Preconceito linguístico

Para a linguística, não devemos ter preconceito quanto aos símbolos, sinais, significantes e significados exarados em um grupo social, mas é necessário a compreensão

Imagem: Reprodução

Por Neemias dos Santos Almeida

No decorrer dos séculos a sociedade tem demonstrado preconceito com referência a alguns dialetos e línguas, tendo em vista que o controle social é auto imposto. Fazendo menção quanto aos povo, línguas e nações, a história revela que culturas foram suprimidas devido a mecanismos de controle social estabelecidos por aqueles que detêm o poder.

Infere-se ainda que índios, negros e outras raças, as quais utilizam de dialetos próprios de seus grupos, a exemplo dos Ianomâmis e pigmeus, tem sofrido o efeito devastador do preconceito linguístico, quando se torna oficial a extinção das formas como se comunicam.

Para a linguística, não devemos ter preconceito quanto aos símbolos, sinais, significantes e significados exarados em um grupo social, mas é necessário a compreensão de que, este, é formado a partir de congruências vivenciadas na dialética, no ato de masterização do que se aprendeu como fato social.

A característica marcante dessa dinâmica não é fundamentada na língua em si; mas segundo (SAUSSURE, 1978, p. 56): “Um sistema linguístico é uma série de diferenças de sons, combinadas com uma série de diferenças de idéias.”

Vale lembrar que, em outra época, povoados e aldeias eram mensurados por intempestivas formas de propagação de sua cultura mediante a fala, logo, ao surgirem os hieróglifos e instrumentos artesanais, ficou mais difícil de se estabelecer critérios linguísticos para as formas de expressão de pensamentos.
Todavia, o falante sempre foi o emissor que se utiliza de um canal como meio para se atingir um fim, este canal é de suma importância quando, por ele, o receptor entende a mensagem.

Junto a isso, o preconceito linguístico tem se evidenciado no decurso da história quando, no inínico, por ocasião das missões evangelísticas os costumes foram relegados à segunda e terceira “instâncias”. Entretanto, hoje busca-se a superação de suas consequências não só na perspectiva cultural, mas também social.

Preconceitos existem para serem superados, daí dizermos que o Brasil está caminhando a passos largos em direção à maior aceitação dos verbetes, língua, dialetos – muitos deles com uma acentuada diferença lexical e empoderamento social consciente, através do etnocentrismo; aceitação do outro pelo que o outro é.

*Neemias dos Santos Almeida é Professor e Pedagogo. Colunista, Articulista, Membro da ONG Atuação Voluntária, Escritor, Voluntário junto ao órgão internacional PNUD/Brasil, e ávido leitor que vive a internet e suas excentricidades desde 2001.

Redação

8 Comentários

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  1. preconceito dificilmente se supera, pois é inconsciente

    dificilmente se supera. A autora bem que podia discorrer na nossa falta de educação na língua, nosso paupérrimo vocabulário e leitura.Somos fraquíssimos,e logo abandonamos palavras mais precisas por palavras da moda, parece-me que pra demonstrar atualidade e riqueza vocabular. Ubaldo Ribeiro tem uma antiga crônica engraçadíssima em que ele deita e rola que não se fala mais a palavra “difícil”, e, sim, “complicado” (que têm conotações diferentes.Outras amostras: “Resiliente, resiliência”, “narrrativa”, “empoderamento”, Nalguns lugares, a mídia começa e o povo vai atrás, substitui-se “Sinal”, pela linguagem de Detrans “semáforo” (Recife-PE), mas onde há uma educação e identidade cultural mais sólida continua-se a falar, mídia e povo, “sinaleira” na mídia e no povo (Porto Alegre).Casos como “empoderamento” são direta reprodução e imitação (status) norte-americana. “Afro-americano”, “afro-descendente” (a afiimação não passa por essas coisas, a meu ver, muito pelo contrário, demonstra um sentido de inferioridade, provvavelmente inconsciente)

  2. Preconceito linguistico num

    Preconceito linguistico num país cuja versão de português incorporou milhares de palavras dos povos indígenas…

  3. Que pena Um tema tao importante, mas o texto só falou platitudes

    Nao precisa apelar para pigmeus, índios, etc, algo que sugere que o preconceito linguístico só atinge falantes muito distantes de nós. O preconceito linguístico é uma das principais causas de fracasso escolar de crianças das classes populares, e um dos fatores que reprime a auto-expressao de pessoas das classes populares. É super difundido na sociedade, mas raramente é reconhecido como um preconceito.

