O que nos torna humanos?

Impactada com a bestialidade dos recentes massacres ocorridos nas prisões brasileiras e as violentas manifestações de ódio dirigidas a dona Marisa, esposa do ex-presidente Lula, recolhida em uma cama de hospital, perguntei-me sobre o que nos torna tão desumanos e ponto de transformar-nos em “bestas” incapazes de sentir compaixão pelo outro. Que processo de desagregação é esse que está nos levando à destruição social? Freud o denominou “pulsão de morte”. Suas faces viva e passiva são o tédio e a depressão. Sua face ativa é o ódio. O ódio que alimenta a selvageria parece ter escolhido instalar-se de vez no solo pátrio. Sob a conivência do Estado e da sociedade.

Há uma guerra. Ela não acontece no meu quintal e por isso não ligo muito. Não fui eu que a criei e não posso me sentir culpada por ela. O sofrimento de uma ou de muitas pessoas não conta, desde que não resvale nos que me são caros. Assim, de racionalização em racionalização, não nos sentimos responsáveis pela morte de ninguém. Esta é a nossa tragédia. E não adianta eleger heróis. Seremos nós mesmos, os da plateia, que haveremos de achar uma saída. Ela aponta para um lugar onde possamos realizar nosso modo de conviver. Esse lugar é o espaço do coletivo, da diferença, da convivência, da confiança na delicadeza do outro, nosso parceiro de travessia.

Nesse período de quase recolhimento, dediquei-me a reler livros e rever filmes. Um deles foi o documentário HUMAN, do fotógrafo e cineasta francês Yann Arthus-Bertrand, lançado em 2015, disponível na internet. Overdose de belas imagens e depoimentos sensibilizadores. Precisamos desses beliscões para nos lembrar que somos humanos. Assistam. E, caso se percebam emotivos, mais do que a caixa de lenços, preparem seu coração para a avalanche de sensibilidade e humanidade que brota daquelas imagens e depoimentos.

https://www.youtube.com/channel/UC4mGRD3WLYVVc4JI5LrXxUw

 

 

Redação

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