O neoliberalismo e a fome crescente… na Inglaterra

Duas coisas caracterizam a política inglesa na atualidade. A primeira é a insistência do governo conservador de preservar os fundamentos econômicos do neoliberalismo. A segunda foi o rompimento com a União Européia.

Hoje o Spunik noticiou um fenômeno que pode afetar o futuro político da Inglaterra: a fome.

https://sputniknews.com/europe/201704251052989413-uk-poverty-food-banks/

Como o Spunik é uma agência de notícias russa e os conflitos diplomáticos entre Inglaterra e Rússia se tornaram uma realidade evidente em reuniões do Conselho de Segurança da ONU, enviei o link para um amigo inglês pelo Twitter https://twitter.com/FabioORibeiro/status/856955426088386560.  A resposta dele me surpreendeu.

Além de me enviar uma matéria do jornal inglês The Guardian que se refere ao mesmo problema https://www.theguardian.com/commentisfree/2015/aug/27/death-britains-benefits-system-fit-for-work-safety-net ele disse que o mesmo está sendo resolvido enquanto nós discutimos.

A fome sempre foi noticiada como um fenomeno característico dos países pobres (africanos, asiáticos e latino-americanos) e eventualmente dos regimes socialistas fracassados (leste europeu). Há décadas o capitalismo desenvolvimentista havia resolvido este problema na Europa continental e na Inglaterra.

O retorno da fome à terra da rainha prova inequivocamente que o neoliberalismo fracassou. É evidente que esta mutação do capitalismo conseguiu enriquecer assombrosamente uma parcela da população, mas ao custo do aumento da desigualdade social.

Em razão da expansão da fome em seu território, a Inglaterra não pode mais ser considerado um país rico. A ilha da rainha está voltando a ter a mesma aparência que tinha durante a Idade Média: pequenos bastiões de riqueza extrema cercados por cinturões de miséria crescente. Os sem-tetos, desempregados, subempregados e famintos são os novos servos da gleba, mas ao contrário dos servos da gleba medievais eles não tem qualquer utilidade econômica e estão sendo abandonados à própria sorte.

Como disse ao meu amigo inglês. Agora nem o Rei Arthur, nem Ricardo Coração de Leão conseguirão salvar os ingleses. Só Robin Hood socialista poderá recolocar a ilha no caminho certo.

Fábio de Oliveira Ribeiro

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