Novo presidente do BB deve priorizar venda de ativos

Anúncio da escolha de André Brandão deve ocorrer em breve; escolha causou certa frustração entre executivos do banco, que entendiam haver disputa interna

André Brandão, nome escolhido por Paulo Guedes para assumir a presidência do Banco do Brasil – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Jornal GGN – O anúncio oficial da escolha de André Brandão, do HSBC, para a presidência do Banco do Brasil deve ocorrer nos próximos dias, mas os executivos do banco público já foram informados da escolha do ministro da Economia, Paulo Guedes, de forma informal.

Segundo o jornal Valor Econômico, a escolha de Brandão causou certa frustração uma vez que existia uma disputa interna pela vaga, mas existe o entendimento de que o novo presidente vai levar o plano de venda de ativos do banco adiante, o que poderia ser comprometido caso o escolhido fosse algum funcionário de carreira da instituição estatal.

Cabe ao presidente Jair Bolsonaro formalizar a escolha. Após a oficialização, a decisão será submetida ao comitê de exigibilidade do Banco do Brasil. Se Brandão for aprovado, a indicação será publicada em edição do Diário Oficial da União (DOU) e, posteriormente, o nome do novo presidente do Banco do Brasil será divulgado ao mercado via fato relevante.

Antes disso, o anúncio não será feito para que Brandão possa se desligar do HSBC. O executivo assumirá o lugar de Rubem Novaes, que oficializou sua saída em 24 de julho.

 

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Redação

8 Comentários

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  1. E, segundo o diretor executivo do Sindicato dos Bancários de SP e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), sr. João Fukunaga, algumas superintendências do BB têm feito reuniões com os gerentes gerais das agências informando que o banco será privatizado em, no máximo, três anos. https://spbancarios.com.br/07/2020/bb-cede-carteira-de-credito-ao-btg-em-meio-nova-ameaca-de-privatizacao
    Acho bom meus colegas do BB acordarem, pois li não faz muito tempo que os bancos privados estão de olho no dinheiro da PREVI. A CASSI, que é a nossa Caixa de Assistência Médica corre risco de ser vendida para algum plano de saúde privado. E essa nomeação de alguém vindo de um banco privado só confirma as suspeitas que tenho.

  2. Vai continuar a mesma política suja de venda do patrimônio. É mais um comparsa de Paulo Guedes. Enquanto isso, a “oposição” faz de contas que atua, gastando tempo e palavreado para cuidar das manobras diversionistas de Bolsonaro e alguns de seus ministros escalados para elas. Quanto ao essencial, a destruição do Estado brasileiro, nada.

  3. Li na imprensa , em diversos sites , que a briga era entre o pessoal da casa do BB.
    Penso eu , ou este pessoal chuta ou o governo é muito bom em disfarçar.
    Bola na arquibancada (vazia agora).

  4. E que parte do discurso do Paulo Guedes vocês não entenderam ? 🙂
    Por ele o BB seria vendido ontem.
    Seu Jair que não quer (23 disse ele) , talvez seguro pelo militares que vêm o banco como estratégico.

  5. É nojenta essa coisa de privatarização, de vendoação de patrimônio que NÃO É DELES!
    Quem criou, formou, pagou e eventualmente sustentou tal patrimônio foi o contribuinte, o verdadeiro DONO.
    Que nem opina, decide, participa da negociação (geralmente a preço vil) e mesmo se beneficia (geralmente não vendo a cor do dinheiro (vide Banestado…) e acaba pagando mais por um serviço pior.
    Governos não são donos delas e os “executivos” nelas colocados têm a OBRIGAÇÂO e a RESPONSABILIDADE de fazer as empresas serem BEM administradas, lucrativas (para a sociedade) e a beneficiarem com seus produtos e serviços.
    Se o “privado” é “melhor e mais competente”, então que invista do zero e entre na concorrência e não assuma o mercado privilegiado, comprando “pronto e bom”, a preço vil. Não estão proibidas de concorrer.
    O que tais governos oportunistas fazem é bons negócios com patrimônio alheio para si e seus parças, colocando, NÃO executivos para bem gerir as empresas, mas sim CORRETORES de venda.
    Como pode o presidente de uma empresa em discurso de posse (Castelo Branco, Petrobrás) declarar que precisa “privilegiar a concorrência”?! Isso é aceitável por um político, analista econômico, jornalistas neoliberais cooptados, etc. Jamais pelo principal executivo de uma empresa qualquer.
    O BB é um banco mais que bicentenário, LUCRATIVO, cujo objetivo, assim como a CEF na habitação e outras, é SoCIAL, eminentemente financiar a produção agropecuária. Como colocar um presidente corretor, da área de finanças e não da estratégia de uma nação (que nem somos)?
    Corretores que mesmo sem comissão (o que não é difícil de pagar fora), já serão regiamente pagos para vendoá-las na melhor negociação para os compradores parças.
    Privatizar não precisa ser tabu, mas precisa de uma clara e evidente razão para tanto E autorização dos verdadeiros DONOS: a sociedade.

