O projeto pessoal de poder de Bolsonaro, por Bruno Boghossian

Ataques do presidente à cineasta Petra Costa mostram que desejos pessoais do presidente superam interesse público

O presidente Jair Bolsonaro. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil (via fotospublicas.com)

Jornal GGN – Jair Bolsonaro confunde o Brasil com a pessoa física dele – se você o critica, ele acha que você é inimigo do Brasil. A definição da conduta do presidente foi feita pelo ex-ministro Gustavo Bebianno no ano passado, e não poderia ser mais cirúrgica.

Em artigo publicado no jornal Folha de São Paulo, o jornalista Bruno Boghossian explica que Bolsonaro deformou a máquina estatal, usando o aparato público para atingir desafetos e gerar picuinhas. “Servidores e dinheiro público deixam de atender à sociedade e são desviados para um projeto particular de poder”, pontua o articulista.

O caso mais recente envolveu a cineasta Petra Costa (diretora do documentário “Democracia em Vertigem”, indicado ao Oscar) que, em entrevista a uma televisão norte-americana, fez críticas ao governo e a Bolsonaro – mas que foi tachada como “militante anti-Brasil” por um órgão oficial.

Como explica Boghossian, “a tentativa de embaralhar a fronteira entre país e governante é típica de líderes autoritários, que se escondem atrás de apelos nacionalistas em busca de proteção. O Planalto não apenas abasteceu esse delírio como usou sua estrutura a serviço da defesa pessoal do presidente”.

Redação

1 Comentário

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  1. alguém deveria explicar para estes jornalistas auto imbuídos de poder moderador, como este colunista da FSP referido neste post, que um documentário expressa a opinião de quem o produz. Os fatos que ele vê como “retratados com equívoco” aconteceram e cada um os entende do seu ponto de vista. Para quem queria afastar Dilma de qualquer jeito, qualquer abuso servia, não era golpe. Mas para quem lutou para colocar um governo no poder que fizesse algo no sentindo dos seus anseios, a desestabilização do governo e o uso de pegadinhas marotas para derrubá-lo, foram sentidos como golpe.
    Se foi golpe ou não, pouco importa. Mas que eu, e mais milhões e milhões, estamos com as cabeças inchadas até agora, nenhum jornalistasinho tem direito de dizer que não é fato!

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