“O mercado quer”

Uma frase que se lê muito nos jornalões afora é “o mercado quer”.

Certo é que “mercado” poderia remeter a outros tantos significados, tais como aquele simpático lugar onde se pode comprar frutas, legumes, verduras, ovos, carnes, embutidos, e muito mais coisas gostosas.

Ou, se houver o complemento “consumidor”, se referir a uma centena de milhões de pessoas que, no Brasil, dormem e sonham com os mas variados produtos e serviços, muitos absolutamente supérfluos, outros essenciais à existência.

Mas o mercado preferido por variados analistas econômicos e políticos que venderam suas almas para aquilo que outrora se poderia chamar de imprensa é outro.

Normalmente, quem cita o tal “mercado” demonstra uma intimidade tamanha com essa entidade que até abrevia a sua denominação, pois suprime a parte mais importante da palavra, composta, na verdade: se fossem mais formais, escreveriam “mercado financeiro”, pois é desse simpático setor da economia, formado por bancos, corretoras, bolsas de valores etc e tal, dos quais se julgam possuidores de segredos, desejos, e com os quais julgam privar da mais completa confiança, amizade, até.

Para esses notáveis escribas, o “mercado” é algo tão intrínseco às suas funções profissionais que eles não passam um dia sequer sem mencioná-lo em suas ilações sobre os rumos deste nosso tão machucado Brasil.

E o citam como se ele tivesse a relevância de um oráculo, como se as suas respostas proporcionassem a solução para tudo, desde as mais comezinhas questões microeconômicas, até os mais audaciosos projetos para a reconstrução do país.

O mercado quer.

Não o “mercado sugere”, ou mesmo “o mercado pede”.

O mercado quer, ele impõe, ele é o mais poderoso instrumento de dominação da nossa sociedade.

O mercado é a eminência parda, o cardeal Richelieu desta iníqua revolução que pretende levar de volta o Brasil ao século XIX. 

O mercado é a antítese da democracia, da transparência, e de qualquer projeto político/social progressista.

O mercado manda e só resta aos ordinários obedecer.

Redação

1 Comentário

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  1. Quem são os soldados do Mercado?

    Para ter poder e mandar, todo o poderoso necessita de um exército de milhares de armas e soldados. Isso era assim no passado. Com a alavancagem ocorrida nos EUA e Zona do Euro, primeiros e grandes a se venderem e se submeterem ao Mercado agiota rentista, o tal Mercado foi elevado a poder hegemônico, pairando absoluto sobre as nações do planeta. E não precisa de soldados nem exércitos para exercer e impor o seu poder. Para essa entidade dominar o Brasil bastou comprar as quadrilhas compostas pelas bandas podres do judiciário, Ministério Público (público por que raios?), PF e tantas outras corporações da burocracia improdutiva e iprestável do Estado Brasileiro. O Poder Legislativo ele já dominava graças à LEI PLUTORCÁRICA ELEITORAL outorgada por FFHH em 1997. Feito isso bastou montar uma parceria dessas quadrilhas de servidores públicos (???) corruptos com as quadrilhas de empresários controladores de empresas de comunicação, lideradas pela Globo/Mossack-Fonseca, que sempre esteve sob o seu absoluto controle. Os exércitos a serviço do Mercado são, portanto, um bando de pseudo jornalistas, juízes, procuradores e as empresas repetidoras da Globo/Mossack-Fonseca, instaladas em forma de CARTEL em todo o território nacional.

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