O “negócio da China” na parceria Butantan-Sinovac pela vacina contra coronavírus

Butantan tirará 85 milhões de reais de seus cofres para a fase 3 da vacina, livrando o laboratório chinês dos custos da operação de risco

Jornal GGN – Fernando Reinach, colunista do Estadão, publicou artigo nesta sexta (12) chamando atenção para o “negócio da China” por trás do anúncio do Instituto Butantan, que fechou parceria com o laboratório Sinovac para conduzir no Brasil a fase final dos testes clínicos para a vacina contra coronavírus.

O Butantan, um instituto centenário que amargou inúmeras crises por falta de investimento nos últimos anos, assumiu, na prática, um negócio de risco. Terá de desembolsar sozinho, de acordo com o diretor Dimas Covas, 85 milhões de reais para concretizar a chamada fase 3 da vacina, que será aplicada em 9 mil voluntários.

“Esse é um negócio da China, seguramente para a Sinovac, que conseguiu um financiador e os pacientes para testar seu produto a custo zero”, anotou. “Talvez” o negócio venha a ser bom para o Brasil, “pois caso a vacina comprove sua eficiência o Butantã poderá produzi-la localmente”, acrescentou o colunista.

Há um segundo ponto obscuro não abordado na coluna do Estadão: a possibilidade da parceria significar a abertura compulsória do mercado brasileiro para a China.

Isso porque enquanto a produção em São Paulo não deslanchar, a China – que já está produzindo a vacina em larga escala – poderá enviar doses prontas ao Brasil, afirmou Dimas Covas na quinta (11).

Mas o diretor do Butantan não explicou se já foi pactuada a doação de milhares ou milhões de doses do imunizante ao Brasil pela China, ou se o contrato com a Sinovac transformou o Brasil em mercado garantido para a vacina chinesa, que deverá ser comprada do mais novo parceiro.

Na visão do colunista do Estadão, até agora o certo é que “estamos pagando agora por um produto que ainda não existe.”

A PARCERIA

O Instituto Butantan, mantido pelo governo de São Paulo, anunciou na quinta (11) a parceria com a chinesa Sinovac para realizar no Brasil a última fase de testes clínicos para o desenvolvimento de uma vacina contra coronavírus.

A vacina, que usa um vírus inativo, está na fase 3, um dos estágios mais avançados do mundo, concorrendo com imunizantes desenvolvidos pela Universidade de Oxford e pela empresa Moderna, nos Estados Unidos, por exemplo.

Segundo Dimas Covas, a vantagem para o Butantan é que o instituto paulista já domina a tecnologia envolvendo células VERO utilizada nos estudos chineses, por causa de sua experiência com a vacina da dengue.

Se tudo der certo – ou seja, a vacina mostrar eficácia após ser testada em 9 mil brasileiros e a Anvisa liberar o registro – em junho de 2021 ela estará disponível para a população.

GGN acompanhou a coletiva de imprensa do governo do Estado em que Dimas Covas ofereceu detalhes sobre a parceria que coloca o Brasil na “corrida mundial” pela vacina.

Confira os principais pontos abaixo:

Instituto Butantan, de SP, põe Brasil na corrida mundial pela vacina contra coronavírus

 

Redação

5 Comentários

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  1. Ou seja, financiamos… fornecemos as cobaias e … se der certo, compramos as vacinas daqui a um ano… negócio da China… abram o olho, paulistada…!!!

    1. Para quem interessa fomentar a histeria? Já não bastam as Páginas e Páginas Policiais sobre Corrupção e Superfaturamentos, entre tantos, de Barbalho, Covas, Witzel e principalmente Dória, com Hospitais Vazios e Terrorismo Midiático. Agora vem mais uma parte da História de Atrasos e AntiCapitalismo de Estado Ditatorial, quando as Elites deste Estado usam das fortunas produzidas pela Nação para alavancarem Indústrias e Conhecimento Estrangeiros, para depois comprarem estes “´produtos” a Preços Extorsivos mantendo o eterno atraso do país. Somos o País do Absurdo, da Ignorância e ainda tem que defenda a manutenção desta desgraça que completa 90 anos?!! Usarão o Instituto Butantâ, suas Dependências e Conhecimento. Usarão do Dinheiro Brasileiro do Governo do Estado de SP. Depois de obtido o Produto, compraremos do Laboratório chinês, pelo Preço imposto por eles, o Medicamento que produzimos e financiamos. Não Nos faltam nem as penas. Pobre país rico. Tem quem defenda estes 90 anos replicados em 4 décadas de ‘progressistas’ petistas e tucanos. Mas de muito fácil explicação. MARINHO CHAGAS

  2. É de se perguntar ao “Estadão”: se o laboratório parceiro fosse dos Estados Unidos, toda essa precaução com uma provável perda de dinheiro seria indicada- e comentada?

    1. Não, aos EUA tanto essas pessoas que trabalham na firma OESP quanto algumas outras, entusiastas do “o Brasil tem que ficar no prejú para os EUA ganharem”, dão de graça.

  3. Essa reportagem deixa dúvidas. Fala que o Butantan “vai pagar por um produto que ainda não existe”, mas ao mesmo tempo diz que a vacina está sendo produzida em larga escala na China. Está sendo produzida sómente ou já está em uso pelos chineses?

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