meados da década de 1990.

“As pessoas realmente gostam da música”, disse ele. “Eles se postam em volta ouvindo e se lhes agrada, aplaudem e colocam dinheiro no chapéu. Normalmente eles batem palmas e dizem: Muito bom! – Eles sempre me dão um retorno positivo”.

A cantora e compositora Rosateresa, que sempre canta numa estação da 14th Street, tem se apresentado por lá há muito tempo. Ela veio de Porto Rico para estudar canto lírico há algumas décadas atrás. “Minha missão é cantar como o jilguero – o jilguero é um pássaro de Porto Rico – que acorda o sol. Minha missão é cantar como um riacho, sem parar”, disse Rosateresa.

Mitchell e Rosateresa trabalham de forma independente, não fazem parte do programa oficial, “Música Sob Nova Iorque”, administrado pelo Departamento de Trânsito de Nova Iorque (Metropolitan Transportation Authority-MTA), que patrocina 150 apresentações por semana, com mais de 200 indivíduos e grupos. Para participar do programa oficial da MTA, primeiro, é preciso passar por uma seleção anual. Mitchell disse que ele normalmente visita Trinidad e Tobago na primavera, que é quando as audições são realizadas. Por sua parte, Rosateresa diz que se considera demasiadamente rebelde para participar de um programa oficial.

“É uma longa história”, disse ela, “mas minha família nunca apoiou meu canto – essa é a versão mais curta – e quando eu descobri que poderia cantar no metrô, notei que assim eu poderia ser uma rebelde. Você pode escolher ser rebelde ou ter uma licença, mas você não pode escolher ambos”, disse ela.

Em alguns casos no tribunal foi declarado que os cantores do metrô têm seu direito escrito na Primeira Emenda para se apresentarem sem a permissão da MTA. Ainda assim, a polícia aparece e os proíbe de cantar.

“De vez em quando um policial aparece e me diz para ir embora. E eu vou. Eu não discuto com homens armados, esse é o meu lema”, disse Rosateresa.

Como Rosateresa e Mitchell, os músicos que participam da “Música Sob Nova York”, ganham apenas aquilo que as pessoas querem para dar. Os cantores de ópera, Tom McNichols e Patricia Vital, parte de um grupo chamado “Opera Coletiva”, dizem que adoram se apresentarem no metrô, embora não seja lucrativo.

“A música, em geral, nada tem a ver com dinheiro, e ‘Música Sob Nova York’, principalmente, é mais para tornar a ópera acessível do que sobrevivência”, disse McNichols.

A cantora de folk music, Wendy Sayvetz tem se apresentado no metrô há 22 anos, um tempo quase tão longo quanto à existência do programa. Ela diz sentir tanto orgulhoso de seu trabalho nos metrôs e nas estações de trem, quanto ela sentiu uma vez por cantar na Casa Branca.

“A maioria das pessoas realmente não entendem o que tudo isso significa, que nós realmente amamos este show”, disse ela. “Na mídia a nossa imagem é sempre o velho clichê, decaídos e fora do contexto”. “Comigo já aconteceu de alguém aparecer e dizer: Há algo de errado com você?” E disse “Você é tão boa, o que você está fazendo aqui”.

Sayvetz e um parceiro estão escrevendo uma peça musical sobre os músicos de metrô, em parte é um desafio a esse estereótipo. “Light in the Tunnel” contará com 20 artistas e grupos do metrô, todos se auto-representando. “Não se trata de não precisarmos mais se apresentar no metrô”, disse Sayvetz. ”Só queremos que as pessoas compareçam, a música no metrô é a melhor coisa!”

Certamente, muitas pessoas já sentiram que a música do metrô é excelente. Mesmo na era do MP-3 players individuais, os sempre ocupados nova-iorquinos, por vezes, param para ouvir. E daqui pra frente, vai haver festa de dança espontânea – quando os jovens adolescentes de Nova York que passarem pela estação da 42nd Street encontrão o jazz “Horns Underground” de Welf Dorr e será impossível resistir.

Veja o vídeo: Aqui

Redação

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