NOBLAT: APRENDENDO A LER PESQUISAS

Caro Noblat,

A análise de “inconsistências” na Pesquisa Sensus divulgada mostra extremo despreparo no que tange a análise de pesquisas e processos eleitorais.

Como referência, a diminuição do percentual dos candidatos com índices menores no espontâneo (6,9% no total) para o estimulado (4,4% no total) se deve à migração de voto útil para candidaturas percebidas como viáveis, numa antecipação da decisão eleitoral e maior definição do pleito, como fenômeno usual em processos eleitorais em fase de definição.

Acredito que o primeiro semestre deste ano cumpriu o papel informal de um primeiro turno do processo eleitoral, onde os candidatos foram veiculados pela mídia, debateram em organizações patronais, houve críticas e acusações, com a quase exaustão dos argumentos de campanha, conforme percebidos pelo eleitor.

Daí o afunilamento das escolhas. Neste processo, Dilma adquiriu identidade política própria, contrapondo o voto em José Serra por recall de boa administração. É como se estivéssemos em um segundo turno com todos os candidatos, onde os argumentos não irão diferir em conteúdo do primeiro semestre, talvez somente em quantidade e intensidade, com a realização então de um terceiro turno, se assim necessário.

Não se pode afirmar que as eleições terminarão em primeiro turno, mas não se pode descartar a hipótese. A ver a sequência eleitoral dos debates e dos programas eleitorais.

Ricardo Guedes, presidente do Instituto Sensus

Redação

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