O Efeito Dunning-Kruger

O sonho de vida dos filantropos é poder ajudar cada pessoa apresentando-lhes tudo o que elas podem fazer, além da inteligência e do empoderamento criativo que elas têm. Nada é comparável à motivação, ao famoso upgrade.

Essa situação só é possível com um número pequeno de pessoas e, mesmo assim, tem-se dificuldades. É sugerível o seguinte: ter a sorte de não se projetar como um formador de opinião, ou mesmo, de sugestionar os outros com imposições e devaneios sem antes ter de aprender mais sobre a situação e sobre a pessoa envolvida.

“O problema não é o problema. O problema é sua atitude com relação ao problema.” (Kelly Young, 1.900)

Pense nisso antes de descompor alguém ou de passar “pito” em algum colega de serviço, funcionário ou mesmo em um amigo, por alguma opinião que lhes pareça errada.

Eu mesmo jamais comecei a dar palpite antes dos 25 anos, só vim a passar “pito” em alguém muito tempo depois. Porque para passar “pito” nos outros deve-se ter muita experiência antes.

É por isso que os relatórios, documentos e atas feitos pelos novatos, no meio trabalhista, quando bem feitos, são questionados pelos veteranos por acharem que os primeiros não têm essa capacidade toda, pelo contrário, acreditam piamente que eles só sabem isso ou aquilo, porque leram ou ouviram em algum lugar.

Não se sinta diminuído, tenha propósito de vida, resiliência e coragem para mudar, nesses momentos sei que nos sentimos apequenados. O mundo sempre vai conspirar contra o seu equilíbrio e estabilidade. As coisas não foram feitas para darem certo. O desânimo comparece estampado em olhos sem brilho e ombros arqueados de pessoas que clamam por alívio.

É preciso enfrentar os problemas de frente para não ser destruído por eles.

Problemas são diminutos e só crescem se alimentarmos. Portanto, foque em sua vocação. Certamente você inspirará e influenciará positivamente outras pessoas, deixando assim um legado. Essa é outra característica de um excelente profissional, a famosa Síndrome de Dunning-Kruger.

No século XX, o filósofo inglês Bertrand Russell escreveu: “O problema com o mundo é que os estúpidos são excessivamente confiantes, e os inteligentes são cheios de dúvidas”. Essa é uma característica complexa do comportamento psicossocial humano representada em palavras.

O sujeito nunca questiona assim: “_ Para o meu funcionário dizer o que está dizendo, o que ele precisou saber para além disso?” Se pensarmos bem, esse é o “X” da questão. Existe junto a incapacidade prática e em função dela, a carência de algumas lideranças sempre depreciarem os outros e buscar uma compensação, haja vista que a impotência diante da vida é uma coisa estonteante. Ninguém quer se sentir impotente, principalmente quem está em um cargo de liderança.

Eu quero tudo e não posso nada. Meu chefe é um sádico.

Quando você pensa que está imobilizado, preso ou amarrado por todos os lados. Claro que você vai ter pavor do universo, pensa logo em culpar a Deus, ou então vai logo tratando de encontrar alguém para criticar, falar mal, ridicularizar. Essa compensação é como caranguejos no balde, um está saindo e o outro está puxando para baixo. É viver em uma tragédia.

Tudo isso é superável, mas a pessoa precisa tomar consciência de que a ressignificação de todas as contingências existenciais começa quando ela descobre que:

                    1º) É incapaz.

Perceber isso e aceitar é fundamental, daí pensar: “_ Como é que eu faço para deixar de ser incapaz?” Enfrentando situações e conhecendo alguém que não é e aprender com essa pessoa. Em vez de odiá-la, como acontece na maioria dos casos. Tudo nesse mundo é passível de aprendizagem, mas só se aprende aquilo que você importa para dentro de si.

Só se aprende algo quando esse algo te desperta interesse, se você se importa com ele. Quando se valora uma qualidade, ama-se quem possui essa qualidade e esse amor vai impregnando você das qualidades do outro e, assim, somos capazes de superar todas as dificuldades autoimpostas pela vida.

                    2º) Por ser brasileiro, você é anormal.

Não existe uma normalidade social padronizada no Brasil. Existe padrão de normalidade grupal, pois para sermos considerados normais precisamos nos ajustar à loucura de um grupo em particular, porém um padrão de normalidade que seja reconhecido na sociedade ou nas empresas, não existe. Em outros países existe.

No Brasil tem chefes e empregados que estão totalmente loucos, estão loucos há várias décadas – seja por uma situação que aconteceu, um trauma, um acidente, uma perda familiar, ou mesmo por sadismo, e ninguém percebe que eles estão loucos. Como isso é possível? É possível sim. É comprovado cientificamente que o grau de importância com o próximo é inversamente proporcional à evolução.

Seja você patrão ou empregado, não seja sádico ou indiferente, assim, o que fazer? Deve-se adquirir valor, que é o poder que você tem perante a vida, não é o poder que os outros te conferem. O poder que os outros te conferem, não é o teu valor, pois quando eles não te quiserem mais, eles te tiram das suas vidas, do grupo formado por eles, ou da empresa.

Estou certo de que esse não é o valor real da existência de um ser humano, o “poder” é aquele que está em você e é intransferível. Nós, incapazes brasileiros anormais, precisamos aprender o exercício do empoderamento, pela transposição de valor.

Não espere ser notado, mantenha distância do efeito Dunning-Kruger o qual, segundo a Wikipédia, é o fenômeno pelo qual indivíduos que possuem pouco conhecimento sobre um assunto acreditam saber mais que outros, fazendo com que, estes, tomem decisões erradas e cheguem a resultados indevidos;  é a sua incompetência que os restringe da habilidade de reconhecer os próprios erros.

Tem gente que é louca e passa “pito” em qualquer um. É importante saber que quando não nos querem mais, na empresa ou em um grupo social, nos demitem; nos tiram de suas vidas. Não se sinta amarrado às circunstâncias. É preferível a loucura da vida à sabedoria da indiferença.

*Neemias dos Santos Almeida é Professor e Pedagogo. Colunista, Articulista, Membro da ONG Atuação Voluntária, Escritor, Voluntário junto ao órgão internacional PNUD/Brasil, e ávido leitor que vive a internet e suas excentricidades desde 2001.

Redação

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