No Mato Grosso, chefe da Casa Militar é preso por grampos clandestinos

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Coronel Evandro Lesco ao lado do governador Pedro Taques (PSDB) (Foto: Gcom-MT)
 
Jornal GGN – Em Cuiabá (MT), os coronéis Evandro Lesco e Ronelson Barros, respectivamente secretário-chefe e o secretário-adjunto da Casa Militar, foram presos preventivamente por suspeita de envolvimento em um esquema de grampos clandestinos no Núcleo de Inteligência da Polícia Militar. 
 
Também foram presos o tenente-coronel Januário Antônio Edwiges Batista, comandante do 4º Batalhão da PM em Várzea Grande, e o cabo Euclides Luiz, que estava cedido ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado). 
 
O governador matogrossense, Pedro Taques (PSDB), afastou provisoriamente os dois secretários até que as investigações apontem qual a participação dos PMs nos grampos clandestinos. A gestão estadual disse que os secretários “gozam de total confiança do governo”, aponta que as investigações estão no começo.

 
“Não há nenhum ato que desabone suas condutas de militares e agentes públicos honrados e probos”, disse o governo do Mato Grosso, por meio de nota. 
 
Também foram presos administrativamente o corregedor-geral e o diretor de Inteligência da Polícia Militar, coronel Alexandre Corrêa Mendes e tenente-coronel Victor Paulo Fortes Pereira. Em ofício enviado ao presidente do Tribunal de Justiça, o governador do estado afirmou que eles avisaram os secretários de estado sobre a realização de uma operação que poderia resultar na prisão de servidores da Casa Militar.
 
Com a prisão dos coronéis, Taques nomeou o coronel Wesley de Castro Sodré para assumir interinamente a chefia da Casa Militar. Após o vazamento, o governo também trocou o comando da PM, que agora é ocupada pelo coronel Marcos Cunha, que antes atuava como  secretário-adjunto de Segurança Pública.
 
Grampos clandestinos
 
Andrea Pereira de Moura Cardoso, sargento da PM, confirmou que existe uma central de grampos telefônicos fora do Comando da PM e disse que cumpriu ordens dos coroneis Zaqueu Barbosa, ex-comandante da PM, e Airton Siqueira, atual secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos.
 
Em depoimento para a Corregedoria, o sargento contou que era utilizado um apartamento no centro de Cuiabá para realizar as escutas, com dois computadores, fones de ouvido e cerca de 15 aparelhos celulares. Há um mês, foi preso o cabo Gerson Ferreira, também suspeito de realizar as escutas clandestinas. 
 
Os grampos seriam utilizados por coronéis da Polícia Militar e assessores do governo matogrossense para monitorar adversários políticos, jornalistas, advogados e empresários.
  
O esquema teria usado um inquérito que investigava o tráfico de cocaína, inserindo, ilegalmente, telefones que o grupo pretendia monitorar junto com os números de supostos traficantes de drogas. 
 
Entre os grampeados estariam a deputada Janaina Riva (PMDB); o advogado José do Patrocínio; o desembargador aposentado José Ferreira Leite; a filha do ex-comendador João Arcanjo Ribeiro, Kelly Arcanjo Ribeiro Zen; e os médicos Sergio Dezanetti (de Alta Floresta), Luciano Florisbelo da Silva (do Hospital Santa Rosa, de Cuiabá), Paullineli Fraga Martins (médico perito, de Alta Floresta), Helio Ferreira de Lima Junior (médico ginecologista) e Hugo Miguel Viegas Coelho (médico da Policlínica de Várzea Grande).
 
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Redação

3 Comentários

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  1. DROGA NA FAZENDA DE ALUÍZIO

    DROGA NA FAZENDA DE ALUÍZIO NUNES,DROGA NO HELICÓPTERO DE PERRELA,DROGA SAINDO DA FAZENDA DE BLAIRO …ISSO É O SENADO FAZENDO BICO?

  2. Perceberam a gravidade do caso?

    Caros leitores,

    Não se trata apenas do envolvimento da cúpula e chefia da PM de um estado federado em grampos ilegais. Pelo teor das denúncias, tais grampos foram ordenados pelo governador de Mato Grosso, Pedro Taques, comandante-em-chefe da PM estadual. E pelo teor das reportagens publicadas até agora, os grampos ilegais visavam adversários políticos do governador, bem como jornalistas que investigavam o próprio governador e aliados políticos dele.

    Contra Pedro Taques há também denúncias de cobrança de propina de empresas, para saldar dívidas de campanha. Fosse Pedro Taques um político ‘convencional’ ou ‘profissional’ de longa data, tais denúncias já seriam graves. Mas notem os leitores que, assim como o senador cassado Demóstenes Torres, Pedro Taques fez carreira como procurador do ministério público, antes de entrar para a política partidária. Ademais, no ano que passou, Pedro Taques convidou o “juiz” sérgio moro para um evento público, sendo os dois fotografados sorridentes, um ao lado do outro.

    Certos da impunidade, a cada dia vemos os próceres da Fraude a Jato cometendo abusos e ilegalidades; seus fiéis escudeiros e apoiadores, indo com muita sede ao pote e convictos da mesma impunidade, vão sendo pegos com a boca na botija. Gilmar Mendes deu um jeito de devolver Demóstenes Torres à mamata, permitindo que esse senador cassado por corrupção fosse reconduzido ao cargo de procurador do MP.

