O crime de estelionato que a Lava Jato Curitiba esconde esperando prescrever

Nos diálogos divulgados pela Vazajato, Diogo Castor admitiu aos colegas ter pago pelo outdoor.

Reprodução Globoplay

Os jornais noticiam que o procurador Diogo Castor, acusado de ter financiado um outdoor em Curitiba, de exaltação à Lava Jato. O episódio é relevante para mostrar como a Lava Jato instrumentalizou os principais recursos judiciais que ela sempre condenou.

Um deles, a postergação indefinida dos casos, visando a prescrição. Foi o que ocorreu com o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e não apenas em relação a Diogo Castor, mas ao próprio Deltan Dallagnol. A denúncia do powerpoint foi retirada de pauta  quarenta vezes e também caminha para a prescrição.

Mais grave é que o caso Diogo Castor encobre um episódio nítido de estelionato.

Segundo matéria da UOL de 27 de setembro de 2019, os procuradores valeram-se de um CPF de terceiro para pagar a conta, do baterista João Carlos Queiroz Barbosa. Ele só soube do fato em abril do ano passado, quando recebeu uma ligação da Polícia Federal intimando-o a dar um depoimento sobre o episódio.

Segundo a reportagem,

“Barbosa, o JC Batera, só descobriu o motivo da intimação ao ficar de frente para o delegado Maurício Moscardi Grillo. O delegado da PF explicou que precisava saber se ele tinha contratado a instalação de um outdoor em homenagem aos cinco anos da operação Lava Jato, em março, numa via de acesso ao aeroporto Afonso Pena, na região metropolitana da capital paranaense. “Eu não contratei nada”, disse Barbosa ao UOL, repetindo as informações que deu à PF. “Os R$ 4.100 que disseram ter custado esse outdoor passam longe do que ganho por mês como músico e instrutor de bateria.” Barbosa havia sido contatado pela PF pois seu nome e alguns de seus dados pessoais constavam de um recibo emitido pela empresa Outodoor midia”.

O único ponto em comum com a Lava Jato é o fato de ter vínculo com uma igreja evangélica de Curitiba. Nos diálogos divulgados pela Vazajato, Diogo Castor admitiu aos colegas ter pago pelo outdoor.

No final de julho, Barbosa foi ao 11º Distrito Policial de Curitiba e registrou boletim de ocorrência. Não obteve detalhes nem da Polícia Federal nem da Civil.

No final da reportagem, a esperança vã de Barbosa: “Espero que essa investigação não demore tanto assim para terminar”.

Luis Nassif

7 Comentários

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  1. As Otoridades “Competentes” vão continuar fazendo cara de paisagem até que o crime prescreva?

    Não me convidaram prá esta festa pobre…

    Valeu, Cazuza!

  2. O Bau da Injustissa bateu na porta do Brazil e fez morada no planalto e na repubrica de curatiba…Tamo perdidin da silva…
    Parece que os evangelikoviskies estan seguindo ao diabo na terra da cloroquina e tam mintindo a pampa. Nao sei o que JESUS pensa disso.
    Tristinho e calado ele ta. E a justissa tomo rumo ignorado por demas pior que pirata a vista… nem a prazo…

  3. Ou seja, criminosos se passando por autoridades, usando o nome de terceiros, envolvendo-os em seus crimes, forjando provas, comprando testemunhas, torturando pessoas psicologicamente, para alcançar seus objetivos de destruir o Brasil e alcançar o poder de forma ilegal e criminosa. Falta vergonha à PGR, à nossa justiça, ao executivo e ao legislativo, para frear esses criminosos, e ainda contam com a benevolência das nossas forças militares, que também estão rumando para o crime, junto com eles.

  4. Só quem teve o DESPRAZER de lidar com os MPs no BRASIL (no meu caso o de SP) ..sabe o tipo disidioso, preguiçoso, abusivo e prevaricante que ali habita ..um nojo que fez ter ódio do BRASIL

  5. o espirito de corpo (no caso é de porco) do poder judiciário é indecente. Além dos fatos já apontados pelo The Intercept na Farsa-Jato, temos o desembargador Eduardo Siqueira do TJSP com dezenas de processos por má conduta simplesmente arquivados e se procurar, os casos se multiplicam Brasil afora.

    De que vale a Corregedoria?

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