No dia 31 de março, Primeira Caminhada do Silêncio, pelas vítimas da violência de Estado

No dia 31 de março próximo, a partir das 16 horas, na Praça da Paz, do Parque Ibirapuera, haverá a Primeira Caminhada do Silêncio, promovida pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos

No dia 31 de março próximo, a partir das 16 horas, na Praça da Paz, do Parque Ibirapuera, haverá a Primeira Caminhada do Silêncio, promovida pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.

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No dia de hoje…

Em 27.02.1943, 1.800 homens, judeus e casados com alemãs não judias, foram presos, o que gerou o protesto de suas mulheres, que ficou conhecido como Protesto de Rosenstraße.
Rosenstraße é o nome da rua onde se localizava o prédio em que eles foram recolhidos e significa Rua das Rosas.
Foi um protesto pacífico e exitoso. Os homens acabaram sendo soltos. Esse protesto é um dos exemplos mais emblemáticos da resistência alemã ao Holocausto.
O prédio onde houve a detenção não existe mais em Rosenstraße. Uma coluna cor-de-rosa foi erguida no local para celebrar o evento.

“Para que não se esqueça, para que não se repita”.

Sobre os direitos

por Raquel Dominguez Do Amaral

“Sabem do que são feitos os direitos, meus jovens?

Sentem o seu cheiro?

Os direitos são feitos de suor, de sangue, de carne humana apodrecida nos campos de batalha, queimada em fogueiras!

Quando abro a Constituição no artigo quinto, além dos signos, dos enunciados vertidos em linguagem jurídica, sinto cheiro de sangue velho!

Vejo cabeças rolando de guilhotinas, jovens mutilados, mulheres ardendo nas chamas das fogueiras!
Ouço o grito enlouquecido dos empalados.

Deparo-me com crianças famintas, enrijecidas por invernos rigorosos, falecidas às portas das fábricas com os estômagos vazios!

Sufoco-me nas chaminés dos Campos de concentração, expelindo cinzas humanas!

Vejo africanos convulsionando nos porões dos navios negreiros.

Ouço o gemido das mulheres indígenas violentadas.

Os direitos são feitos de fluido vital!

Pra se fazer o direito mais elementar, a liberdade, gastou-se séculos e milhares de vidas foram tragadas, foram moídas na máquina de se fazer direitos, a revolução!

Tu achavas que os direitos foram feitos pelos janotas que têm assento nos parlamentos e tribunais?
Engana-te! O direito é feito com a carne do povo!

Quando se revoga um direito, desperdiça-se milhares de vidas …

Os governantes que usurpam direitos, como abutres, alimentam-se dos restos mortais de todos aqueles que morreram para se converterem em direitos!

Quando se concretiza um direito, meus jovens, eterniza-se essas milhares vidas!

Quando concretizamos direitos, damos um sentido à tragédia humana e à nossa própria existência!

O direito e a arte são as únicas evidências de que a odisseia terrena teve algum significado!”

(Raquel Domingues do Amaral – juíza Federal)

https://www.geledes.org.br/texto-exemplar-da-juiza-federal…/

Luis Nassif

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