O que querem os fanáticos fundamentalistas? Por que dialogar com eles?, por Rita Almeida

O que querem os fanáticos fundamentalistas? Por que dialogar com eles?

por Rita Almeida

Pra começo de conversa é necessário dizer que o fanatismo não é uma espécie de loucura, ele tem uma estrutura própria: é burrice somada à canalhice. O fanático é burro porque aceita incondicionalmente o que lhe aparece sem questionar; não opera nele nenhum corte ou atravessamento. É canalha porque vê, mas não olha; ouve, mas não escuta; encontra e reconhece, mas não quer saber sobre isso. O fanático é um cínico; não tem nenhum compromisso com a verdade e não se afeta pelo discurso do outro. O fundamentalismo que sustenta o fanático é a rejeição da filosofia e o avesso do diálogo.

O fanático possui uma fragilidade simbólica. Ele está, na maior parte do tempo, assujeitado a um discurso que não tem compromisso algum com algo que lhe seja singular, que lhe atravesse, que o faça deslizar de suas certezas. O fanático possui um discurso desabitado de eu – do eu inconsciente, dividido – está preso apenas ao campo do imaginário, que é frágil e, por isso, precisa ser refeito o tempo todo. O eu do fanático se sustenta por meio de uma imagem que ele cria para si e que precisa manter incólume. E ele a constrói a partir de um discurso que considera o “politicamente correto” ou “moralmente correto” e no qual se mantem preso; discurso fundamentalista por excelência.

Por outro lado, este discurso que o fanático reproduz como sendo seu, não tem nada que lhe seja singular, trata apenas de uma espécie de fé ou crença inabalável que ele reproduz sem questionar. Mas, não sejamos ingênuos, não é apenas o discurso religioso que pode se encaixar nessa categoria discursiva. Teorias das mais diversas, dietas, gostos musicais, um time de futebol, uma bandeira política; tudo pode servir para alimentar o fundamentalismo do fanático. Basta que este faça uso de tal discurso para obter uma resposta unívoca e definitiva para qualquer pergunta que faça. Pois, o fanático, não busca um discurso para transitar no mundo, mas para lhe servir de manual de como agir e se portar. Na medida em que lhe faltam recursos simbólicos para buscar um modo próprio de se arranjar no laço social, o fanático precisa seguir verdades que já estejam dadas, às quais ele precisa apenas se submeter e obedecer. O que o fanático quer é se tornar o servo ideal de uma teoria.

Li recentemente o livro: Como curar um fanático? de Amós Oz. Oz parte do princípio que o fanatismo é uma semente que está em todos nós. É muito mais velho que todas as ideologias e religiões; um componente intrínseco à natureza humana. A questão é apenas alimentá-lo ou não, e isso pode acontecer por várias vias. Todavia, é obvio que não podemos comparar um vegano fanático com um terrorista fanático. Existem gradações de mal que cada um desses pode causar, e isso faz toda a diferença. Mas, o importante é atentarmos para o fato de que o fanatismo pode brotar a qualquer momento em nós, e é contagioso, exatamente pela sua simplicidade. Oz supõe que o crescimento do fanatismo pode ter relação com o fato de que o mundo tenha se tornado demasiadamente complexo. E quanto mais complexas as questões se tornam, mais as pessoas anseiam por respostas simples.

É interessante que o maior problema do fanático seja sua tendência ao altruísmo, já que ele parece estar mais interessado em você do que nele próprio. O fanático quer, sobretudo, mudar você porque, afinal, é ele quem sabe o que é melhor pra você. Como diria Amos Oz: “Ele quer salvar sua alma, quer te redimir, quer te livrar do pecado, do erro, de fumar, de sua fé ou de sua falta de fé, quer melhorar seus hábitos alimentares, ou te curar da bebida ou de sua preferência na hora de votar. O fanático se importa muito com você, ele está sempre pulando em seu pescoço porque te ama de verdade, ou então está em sua garganta caso demonstre ser irrecuperável. E seja qual for o caso, falando topograficamente, pular em seu pescoço e estar em sua garganta é quase o mesmo gesto. De um modo ou de outro, o fanático está mais interessado em você do que nele mesmo, pela muito simples razão de que o fanático tem muito pouco de “ele mesmo”, ou nenhum “ele mesmo”.”

Mas o que causaria tal insistência de conversão? É que quando um fanático consegue converter o outro, ele conquista a garantia de que seu discurso seja validado. Ao enlaçar o outro, o fanático atualiza sua própria imagem e reforça sua paixão por si. O objetivo é transformar o outro em si mesmo, assim, apaga-se todas as diferenças e tudo se mantém igual. De algum modo, o que o fanático deseja é destruir o outro que insiste em se manter como outro; ou tentando transforma-lo no mesmo ou apagando-o. O fanático precisa apagar toda a diferença para que seu eu frágil se reforce entre seus iguais e, assim, sobreviva.