    Em vários comentários aqui no GGN, assim como em artigos, mostrei que Gilmar Mendes continua sendo o homem mais poderoso do Brasil. Previ a a não-cassação da chapa presidencial no TSE por 4 x 3 ou 5 x 2, com o voto de Luiz Fux. Quando Fux proferiu aquele voto histriônico – como se favorável à cassação – alertei que poderia ser uma jogada combinada com GM; fazendo assim, Fux conseguiu apoio da malta, a qual cerrou fogo em GM nos dias seguintes. Como mostrei, GM não deu  a mínima para as críticas e exploração de contradições com votos e declarações que ele mesmo dera há alguns meses, sobre o mesmo processo. Com ‘MT’ mantido no Planalto, GM continua exercendo o poder máximo, mantendo a ratazana peemedebista e camarilha como reféns: o programa de governo em curso é o de GM e de seu partido: o PSDB.

    Com muita competência – talvez em atenção a sugestões minhas e de outros leitores – Luís Nassif destrinchou as razões escusas que levaram a Globo a se associar em consórcio com a PGR, pegando carona no acôrdo da JBS com o DoJ dos EUA. Embora Nassif não tenha focado o poder destrutivo que as três instituições golpistas (Globo, PGR/MPF e PF) tem uma contra a outra, ele mostrou que a parceria-consórcio entre PGR e Globo tem o claro poropósito de blindar ambas as instituições, já que está ficando nítido que estão envolvidas até o pescoço no golpe de Esatdo e nos crimes de lesa-pátria, lesa-soberania, além daqueles outros já bem conhecidos: corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal, etc.

    Como mostrou a lenda viva Jânio de Freitas, em menos de uma semana Luiz Fux mudou a opinião sobre manter encarcerados o primo e a irmã do senador Aécio Cunha, apesar de que NADA tenha mudado em relação aos investigados, inclusive quanto aos riscos de obstruírem investigações. 

    Para coroar o rol de eventos sui generis ocorridos no STF, observamos mais um sorteio “aleatório” em que GM foi designado relator de mais um proceso contra o senador Aécio Cunha, o terceiro até agora; tal sorteio se seguiu ao providencial adiamento do julgamento do pedido de prisão contra Aécio, no plenário dessa suprema côrte, para esta semana. No Senado, vimos o presidente do ‘Conselho de Ética’ arquivar o pedido de cassação do mandato de Aécio.

    Em suma: os fatos acima mostram aquilo que venho comentando há muitos anos, ou seja, o grupo político do PSDB domina completamente as instituições burocráticas do Estado (PF, MP e PJ). Não há a menor possibilidade de Aécio Cunha ou qualquer outro tucano graúdo ser condenado à prisão e levado ao cárcere. Basta ver o que aconteceu com Eduardo Azeredo e outros envolvidos no chamado “mensalão tucano” , predecessor do outro.

    No dia de hoje é publicada uma sentença de condenação contra Antônio Palocci, embora NENHUMA prova de crime tenha sido levantada contra ele. Para as próximas horas ou dias aguarda-se a condenação do Ex-Presidente Lula, embora as únicas provas tenham sido as levantadas pela defesa, atestando a inocência do Ex-Presidente operário. O torquemada das araucárias está sendo cobrado pela entrega da encomenda e já não consegue esconder o caráter puramente político-partidaário da Fraude a Jato.

    O golpe e os golpistas estão nus, com a mão no bolso. No julgamento da História estão condenados à pena máxima.

    1. João Paiva:
      Quando ocorrer o

      João Paiva:

      Quando ocorrer o julgamento da História estaremos todos mortos e nossos descendentes estarão sob o jugo do capitalismo selvagem, versão 5.0

      Pior ainda, se as quadrilhas do PMDB e do PSDB que assaltaram o poder forem vitoriosas a versão da história será a dos vencedores.

      As assertivas de que “o bem, ao fim e ao cabo, sempre vence” e que ” a verdade, no médio e longo prazo, escreverá a História” são falácias monumentais.

      Basta ler a História oficial do Brasil: uma quimera.

      O movimento de massas à esquerda refluiu (ou não se intensificou) incompreensivelmente nas duas últimas semanas, depois da última manifestação em Brasília e das manifestações pelas Diretas-já no Rio, São Paulo e Salvador. Isto é preocupante.

      Favorece o movimento da Globo e do PGR de afastar o Temer no tapetão e de emplacar um substituto-tampão para finalizar o retrocesso trabalhista e o retrocesso previdenciário e realizar  reformas política e tributária ao gosto de ambos, ou seja, atendendo os interesses do capital e de quebra livrar a Globo do “imbroglio” FIFA.

      Só uma solução política com a participação das ruas colocará os movimentos sociais e os partidos políticos populares como protagonistas importantes ou hegemônicos nos desdobramentos da era pós-Temer, seja agora ou em 2018.

      A acomodação (ou acordão) com o tapetão pelas eleições indiretas para substituir Temer será um grave equívoco que provocará a desmobilização popular.

       

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