“Ninguém falou em abrir escolas e comércios”, diz Doria sobre flexibilização da quarentena

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Segundo o governador, o chamado "Plano São Paulo" vai "estabelecer áreas e outros setores [da economia] que poderão ser distendidos, outros não"

Jornal GGN – O governador de São Paulo João Doria anunciou nesta quarta (22) a intenção de flexibilizar a quarentena em determinadas regiões do Estado, a depender do grau da pandemia de coronavírus e da capacidade de atendimento em hospitais.

Segundo Doria, o plano não é “homogêneo”, ou seja, a suspensão das restrições sociais a partir de 11 de maio não deve valer necessariamente na mesma intensidade para todos os municípios. Além disso, o governo vai definir nas próximas duas semanas quais setores da economia serão beneficiados.

“Ninguém falou em abrir escolas, creches e comércios. Não houve essa deliberação ainda. Os detalhes só serão anunciados em 8 de maio, se todas as circunstâncias permitirem”, disse Doria ao final da coletiva de imprensa, realizada na tarde desta quinta (22).

Segundo o governador, o chamado “Plano São Paulo” vai “estabelecer áreas e outros setores [da economia] que poderão ser distendidos, outros não”. “Não estamos falando que depois de 10 de maio não teremos nenhuma quarentena. Teremos um plano flexível”, pontuou.

A secretária de desenvolvimento econômico, Patrícia Ellen, afirmou que a implementação do plano será “faseada, regionalizada e setorial”. Em “hipótese alguma”, disse ela, será uma permitida abertura “desordenada, uma flexibilização aleatória e que desobedeça a ciência e a Saúde.”

Ainda segundo a secretária, São Paulo utilizará todos os dados do sistema de monitoramento inteligente para identificar e separar os municípios ou regiões em três níveis de riscos: vermelho, amarelo e verde, sendo que “hoje temos todas as regiões do Estado entre vermelho e amarelo.”

Para ser caracterizada como verde, a região precisa ter baixo número de casos de coronavírus, baixa ocupação dos leitos de UTI nos hospitais e testes suficientes para que a sub-notificação não traga surpresas.

O médico David Uip afirmou que São Paulo está conseguindo achatar a curva do coronavírus, e que isso dá segurança ao governo estadual para aplicar as medidas de flexibilização paulatinamente.

O secretário de Saúde Luiz Henrique Germann comentou que a média de isolamento no estado está na casa dos 50% e que o número é aceitável. Além disso, o gráfico da curva do coronavírus mostra um São Paulo está próximo de ter o número de casos da COVID-19 dobrando a cada uma semana, e não mais a cada 1 ou 2 dias.

O Estado tem nesta quinta (22) de manhã mais de 15,3 mil casos de coronavírus, um acréscimo de 6% em relação ao dia anterior. Os óbitos estão em 1.093, um aumento de 5% em 24 horas. Há mais de 1,2 mil pacientes internados em UTI e outros 1,3 mil em enfermarias na rede pública e nos hospitais privados conveniados.

Uip disse que Doria tem seguido todas as orientações do comitê de contingenciamento da crise do coronavírus até o momento. O governador frisou inúmeras vezes que todas as suas decisões serão respaldas por dados técnicos e científicos.

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

4 Comentários

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  1. Projetando 70% como o ideal, conseguiu 50% e olhe lá. Com essa liberação parcial vai virar festa, 100% de estabelecimentos abertos. Na minha cidade, interior, 42 mil habitantes, está tudo aberto, praticamente. Obedeceram só por uma semana, depois afrouxou e ficou por isso mesmo. Agora já temos três casos confirmados e uma morte, sendo que a UTI da Santa Casa daqui, com 10 leitos, é referência de pelo menos mais 6 cidades menores da região, onde já existem casos. A ver como fica.

    1. Na sua cidade e nas outras. Quanto menor a cidade, mais direta a relação com o governo municipal. Os prefeitos foram pressionados e cederam, no máximo criam regras (que nem sempre são cumpridas) dizendo que não pode entrar mais que x pessoas no estabelecimento ao mesmo tempo. O Dória está viajando (e se desmoralizando).

  2. Recado para Maia

    Vá juntando os pedidos de impeachment numa gaveta bem especial que a hora certa para tira-los dessa gaveta vai chegar. É só ter paciência.

  3. Entre o crescimento, a saúde e a segurança…
    todos os tucanos enganam no querer ser diferente de Bolsonaro

    muita sacanagem para com os médicos(as). Nossos verdadeiros heróis

    E muitos já psicologicamente atormentados por terem que escolher a quem salvar, e agora isso.

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