
A recuperação em V preconizada por Paulo Guedes continua sendo desmentida a cada novo índice econômico.
Tome-se o caso dos indicadores de emprego da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio). É levantada mensalmente, mas apresenta dados agregados dos últimos três meses.
Comparando-se o último dado – período jan-mar 2021 – com o dado anterior – dez 2020-fev 2021, se terá dois meses comuns. Assim, a diferença – diluída – será apenas entre o último mês – o de março de 2021 – com o primeiro mês do período anterior – dez 2020. Mesmo assim, o peso dessa diferença pesará apenas 1 ⁄ 3 na comparação.
Mesmo assim, confira na tabela abaixo:
- Houve um aumento (vegetativo) na População Economicamente Ativa (185 mil pessoas) e na Força de Trabalho (133 mil pessoas). A FT mede a quantidade de pessoas que entraram no mercado. Portanto, para manter os índices de empregabilidade, teria, no mínimo, que haver um aumento da oferta de emprego na mesma proporção.
- No entanto, a população ocupada caiu 249 mil pessoas.
- A população desocupada aumentou 382 mil pessoas
- A população fora da força de trabalho aumentou 52 mil pessoas.
- A soma de Desocupados + Fora da FT aumentou 434 mil pessoas.
Vamos, agora, a uma segunda comparação, entre o período out-dez 2020 e jan-mar 2021, comparando o trimestre inteiro com o anterior. A Força de Trabalho aumento 351 mil. A população ocupada diminuiu 529 mil. Somando desocupados e fora da força de trabalho, chega-se a 1.105 mil pessoas.
Se a comparação for em relação a 12 meses atrás, aí se desenha o mapa do inferno. Em 12 meses, a População Economicamente Ativa aumentou 4.618 mil, enquanto a Força de Trabalho diminuiu 4.618 mil e a população ocupada diminuiu 6.573 mil.
A soma de Desocupados + Fora da Força de Trabalho aumentou 11.157 mil pessoas.
Em relação ao período dez-fev 2021, queda do emprego, de 249 mil pessoas, foi disseminada. Houve aumento apenas na Indústria Geral (84 mil) e em Informação, comunicação e atividades financeiras (155 mil). Todos os demais setores registraram queda, especialmente Outros Serviços (-141 mil), Comércio, reparação de veículos (-124 mil) e Alojamento e Alimentação (-122 mil).
Em relação a 12 meses atrás, houve perda de 6.573 mil pessoas. No setor Indústria Geral, a perda foi de 914 mil pessoas, mostrando que a melhoria do último mês não cobriu nem 10% das perdas.
Na composição do emprego, os maiores empregadores são Administração Pública, Comércio e Reparação de Veículos, Informação Comunicação e Atividades Financeiras e Indústria Geral.

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