O que está por trás da ofensiva do Facebook contra os Bolsonaros

Por esta visão, o “deep state” norte-americano teria se dado conta de que os verdadeiros inimigos da globalização seriam os grupos montados por Trump e Bolsonaro

No “Xadrez da organização que está por trás da estratégia do Facebook contra os fakenews” detalhei os passos do Atlantic Council  para submeter o Facebook ao seu controle.

Trata-se de um escritório de lobby que atua em perfeita consonância com a burocracia do Departamento de Estado e da Justiça nos Estados Unidos. Ele foi responsável pela publicidade a favor da Lava Jato e pela cooptação de vários Procuradores Gerais latino-americanos.

Um de seus ideólogos, Harlam Ulmann, é responsável pela novas teses sobre segurança nacional, pós-8 de Setembro. Nela, a guerra não é mais entre nações, mas entre globalização e o que ele denomina de “atores malignos”, que se valem das redes sociais para minar a crença nas instituições.

Mostrei como foi a articulação em torno de um fakenews promovido pelo próprio Atlantic Council – a tal influência russa na eleição de Donald Trump -, que levou Mark Zuckerberg a prestar contas no Congresso americano e, em seguida, calçar as sandálias da humildade e contratar o próprio Atlantic Council para assessorá-lo no monitoramento das redes sociais.

Foi o único levantamento feito pela mídia brasileira.

A partir daí abre-se espaço para novas deduções sobre a operação de anulação dos Bolsonaro no Facebook. A dedução mais objetiva é de que a operação obedeceu a uma ofensiva política do chamado “deep state” – o estado dentro do estado, que define as forças que estão incrustadas nos estados nacionais e que obedecem a uma lógica própria, independentemente do papel dos presidentes da República.

Por esta visão, o “deep state” norte-americano teria se dado conta de que os verdadeiros inimigos da globalização seriam os grupos montados por Trump e Bolsonaro. Por aí se entenderia a ofensiva do Facebook em enquadrar Trump e, agora, Bolsonaro. E as críticas que Zukerberg recebeu quando tentou afrouxar o controle sobre Trump.

Definitivamente, há mais mistérios no ar da geopolítica do que os fakenews de governantes desvairados.

Luis Nassif

3 Comentários

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  1. América primeiro e Brasil acima de tudo.

    Esse tal de deep estate além de profundo é muito lento(slow? não espeek inglish), pois se dar conta só agora que os dirigentes são antiglobalista, sendo eles eleitos com os slogans acima e implementado políticas de acordo com os seus programas desde o inicio de sus mandatos e realmente assustados.

    Trump tá no final do mandato e desde o inicio vem detonando tudo que é politica integrativa com outras nacões, se retirando de acordos internacionais de forma unilateral, enfiando goela abaixo de outros paises suas taxas e proibições sem qualquer negociação e deep achando que é só bazófia?

    Ou a análise tá equivocada ou essa gente do Atlantic Concil não merece todo o prestíio de que desfruta; caredito mais na segunda hipótese em respeito ao analista.

  2. “Deep State” DEFENDE a Globalização

    GLOBALIZAÇÃO = FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES (Estados – Justiça, Parlamentos, Executivo -, Mercados, Forças Armadas, Bancos, Igrejas, Empresas, Universidades, Mídia, etc.)

    O principal inimigo da Globalização são os “atores malignos” (que se VALEM das redes sociais para minar a crença nas instituições).

    Logo, o principal inimigo do “deep state” não países como: Rússia, China, Irã…; mas quem quer acabar com as Instituições (acima relacionadas).
    Obs.: faz sentido, o “deep state” é uma INSTITUIÇÃO que luta, em primeiro lugar, pela sua própria sobrevivência.

    O Facebook, entre outras mídias sociais, permite que os “inimigos das instituições” operem, logo, é preciso controlar o Facebook.

    Trump, Bannon, Bolsonaro, Olavo e cia, são contra a Globalização e as instituições, logo, são inimigos do “deep state”.

    Mas, onde entra o Partido Republicano nessa história, ele é contra o “Deep State”? E, nesse caso, os Democratas seus os verdadeiros representantes do “deep state”?

    Mas, como o “deep state” fortalece as Instituições sem fortalecer os Estados Nacionais (competidores)? Seria um jogo de equilíbrio dialético, ou seja, mantê-los vivos, porém, frágeis em relação ao EUA? Daí a explicação sobre os limites da Lava Jato e do Bolsonaro, do tipo: fizeram um bom trabalho, mas já foram longe demais?

  3. Parabéns Nassif! Esses conceitos precisam ser entendidos pelas pessoas. Quando defendemos um dos dois lados de uma dialética esquerda-direita, achamos que um é bom e o outro é mal, ou que um se importa conosco e o outro não – é preciso ACORDAR!!! É uma guerra de facções globais, não tem nada a ver com o bem estar das pessoas, visto que ambas se alinham na existência de autoridade, governo, polícia, imposição através de ações coercitivas (violência) que estão na base de todos os problemas sociais da humanidade. Se você pensa que Trump e Bolsonaro são asquerosos – entenda que o Deep State, representado pelos Clinton, Biden – precisam cair por que são os agentes do tráfico internacional, da pedofilia e de todo o asco organizado nesse planeta. Substituir por nacionalistas como Trump e Bolsonaro seria a maior estupidez, devemos substituir por CONSCIÊNCIA!!! A principal discussão que devemos focar é como disseminar consciência, não há solução política-econômica para nossa ignorância!.

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