O caos e o autismo do governo e da mídia.

O absurdo instituído no país, onde através de um corte abrupto, sem sentido  o país foi amputado por uma PEC, que em nome de uma fictícia Responsabilidade Fiscal,   colocou uma  corda no pescoço do país e a incrustrou na Constituição. Diga-se de passagem, que responsabilidade Fiscal significa restringir investimentos, resguardar o dinheiro para pagar os bancos e incapacitar o governo de resolver problemas urgentes ou emergenciais. Enquanto isto, mantém-se a todo custo o pagamento da dívida, que se modifica conforme os juros, que segundo eles controla o índice inflacionário. Aliás  segundo os “insuspeitos especialistas”, (banqueiros ou funcionários de bancos internacionais)  dizem que a inflação  deve ser contida com a alta de juros. Ou seja quem controla os juros controla o próprio lucro e enche os bolsos de banqueiros.  Em outras palavras ganham quando a inflação está em alta, e ganham para baixar a inflação.  Ao vincular o orçamento  a um índice financeiro controlado pelo Banco Central, a economia é controlada  por aquele que ao manipular este índice,  para cima ou para baixo, o faz conforme seus interesses

Em nome desta responsabilidade fiscal, o governo saiu por aí acabando com todos os investimentos, independente do estágio onde estavam. Obviamente, isto é jogar dinheiro fora. Acabaram com o maior Banco de Desenvolvimento do Mundo, retirando o dinheiro do investimento para pagar a dívida, que  segundo a linguagem tucana e a do  governo é  sanar as contas do estado. Na verdade, todos sabemos que o problema é a  Receita estúpido!!! Mas a receita despencou com esta política recessiva, e vai despencar mais ainda em nome da Responsabilidade Fiscal.

Em nome da responsabilidade fiscal atacam com uma mão  e na outra usam a luta contra a corrupção. No caso da Petrobrás, após uma campanha midiática, culparam não apenas a  vítima, mas também o  papel central da Petrobrás no desenvolvimento do país. Midiaticamente transformaram uma Petrobrás que bate recordes de produção em  uma Petrobrás quebrada e endividada. A Petrobrás é na verdade a jóia da coroa,que bate   recordes na produção, e conseguiu, a despeito de tudo, superar seu  desempenho  durante este período de manutenção forçada e artificial  dos preços do petróleo. Isto sim um grande golpe, pois curiosamente, quando  a região de maior produção de petróleo continua conflagrada, e portanto a oferta foi diminuída, os preços, “regulados pelo mercado”, surpreendentemente caíram.  No meio tempo, centenas de petrolíferas menores faliram, as companhias de Shale Oil  faliram e a  Venezuela  foi jogada num estado calamitoso.  Em resumo, a manutenção dos preços  aumentou mais ainda o monopólio. A Petrobrás resistiu aos golpes do tal mercado, mas não resistiu ao nosso golpe político. E assim  nossa Petrobrás está sendo   fragmentada e vendida para laranjas das grandes companhias do Petróleo. O monópolio do Petróleo, com a ideologia de Mercado Livre agradece e abocanha nosso pré-sal.

E como uma máquina de destruição em massa, o governo impede e corta todos os contratos da Petrobrás com a indústria nacional. Toma o dinheiro do BNDES,  e participa da destruição de empreiteiras brasileiras em nome corrupção. Temer, Jucá, Geddel, Moreira, e a lista sem fim de ministros e ex ministros, são os guardiões da moral, juntamente com um pastor que fala em nome de Deus e um juiz que vive dando palestras na Terra do Tio Sam. Para os interessados, confessa ao vivo e a cores, que   defende a idéia de que  ele deve e pode burlar a legislação, pois ele é o guardião da  lei. Isto é tão escancarado que apenas significa que a Instituição Justiça já acabou. Temos um supremo  que são sintetizados no filme 12 homens e 12 sentenças. Mas todas são coniventes com os abusos. São presididos por uma Juiza que iniciou visitando presídios e falando da segurança e agora se recolhe apressada, mas foi capa de revista.

