Nazistas na Europa, again…

Circula hoje no Facebook a foto de um rapaz ucraniano sem camisa. Ele seria um prisioneiro de guerra como outro qualquer, não fosse por um detalhe: a imensa águia nazista tatuada nas costas logo acima da infame suástica popularizada por Adolf Hitler nos anos 1930: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=947067071982781&set=a.190073731015456.41643.100000384921774&type=1&pnref=story.

As ligações nazistas do regime que comanda Kiev não chegam a ser secretas. A sede do Partido Svoboda era (ou ainda é) decorada com uma imensa foto de Hitler: http://pierre-lamble.eu/the-ukrainian-far-right.php . Novidade é o fato do jornalismo ocidental omitir  estes detalhes quando faz a cobertura do conflito ucraniano. O respeitável público está sendo levado a acreditar que os ucranianos apoiados pelos EUA, coitadinhos, são apenas vítimas dos terríveis vilões russos.

A primeira vítima da guerra é a verdade, dizem os especialistas. A verdade, contudo, não pode mais ser totalmente distorcida, encoberta ou escondida do respeitável público. Umberto Eco disse recentemente que a internet deu voz a milhares de idiotas http://video.repubblica.it/tecno-e-scienze/umberto-eco-e-i-social-danno-diritto-di-parola-a-legioni-di-imbecilli/203952/203032?ref=fbpr . Sou grande admirador do estudioso italiano, mas não posso deixar de perguntar: não seria pior se todos fossem totalmente imbecilizados pela imprensa tradicional que está criando uma imagem irreal e distorcida do conflito na Ucrânia?

Não gosto de nazistas, pois sou refratário às teorias racistas que eles defendem. Em razão disto minha simpatia pelo Sbvoboda e pelo regime de Kiev é quase nulo. Mas estou distante deste conflito e bem pouco ele afeta a minha vida. Suponho, contudo, que ele possa afetar muito as vidas dos veteranos que combateram os nazistas na Europa.

Os veteranos russos provavelmente estão tranqüilos, pois a Rússia não apóia os nazistas ucranianos. O mesmo não se pode dizer dos veteranos norte-americanos que viram seus conterrâneos, irmãos e amigos sangrar e morrer nas praias da Normandia para, paradoxalmente, possibilitar uma futura expansão do nazismo na Ucrânia. Ninguém deve ficar surpreso se aqueles velhos soldados dos EUA começarem a morrer de tristeza, a jogar suas medalhas fora e a se suicidar. Honra é coisa séria, especialmente para aqueles que nos anos 1940 construíram um país que não existe mais.

Fábio de Oliveira Ribeiro

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