  4. Discordo profundamente do

    Discordo profundamente do autor do texto. Existe uma norma chamada culta que simplesmente quer dizer norma seguida por pessoas educadas no presente ou num passado delimitado. Esta língua bem cultivada é necessária para se fazer filosofia, ciência, literatura etc, ou seja, para produzir conhecimento. Infelizmente, a educação básica do Brasil é precária. Nossos estudantes leem mal, escrevem mal e por isto mesmo falam mal. A inculta e bela, esplendor e sepultura é na boca de muitos mais inculta do que bela, mais sepultura do que esplendor! E assim é na boca do populacho e, que vergonha, na boca de muitos das classes superiores (incluindo professores acadêmicos e jornalistas)! Não é sem razão que estamos no fundo do poço. Somos transigentes demais com os nossos erros e com os alheios. Somos autoindulgentes (prezado professor, “auto imposto” escrito separado como está no texto é um erro, pois o auto tem de vir ligado ao imposto, formando autoimposto. Mas não se esqueça que há casos em que se deve usar o hífen por o falso prefixo ‘auto’ se juntar à palavra iniciada por h, como em auto-hemoterapia, ou por se juntar à palavra iniciada por vogal igual à ultima vogal do falso prefixo como é o caso de auto-observação). Como não creio que o brasileiro seja um incapaz, tenho esperanças de o ver escrever e falar com primor o próprio idioma. Isto só há de acontecer quando houver qualidade na educação básica (e com isto não quero dizer simplesmente aumento de salários de professores) e quando lhes cobrarmos mais! Além disso, convém lembrar que não somos os únicos falantes de português. Existe uma infinidade de lusófonos por este mundo afora, graças aos esforços lusitanos. Se formos coniventes com os erros, como querem muitos linguístas brasileiros e estrangeiros, não tardará muito para não nos entendermos a nós! Por isso a tradição gramatical normativa, tão injuriada por muitos no Brasil, é importante: porque é um centro de conservação da língua que nos protege de mudanças bruscas que desconstituem a língua. Assim também são os clássicos da literatura luso-brasileira e os bons escritos luso-aficanos. Quem gosta da língua portuguesa, há de a querer preservar. É necessária a compreensão disto. Por fim, não vou comentar os outros tropeços na língua que há no texto, mas peço que tenha mais apuro para evitar erros, principalmente os grosseiros. É triste um estudante ter de dizer isto a um suposto professor. 

     

    Martim Afonso Fernão Rodrigues

    Brasileiro nortenho

    1. Está falando na base do palpite, nao entende do assunto

      Recomendo a leitura de um texto que desmente várias coisas que vc diz aí. Eis o link para ele: http://www.filologia.org.br/linguagememrevista/20/04.pdf  a.

      Eis o resumo do artigo:

      “O objetivo deste artigo será o de enfocar os mitos e equívocos associados à ideia da existência de uma “norma culta”, que, segundo visões muito difundidas na sociedade (e infelizmente sobretudo em professores de português) seria uma variante da língua superior às outras, pois teria a propriedadede ser “culta”. Para tanto levantará o que o que se diz em linguística a respeito de norma, mostrando algumas conceituações diferentes sobre isso, deixando claro que não há uma única norma, e, sobretudo, que a norma real não corresponde à descrição da língua contidanos livros escolares de gramática. Discorrerá em particular sobre os motivos pelos quais se poderia – ou não –chamar essa variante linguísticade “culta”, e o papel que essa noção equivocada desempenha na manutenção do preconceito linguístico.”

      a

      1. Cara Anarquista Lúcida,
        Cara Anarquista Lúcida, também tenho os meus teóricos para asseverar o que digo. Aconselho que ao menos resumas o que os teus dizem, se o souberes fazer. Acusaste minha opinião de palpite, mas de assim o for, a tua não fica atrás. Qualifica-me menos e explicar-me mais.

    2. Realmente, os jovens não

      Realmente, os jovens não gostam de ler e muito menos escrevere tudo isso contribui para a negatividade na escrita; mas passam horas e hora no WhatsApp ou fecebook abreviando palavras e aprendendo a serem burros.

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