O golpe agoniza, mas a nova ditadura ainda não morreu

“Sem Dilma, PIB deve melhorar” – era isto o que a mídia dizia em 01/09/2016 https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2016/09/01/sem-dilma-o-que-acontece-com-dolar-emprego-e-inflacao-ate-o-proximo-ano.htm. A realidade se mostrou bem diferente. O PIB, que já estava despencando por causa da crise política alimentada pela mídia anti-petista, piorou sensivelmente depois que o usurpador chegou ao poder  https://jornalggn.com.br/noticia/pib-encerrou-2016-com-queda-de-36 .

Ao refletir sobre a política na Grécia antiga, Hannah Arendt afirmou que:

“O espaço político como tal se realiza e garante a liberdade de todos os cidadãos e a realidade discutida e testemunhada pela maioria. Mas a busca de um significado para além da esfera política só pode ser levada a cabo se, como os filósofos da polis, se opta por interagir com a minoria e se convence de que falar livremente com os outros sobre alguma coisa não produz realidade, mas engano, e não cria verdade, mas mentiras.” (A promessa da política, Hannah Arendt, Difel, Rio de Janeiro, 2008,  p. 186)

As mentiras repetidas á exaustão nos telejornais (o caso do Jornal Nacional é exemplar) que legitimaram o golpe de 2016 e levaram Michel Temer ao poder só conseguiram produzir uma verdade: a ruína econômica do Brasil. Mas a opinião hegemônica construída pela minoria, pelos barões da mídia, não sofrerá nenhuma alteração significativa por causa do tombo econômico. A imprensa vai apenas dobrar a aposta, acreditando que pode reassumir de vez o controle do poder político mediante uma guerra civil, obrigando as forças do Estado a reprimir de maneira brutal qualquer reação popular que coloque em risco o empobrecimento programado transformado em política pública pelo novo governo.

A combinação de pleno emprego com crescimento moderado e distribuição de renda (governos Lula e Dilma) foi substituída pela mistura explosiva de recessão com desemprego crescente e redução de investimentos sociais (desgoverno Temer),. mas a imprensa ainda não fez um mea-culpa. Muito pelo contrário, irrigadas com verbas de publicidade milionárias os jornais, revistas e redes de TV continuam aplaudindo o usurpador e tentando enterrar Lula antes da eleição de 2018.

Nos próximos dias o PT será culpado pela crise econômica em virtude de se opor à reforma da previdência e à reforma trabalhista. Os pobres serão discriminados por serem preguiçosos. E o genocídio silencioso de 3 gerações de brasileiros mediante a redução de investimentos em saúde e educação será elevado á condição de imperativo categórico da moralização da política. Após inviabilizar a candidatura de Lula, restará apenas escolher quem será o novo boneco que usará a faixa presidencial. 

Fábio de Oliveira Ribeiro

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