Nas ruas de várias cidades brasileiras, os manifestantes foram exigir melhorias nos serviços públicos, além de outras reivindicações. Nesse período, e até um pouco antes, havia se instalado mais uma crise na questão dos povos indígenas, pelo menos os de conhecimento público, como no caso do Museu do Índio – RJ, nas ocupações em MS, na Usina de Belo Monte, onde sofreram com mais uma violência histórica. Uma das pautas vindas da rua, a saúde era uma das mais importantes, gerando algumas discussões nos diversos seguimentos, como formação médica, a iniciação profissional, a humanização da Medicina, a vinda de médicos estrangeiros , visando atender as regiões mais carentes e longínquas do país.
É nessa hora que um personagem deveria ser lembrado, o médico Noel Nutels (1913 -1973), cujo o trabalho e dedicação ia de encontro com algumas das questões colocadas acima.
Veio da Ucrânia ainda menino e sua família se estabeleceu no Recife. Estudou Medicina e entrou para o serviço público, e que tempos depois, já com trabalho consolidado, fica conhecido como “Médico dos Índios”, mas também foi de encontro a muita gente necessitada. Ao iniciar os trabalhos pelo sertão brasileiro, se depara com a mesma realidade precária, que êle havia lido nos relatos do início do século XX, das condições sanitárias dos povos indígenas e as demais populações da região. Idêntica sensação carregam os atuais médicos, que se dedicam a mesma causa e que constatam que quase nada mudou desde a época de Noel Nutels.
Duas leituras sobre Noel Nutels:
A primeira, uma biografia – “Homem de ação, o sanitarista Noel Nutels levou serviço médico para os rincões do país e defendeu a causa indígena” (Revista de História) em:
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/retrato/consultorio-ao-ar-livre
A segunda, o seu trabalho nas comunidades indígenas – “Política indigenista e assistência à saúde Noel Nutels e o serviço de unidades sanitárias aéreas” (Scielo) em:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X1987000400003&script=sci_arttext
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