Claudia,
A citação aos jornalistas foi uma ironia. O interessante nessa história, como disse o comentarista Igor, é o fato do jornal O Globo usar um artigo do Zé Dirceu para detonar o Serra.
O artigo em questão nem é um ataque de Dirceu ao Zé Bolinha, como diz o título do post. Está mais para uma crítica ao diversionismo da mídia, que tenta passar a ideia de que a disputa interna do PSDB será entre Aécio e Serra, quando, na opinião dele (Dirceu) será entre Aécio e Alckmin.
O blogueiro Zé Dirceu é um analista político, portanto não vejo problemas dele analisar um assunto que está presente diariamente na mídia mainstream. Se isso é bom ou ruim para o PT eu não sei, acho que não afeta em nada.
Abaixo os artigos citados:
2014: disputa no PSDB é entre Aécio e Alckmin
Publicado em 14-Fev-2011
A midia faz, cada vez com mais freqüência, reportagens sobre o novo líder da oposição, senador Aécio Neves (PSDB-MG) e sobre as divisões internas no PSDB. Mas, por não ter captado a real disputa, ainda, ou por ser de seu interesse, ela faz de uma forma diversionista, colocando-a num enfoque errado.
O centro da disputa pela Presidência da República na seara tucana, e aliada deles para 2014, não se dará entre Aécio e o candidato derrotado ao Planalto em 2010 e em 2002, José Serra. Se dará, sim, entre o ex-governador de Minas e, atual senador do PSDB, Aécio Neves e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o candidato deles derrotado na disputa presidencial de 2006.
Todo o resto, como eu disse, é diversionismo e marola. De todos os postulantes – e inclua-se aí a determinação do prefeito da Capital, Gilberto Kassab, de também disputar o governo paulista em 2014 – Alckmin tem a posição mais confortável, um leque com nada menos que três opções.
Aécio impõe derrotas a José Serra e a Kassab
Geraldo pode se recandidatar a governador; propor a José Serra que volte ao governo paulista em 2014; ou, ainda, que seja já candidato a prefeito de São Paulo no ano que vem. Já Aécio depende do governo que fizer seu sucessor (eleito por ele) Antonio Anastasia e da própria performance como líder da oposição no Senado e no PSDB. Aécio não para e, pela atuação, diz diariamente a que veio e o que quer em 2014.
Além da máquina de propaganda e controle da mídia em Minas Gerais, conta com a vitrine em que transformou sua presença no Senado e com a simpatia da mídia nacional. Aécio opera, inclusive, no DEM, onde apoiou abertamente a candidatura e a vitória de ACM Neto (DEM-BA) como novo líder da bancada demo na Câmara.
Derrotou, assim, o preferido de Kassab e do ex-presidente nacional – e ainda figura de peso na legenda – ex-senador Jorge Bornhausen (DEM-SC). Vejam, também, o post abaixo.
Senador ja impôs derrota a José Serra
Publicado em 14-Fev-2011
Ainda nas preliminares da disputa entre tucanos/oposição para 2014 (leia post acima) e num lance em que contou com a ajuda do aliado circunstancial, governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), já impôs mais uma derrota a José Serra, que apadrinha e é o principal patrono da dissidência de Kassab no DEM.
Da mesma forma que a disputa pela legenda para sair candidato a presidente em 2014, a luta pelo controle nacional do PSDB se dará, também, entre Alckmin e Aécio, entre os candidatos dos dois à presidência nacional do partido.
Ainda que num 1º momento – e quando lhe foi conveniente para dar mais um chega pra lá em José Serra – Alckmin tenha ajudado Aécio a engrossar aquela manifesto em que a bancada federal tucana fechou com a recondução do ex-senador e agora deputado Sérgio Guerra (PSDB-PE) para presidente do partido.
Aécio, até o mármore do piso do Congresso sabe disso, atuou para engrossar a adesão ao manifesto, arrebanhando deputados que ainda não sabiam de sua existência e instando outros, hesitantes, a assiná-lo.
Palácio passa recibo de corrupção no governo anterior
Atenção para outro detalhe: em São Paulo, depois do desmonte que fez da gestão José Serra, Alckmin começa a construir um governo de contraponto ao de Dilma Roussef. Basta acompanhar suas medidas na área social e de Educação, pontos prioritários da presidenta da República.
A propósito mais um lance do desmonte do governo Serra: o Painel político da FSP noticia hoje que a renegociação de contratos de obras e serviços terceirizados que passaram pelo crivo de 40 corregedores do Palácio dos Bandeirantes gerou economia de R$ 61 mil em janeiro e a expectativa é de, até o final deste ano, atingir R$ 7 milhões.
Se isto não é desmonte e não é passar recibo de corrupção e superfaturamento no governo anterior, o que é, então? Resta, agora, saber o que fará José Serra. Qual sua força e seu próximo lance.
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