O ELEITOR ACOXINHOU-SE

Metade dos eleitores atuais, ou mais, especialmente nas maiores aglomeraçōes urbanas, não tinha idade para se afligir com os descalabros tucanos dos anos 90. Por isso, a comparaçāo entre os novos e os velhos tempos, que para nós trata de fatos cristalinos e veementes, para esses eleitores é apenas um exercício de abstração pouco convincente. Ademais, quem hoje está há 12 anos trabalhando sem medo de perder o emprego tende a achar que o mérito é dele, de suas virtudes profissionais. E agora ele quer mais, quer viajar para o exterior, trocar de carro a cada 2 anos, colocar o filho em escola particular e torcer o nariz para investimentos na educação pública. O indivíduo que se apertava na periferia aburguesou-se e não quer saber do PT. O discurso da comparação, que nos deu vitórias memoráveis em 2006 e 2010, agora não surte o mesmo efeito. São pessoas que renegam o passado, sem virtudes morais de solidariedade e patriotismo, leais apenas a si mesmas e muito influenciadas pela mídia: leem Veja, a Folha e assistem ao Jornal Nacional. Tiramos seus pais da miséria e criamos cobras que nos odeiam porque os lembramos de que já foram crianças pobres da periferia.

Redação

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