Nassif, vá para a França.

Nassif, vá para a França.

Ultimamente o emprego de expressões de tipo: “Vá para Cuba (ou Venezuela)” ou o equivalente “Vá para Miami” é empregado como um desaforo contra pessoas que são de esquerda e ou são de direita e não estão de acordo com a ordem instituída e seus desafetos da Internet procuram desqualifica-los indicando locais pretensamente desagradáveis para muitos, para que o ofendido saia da política nacional e deixe os problemas continuarem a incomodar 95% da população brasileira.

Coloquei um similar para Luis Nassif, mesmo sabendo que a sua presença no quadro político brasileiro sempre foi e sempre será essencial para reflexões e abrir espaços para discussões pertinente, porém coloquei não para que o nosso amigo de longa data saia do nosso país, mas sim para chamar atenção do mesmo que muitas coisas que ele quer simplesmente na França os seus modos e convicções teriam muito mais aceitação do que na nossa “Terra Brasilis”.

Como colaborava intensamente no velho e então eficiente Portal Luis Nassif desde 2008, ou seja, oito anos, que para a Internet já é uma eternidade, que abria espaço para discussões imensas entre os diversos e saudosos “habitues” (que Deus os tenham!) em que se discutia tudo, não só política, e que serviu de base para o GGN. O Portal Luis Nassif continua aberto e quem quiser contribuir, não terá o mesmo número de leitores e de impacto que o atual Jornal, mas continua generosamente recebendo colaboração de todos.

Pois bem, voltando ao que pode ser num primeiro momento tido como um desaforo, mas que não é: a pseudo incitação de Nassif ir para a França!

Porque coloco para Nassif ir para a França, simplesmente porque o nosso caro amigo ainda mantém ilusões que de dentro da estrutura corrompida e totalmente acrítica, e mais outros adjetivos desabonadores do que eu ainda chamo a grande imprensa brasileira onde outros já chamam diretamente e propriamente de PIG – (Partido da Imprensa Golpista), é possível ter alguma decência e fazer um mínimo de IMPRENSA (não foi uma redundância ocasional, foi proposital).

Por que a França? Talvez seja a pergunta mais relevante. Porque na França se come bem? Não. Porque na França se fala francês? Muito menos ainda. Simplesmente porque nas mídias francesas, que apesar de também oligopolizada, que também dominada pela direita através da maioria dos proprietários das redes de TV e de alguns jornais importantes, há espaço para pessoas como Luis Nassif serem escutadas e terem repercução nacional.

No espectro político francês, um quadro como Luis Nassif teria espaço para o seu trabalho e seria classificado corretamente pelos seus parceiros de mídia. Ninguém consideraria na França Luis Nassif como um quadro de extrema esquerda e muito menos de direita, ele seria algo em torno do centrismo direito macronista ou antigo partido socialista reformista francês e o esquerdismo mais explícito de Jean Luc Mélenchon. Mas a etiqueta não seria o mais importante, o que realmente seria levado em conta seria o seu perfil e suas opiniões, e mais importante, na França se alguém da estatura de um Luis Nassif pedisse em público que determinada revista ou jornal que estivesse saindo da racionalidade voltasse para a mesma, a voz dele seria ouvida e respondida.

Não podemos qualificar um Luis Nassif dentro do espectro político nacional com alguém de esquerda revolucionária, inclusive, em situações normais de política, o republicanismo dele seria a verdadeira classificação da sua posição política e por esta posição seria reconhecido em países como a França. Na atual situação a posição de jornalistas, de professores e de intelectuais em geral, está sendo forçosamente empurrada para a esquerda. Isto não quer dizer que estes tenham as suas convicções alteradas durante o tempo, não esperem que pessoas com posições fortemente estabelecidas ao longo de uma vida adulta, mudem de posição política, mas a cada dia fica mais difícil para alguém republicano e relativamente conservador se posicione corretamente dentro do espectro político nacional.

Para não centrar nossa discussão em um só personagem vejamos o colunista Andre Araujo, este nosso conhecido de longa data, nunca foi e nunca será alguém de esquerda, porém o processo incivilizatório que estão nos jogando nos dias de hoje, faz com que suas mesmas opiniões que ele possuía desde de sempre e que a maioria dos mesmos que atualmente elogiam suas intervenções eram seus maiores críticos no passado.

Este último exemplo, num país como a França seria encaixado na direita republicana francesa, uma direita clara e com um programa liberal que sai a luz colocando suas opiniões como a esquerda o faz, e se colocado a frente de um membro da esquerda num debate, teria uma contraposição feroz as suas ideias, mas não a sua pessoa.

Por tudo isto digo que Nassif deva ir para a França, mas digo tudo isto em sentido figurado, pois na realidade mesmo em momentos bicudos como o atual, precisamos do vigor e da honestidade de todas as correntes ideológicas que se primem pelo básico, o CARÁTER.

 

Redação

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