  6. E como vendem bem, né mesmo?
    Vale lembrar que os beneficiários têm estreita ligação com o governo.
    https://politico.painelpolitico.com/bb-vende-carteira-de-credito-de-r-29-bilhoes-a-fundo-do-btg-pactual-de-paulo-guedes/

    A pergunta a ser feita ao bando que desgoverna o país, à midia hipocrita, aos milicos adesistas “por estarem tristes com a roubalheira de 30 anos” (isso mesmo gal heleno?) e também ao séquito infame desta barbaridade double de governo é:
    E SE FOSSE O LULA PORRA?

  7. Na qualidade de aposentado do BB, hoje recebendo justa aposentadoria do INSS e da PREVI, cujas contribuições foram feitas, religiosamente, mês a mês às instituições, diferentemente do que pensam a maioria dos brasileiros, de que é o Banco do Brasil quem paga as aposentadorias integrais dos ex-funcionários. Ocorre, que agregado ao BB está a CASSI-Caixa de Assistência de Saúde dos funcionários, bancada parte pelo BB (que tem interesse em ter funcionários sadios) e outra parte através de contribuições dos associados. Na hipótese do BB ser privatizado na sua totalidade os funcionários verão sua CASSI extinta no momento seguinte. Também, as AABBs espalhadas por todo o país terão igual destino. Somente em patrimônio imobiliário, essa associação representa alguns bilhões de reais. Portanto, muita atenção quando forem celebradas as privatizações no BB, pois o patrimônio imobiliário das AABBs poderá ser entregue de brinde, grátis aos compradores. Muita atenção do Congresso Nacional, Judiciário e imprensa honesta do pais, quando esse momento derradeiro chegar! Fiscalização, olho-vivo e denúncia!

  8. A saída do presidente do BB, Rubem Novaes, poderia se dar pelo fraco desempenho, pela gestão sem lustro, pela falta de ideias e de projeto estratégico. Por dois anos ele manteve a ideia fixa de privatização, biombo utilizado para justificar a incapacidade para liderar e enfrentar os desafios do banco.

    Novaes atuou para atender aos desejos de seu chefe, o ministro da Fazenda, preferindo debater a ideia de privatização da empresa. E para isso priorizou medidas consideradas palatáveis e “geradoras de valor” para interessados na sua aquisição. Para entender como são as ações de desmonte das empresas antes de sua venda, basta lembrar as privatizações dos bancos estaduais no final dos anos 1990. Naquela época, a receita era reduzir número de agências, vender subsidiárias e demitir funcionários. Nos dois anos que passou no BB, Novaes trabalhou para diminuí-lo. O exemplo mais candente é a exclusão do banco nas ações de governo durante a pandemia. É perceptível que a ideia dos estrategistas do governo é deixar o Banco do Brasil fora das ações governamentais para depois justificar os ataques à empresa.

    No posicionamento de mercado, é evidente a ação para diminuir a importância da empresa. Os dados mostram isso. No crédito agrícola, o banco reduziu a participação no mercado de 60% para 55%. O Pronaf Famílias caiu de 1 milhão de contratos para 700 mil. As agências foram reduzidas de 4.700 para 4.200. Os funcionários eram 100 mil e agora sao 93 mil. A iniciativa de diminuir sua atuação se completa com anúncios de que pretende alienar ativos como BB-DTVM, BB Leasing, BB Seguridade e outras. Discurso contraditório e sem ressonância nos concorrentes privados, que não abrem mão de atuarem em todos os segmentos do mercado.

    A venda dos ativos de uma carteira de créditos de liquidação duvidosa para o BTG Pactual por R$ 371 milhões é mais um indicativo. Nesse caso, uma carteira com valor contábil de R$ 2,9 bilhões foi alienada por 12,8% do valor. Negócio sem transparência e sem concorrência pública, para saber se havia apetite de eventuais competidores. Venda que várias entidades da sociedade civil ameaçam questionar nas esferas judiciais e reguladoras.

    O presidente do BB será trocado, mas é um erro pensar que a ideia fixa do Ministério da Fazenda de privatização vai mudar. Como dizem abertamente, trabalharão para liquidar o banco ou deixá-lo pronto para venda em eventual segundo governo. Não é à toa que usam adjetivos impublicáveis para qualificar a empresa.

    A defesa de uma empresa como o BB, necessariamente, deve ser discutida a partir de sua importância como instrumento essencial para a execução das políticas de governo para o país. Mesmo governos que insistem em negar esse papel, como o atual, quando é preciso se contradizem e o usam como banco de governo. Recentemente o BB foi incumbido de socorrer empresas por meio do Pronampe – missão que cumpriu disponibilizando os recursos em tempo recorde. Enquanto isso, o setor privado, mesmo com 85% de risco governo, não liberou crédito para socorrer empresas em crise, preferindo empoçar dinheiro a correr risco sobre a fatia de 15% do crédito requerida pelo governo.

    A maioria da população compreende a importância do papel social do Banco do Brasil. Mas é preciso ampliar a rede de apoiadores do BB, a partir de ações que mostrem para as pessoas e para as comunidades como ele pode e deve ser fomentador de desenvolvimento. É preciso, ainda, um plano de ação envolvendo lideranças e profissionais para propor desde ações de comunicação até proposta de atuação do BB como empresa pública.

    Ou seja, é preciso juntar todos os segmentos da sociedade numa frente com força para denunciar o que representaria o fim de um banco público como Banco do Brasil.

    Francisco Alexandre – Ex-diretor eleito de Planejamento Eleito da Previ e ex-presidente da BRF Food Previdência

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