O que interessa saber da briga entre Mourão e Carlos Bolsonaro

Carlos e olavetes atacam os militares porque eles têm sido um "empecilho" para a agenda autoritária de Bolsonaro. E nessa briga para colocar o Brasil no caminho das democracias iliberais, a Lava Jato é protagonista

Jornal GGN – Reinaldo Azevedo publicou na Folha de S. Paulo desta sexta (26) um artigo que mostra o que importa na briga entre o general e vice-presidente Hamilton Mourão e o filho de Jair Bolsonaro (“que atira em nome do pai”), Carlos: “Trata-se do confronto entre a democracia liberal e o populismo autoritário, que recorre às urnas para solapar as garantias que o elegeram.”

Segundo Azevedo, o que Carlos está promovendo, com apoio de olavetes e outros governistas, é um ataque a estamentos militares, que são o que impede Bolsonaro de avançar com suas ideias tiranas na velocidade desejada.

Mas a luta para transformar o Brasil num País populista autoritário, ou numa democracia iliberal, não se limita a esses agentes. Há outros atores e outros valores. A imprensa e o combate a corrupção são os que merecem destaque.

“Setores consideráveis da imprensa”, escreveu o jornalista, “se tornaram aliados do populismo de extrema direita, e os terminais que os conectam com o autoritarismo são a Lava Jato e a luta contra a corrupção. À medida que esta se tornou um valor absoluto, relega os direitos individuais e públicos ao papel de coadjuvantes da marcha moralizadora. Se um valor é absoluto, todos os outros a ele se subordinam.

Dessa maneira, a imprensa é aliada de Bolsonaro na batalha da extrema direita. Porém, rumo ao autoritarismo das democracias iliberais, a imprensa alçou à a Lava Jato de Deltan Dallagnol e Sergio Moro ao papel de protagonista. Um papel ainda mais relevante do que têm os Bolsonaro.

“(…) os principais aliados de Bolsonaro na luta contra a democracia liberal não são Olavo de Carvalho e as milícias virtuais, com sua penca de boçalidades, mas o silêncio da imprensa quando se condena sem prova, quando se recorre à prisão preventiva como instrumento de coação e quando se trata o sistema de garantias constitucionais como empecilho ao combate à corrupção. Deltan Dallagnol, Sergio Moro e seus porta-vozes fazem muito mais em favor da ‘democracia iliberal’ — que é só uma ditadura por outros meios— do que Bolsonaro, Carlucho ou Carvalho”, anotou.

“Mundo afora, ela [a imprensa] tem resistido à ascensão do populismo autoritário. Entre nós, infelizmente, são raros os que apontam o papel que teve e tem a Lava Jato na destruição da ordem democrática.”

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4 Comentários

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  1. O veterano jornalista Paulo Henrique Amorim já diagnosticou que Sejumoro é paciente de limitações cognitivas e vocabulares. Falta identificar quais seriam as limitações que poderiam explicar o comportamento militante radical do Deltan Dallagnol (a propósito, quem seria o DD, citado nas conversas gravadas entre os advogados Rodrigo Tacla Duran e Carlos Zuccoloto?). Consta que ele teria estudado em Harvard mas não aprendeu que a origem da formação moral e cultural brasileira não está associada à doutrinação católica pregada na colonização portuguesa, como ensina o Cientista e Sociólogo Jessé Souza.
    https://www.youtube.com/watch?v=YRc7lFM__e0

  2. Nem Shakespeare em sua magnitude conseguiria montar um tragédia de tantos vilões e vilanias com a brasileira atual. Meu Senhor, dá-nos nervos e estômago pra aguentar cada ato sórdido desta gigante peça fúnebre, desta nação em decomposição. O odor moral fétido que exala de certas redações e tribunais só não é maior que a imensurável catástrofe que nos aguarda.

  3. Mudou agora depois que surfou no anti PeTe por tanto tempo. Mais um arrependido que não merece perdão, como Padilha

    “Mundo afora, ela [a imprensa] tem resistido à ascensão do populismo autoritário. Entre nós, infelizmente, são raros os que apontam o papel que teve e tem a Lava Jato na destruição da ordem democrática.”

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