Depois da explosão nos presídios, onde o governador do RN disse estar tudo sobre controle,  agora fora dos holofotes, a midia reitera e diz que está  tudo calmo.  Agora a barbárie ocorre no Espirito Santo, estado que havia se apressado em implementar as políticas de ajuste. Um governador neoliberal, confesso e  possesso grita com os que ousaram questionar sua autoridade. O governador  vocifera, ameaça e na televisão, ignorando as centenas de mortes em  cinco dias, diz que não pode fazer nada, pois se fizer pode colocar em risco a responsabilidade fiscal. O governo Federal, em nome do ajuste,  não manda ajuda financeira,manda tropas, mas, logo nos primeiros dias,  pediu para realizar um déficit monstruoso, colocando a culpa no  governo anterior do qual participava. Logo a seguir  cedeu ao reajuste do Judiciário.

 No Espírito Santo, as vidas dos que morreram ou a vida dos servidores  podem ser imoladas ao Deus Mercado. A fala deste governador “Hartung” foi antológica, e demonstra o autismo destes homens, que só enxergam a população através do jornal nacional. No meio da crise dos presídios, foi elogiado por dizer que havia feito a lição de casa e o estado não tinha problemas de segurança. O discurso propagado, visando pressionar outros governadores, gerou um convite para entrevista, que veio sem dǘvida antes da explosão no Espirito Santo. O governador que havia se preparado  para o momento de glória foi pego de surpresa, e interrogado por uma jornalista também em choque. Afinal esta jornalista sabe que nós sabemos o  que ela fez no último verão.

Num outro programa de TV, enquanto alguns jornalistas começam a dizer,   que é necessário se fazer alguma coisa, mesmo flexibilizando a PEC, um Sardenberg possesso, afirma: “não pode haver retorno, temos que ir com o ajuste fiscal até o fim”. É crucial segundo ele.  A seguir, criando desde já uma narrativa  de vitória do governador, já começaram a dizer que ele não vai retroceder e que os grevistas retrocederam. O caos está tão grande que até os jornalistas que sempre deram suporte ao Mercado, temerosos,  começaram dizer que diante da situação algo tinha que ser feito. O planalto completamente autista, continua na sua briga surda para permanecer no cargo, e continua jogando e trocando cargos e montando um governo que alguns chamam de jogada genial e brilhante. O país se esfacelando e Temer preocupado com sua própria cabeça.

Por sua vez o judiciário, ou parte do que restou dele, continua na sua briga pelo Poder. A suprema Carmem, capa da Isto É, sumiu, indicando talvez que não se interesse mais pelo cargo. O procurador Geral indicia Raposas felpudas, apenas para afirmar  que está ali, e tem  poder  e que não quer  ser descartado. Enquanto isto, os verdadeiros tubarões do mercado, como o PSDB de Serra e parentes, ficam fora dos holofotes. Temer já descobriu como satisfazê-los entregando as estatais   a preços módicos  e controlando a Câmara e o Senado para passar as medidas “impopulares”, ( isto é contra a população). Totalmente amarrado pela própria PEC do orçamento, que implementou, o governo joga no colo dos governadores e prefeitos, a recessão, e no torniquete, os obriga ao confronto com os seus servidores. Sem saída se omite ajudado pela imprensa.

Esta receita para o caos, continua, mas vemos em Brasília, que o planalto já não se comunica com os estados, a não ser mandando tropas. Que por sua vez, vão se revoltar quando sentirem que são apenas usadas enquanto que em Brasília os jantares continuam regados a bom vinho, e conversas torpes em chalanas. Após cinco dias de caos e bárbarie, o presidente disse que é um absurdo e que vai resolver a escolha do Ministro da Justiça em breve, mas com calma para ter um bom nome. Bom nome para que???. Até lá vê-se que o que deixou o cargo da Justiça  nada deixou de concreto mas ganhou espaço para uma pensão vitalícia, que aliás, não sofre jamais  com o  ajuste fiscal nem reforma da previdência.

Redação

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