O enfraquecimento do governo Bolsonaro e o retorno dos que foram.

Para se analisar o movimento lento da política brasileira na direção de uma possível mobilização na direção do chamado “estado de direito”, que para um país em que a maioria nunca teve e continua não tendo direito, temos que levar em conta os que realmente utilizam o “estado de direito” brasileiro, ou seja, o grande capital.
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Muitos dizem que Bolsonaro não era o candidato preferencial do grande capital, entretanto não se explica como de praticamente nada Bolsonaro e seu partido laranja, o PSL, conseguiu as surpreendentes vitórias em estados importantes e elegeram a segunda maior bancada do congresso nacional.
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Quem gosta de simplificar o discurso fala de antipetismo de fake News e mais outras aberrações políticas, entretanto esquecem que para que haja um antipetismo e que se propagem estas fake News é necessário muito dinheiro que certamente não saíram do caixa das milícias cariocas, este dinheiro saiu do bolso de quem tem em excesso e quem seria beneficiado pela eleição do atual ocupante da cadeira de presidente da nação.
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Seguindo o dinheiro, que brota no sistema financeiro em abundância mesmo com a crise econômica que vivemos, rapidamente podemos identificar quem apoiou tanto a campanha antipetista como as fake News, apesar do “velho da Havan” (nome adotado pelo mesmo) ele é um subproduto do capitalismo brasileiro que beneficiou-se de alguns privilégios nada lá muito republicanos, mas a sua ação é mais folclórica e provavelmente nunca será convidado para um chá na casa de uma famosa banqueira brasileira. Logo, tirando as figuras folclóricas e ridículas, a verdadeira elite brasileira, intimamente ligada com a elite internacional, foi a maior financiadora da direita brasileira. Alguém pode dizer que não foi a primeira escolha, mas como diz o ditado, foi o que a casa oferece.
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Pois bem, definido quem financiou o que, sabe-se que quem financia é quem manda, porém a personagem que ocupa a cadeira da Presidência da República quer e deseja caminhar com suas próprias pernas curtas e capengas (no momento) colocando um grupo mais afinado com processos muito ao longe dos tolerados pela elite que aceita inclusive ditaduras que sejam comprometidas com o seu programa de ações.
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Muitos acham que o atual governo começa a perder o apoio das elites simplesmente por perdas econômicas, se fosse somente por este caminho, este entrave seria resolvido através de políticas de transferência de renda das classes sociais mais abaixo da grande burguesia nacional, como os operários e pequenos burgueses. Porém para isto é necessário a criação de um Estado Totalitário sob o comando de forças militarizadas, entretanto nos países do terceiro mundo este papel é entregue geralmente às forças armadas nacionais e devidos ao desvio de comportamento do chefe atual do executivo o alto comando destas forças armadas não é o caminho escolhido. O que tramam o executivo e seu círculo íntimo de poder (muito íntimo) é uma verdadeira subversão do esquema adotado nos últimos séculos, é o comando direto da baixa oficialidade com reforço das polícias militares diretamente pelo atual ocupante do cargo da presidência, ou seja, uma verdadeira insubmissão da ordem de comando.
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Caso este verdadeiro golpe institucional subverta não só os quadros civis do poder, mas como também a ordem militar, num país com as dimensões e com a potencialidade do Brasil, esta subversão seria algo análogo ao governo fascista alemão após 1942. Fique claro que estabeleci uma data exata onde começa realmente o domínio fascista na Alemanha, ou seja, após Hitler assumir o poder quem ainda o controlava era o grande capital com apoio das forças armadas descendentes diretas da oficialidade prussiana Junker. Até o fim de 1942 com a derrota dos exércitos alemães em Stalingrado (fins de 1942 início de 1943) o exército alemão tinha um certo controle do governo, e quando ele perde é quando começam as conspirações contra o Führer. Não podemos esquecer que a primeira conspiração executada contra Hitler ocorre em 13 de março de 1943, ou seja, já no fim de 1942 o exército alemão começava a tramar contra o chefe do governo nazista.
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O que se pode ver nos dias atuais é que não há ainda uma força de suporte organizada do atual ocupante da cadeira da presidência, porém este vai aos poucos montando a sua SS pessoal, que garantiu que ao líder Alemão mantivesse o poder na Alemanha até a sua destruição (do país, é claro).
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Dos dias atuais até o meio do próximo ano ainda há possibilidades das forças que elegeram e pagaram a última eleição tem possibilidades de derrubar o governo, porém o tempo vai diminuindo e se começar a aparecer tatu em cima de árvore, não se espantem, pois alguém é que o colocou lá.

Redação

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