Sobretudo, o fanático é um cínico. Afinal, ele sabe que, ainda que seu discurso não possua nenhum compromisso com a verdade, este jamais poderá ser desconstruído ou questionado, afinal, isso significaria sua própria derrocada. Se o eu singular do fanático é frágil e depende da teoria fundamental que ele abraça, desmontar tal teoria é fazê-lo experimentar sua própria morte. É por isso que o fanático não fala, ele vocifera. Vocifera porque precisa a todo custo sustentar sua teoria, mesmo que ela seja uma mentira. A outra opção seria sucumbir com ela. Oz exemplifica: “Conheço antitabagistas que queimariam você vivo por acender um cigarro perto deles! Conheço vegetarianos que comeriam você vivo por comer carne! Conheço pacifistas, alguns deles meus colegas no Movimento Israelense pela Paz, que gostariam de dar um tiro na minha cabeça só porque eu defendo uma estratégia um pouco diferente de como chegar à paz com os palestinos.”

Enfim, há fanáticos por todos lados e de todos os tipos e modos. Concordo com Amos Oz que o maior embate global de nossa época é a luta universal contra todos os tipos de fanatismos e fundamentalismos, ainda que seja apenas para minimizar seus danos ou evitar sua propagação. E alguns antídotos para esta luta são, segundo este autor: o humor, a capacidade de suportar situações onde não há nenhuma certeza e a capacidade de desfrutar da diversidade. O humor é aquilo que nos faz rir de nós mesmos, ou seja, ele relativiza nosso lugar e nossas teorias, pois nos permite que olhemos para nós do modo como o outro nos vê. Quanto mais alguém é capaz de rir de si mesmo e de suas teorias, mais ele está vacinado contra o fanatismo. Outro antídoto é abrir-se para as incertezas, suportar o que está em aberto, o que não tem resposta. Viajar para além de si mesmo é também um exercício eficaz contra o fanatismo. É a capacidade de se imaginar no lugar do outro, mesmo no momento que acreditamos estar totalmente certos. É se deixar afetar pelo outro, de algum modo.

Depois de toda esta reflexão, não pude deixar de pensar no momento político atual do Brasil. De certo modo compreendi porque tem sido tão difícil sustentar o debate. É perceptível que a grande maioria se encontra aprisionada em suas certezas e crenças; não importa a verdade, não importam os fatos, não importa se o outro que está em jogo hoje pode se tornar o eu em jogo de amanhã… Nada disso importa. O que importa é que cada um se mantenha nas suas bolhas de certeza, para sustentar a própria imagem. O que importa é que tal certeza não se abale nunca, mesmo que eu saiba que estou sustentando uma farsa, já que a outra opção seria admitir estar errado e, consequentemente, ter que lidar com a morte daquilo que sou. Tais bolhas de certeza funcionam como as bolhas das redes sociais, que formamos e reforçamos cada vez que bloqueamos ou excluímos quem pensa diferente de nós.

Nesse sentido, é fundamental manter o diálogo, o humor e a diferença, pelo menos para evitar que o fanatismo se propague ainda mais ou nos contamine. É claro que não é possível transigir com genocidas, chauvinistas, terroristas e outros tipos, mas não se pode ignora-los ou se apartar deles, é preciso reconhece-los, confronta-los e combatê-los. Pois, caso os não fanáticos declinem desta tarefa, estarão apenas poupando o trabalho dos fanáticos em silenciar o que diverge deles, reforçar suas bolhas e angariar mais adeptos/servos.

Ao escrever este parágrafo me peguei pensando se eu mesma não estou aqui a alimentar o germe do fanatismo, me assegurando da certeza de não ser uma fanática. Mas a dúvida já me deu um consolo, e rir do meu mal-estar com o parágrafo me aliviou mais um pouco, mas não o suficiente, confesso.

Por fim, o que sustento é que mantenhamos uma arena de combate e debate possível. E uma que suporte a ideia de que o laço sempre está pronto para se desfazer, mas pode ser refeito logo adiante e desfeito novamente. E é saudável e desejável que seja assim. Um laço não pode pretender capturar o outro para sempre, porque o outro também quer estar em outra parte e de outro modo diferente do que eu penso ou quero.

Na fragilidade do laço mora todo mal-estar do mundo, mas também toda a possibilidade daquilo que no senso comum chamamos amor, que é a capacidade de enlaçar o outro sem prende-lo, ou seja, suportando a sua alteridade e mais ainda, dialogando com ela.

Rita Almeida – Psicologa/psicanalista. Doutoranda em educação pela UFJF. Trabalhandora da Rede de Saude Mental do SUS

 

Rita Almeida

22 Comentários

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  1. Me permita um palpite.
    Na

    Me permita um palpite.

    Na minha experiência um fanático é uma pessoa estúpida que para poder sobreviver precisa um mundo igualmente estúpido: Um mundo somente com certezas e sem dúvidas, aonde essas certezas precisam ser simples o bastante para até uma criança entender (lembre que o fanático é estúpido e portanto pensar não é um forte dele). Nesse “mundo estúpido” do fanático não pode ter coisas diferentes porque coisas diferentes exigem que ele pense sobre elas (são ameaças? são benéficas? não devo me incomodar com elas?), e pensar gera dúvidas (não pode haver dúvidas, lembra?).

    E para este “mundo estúpido” poder existir o fanático faz qualquer coisa (afinal é a sobrevivência dele em jogo), inclusive matar quem não concorde em ser estúpido como ele.

     

  2. Fala, fala mas não explica o BÁSICO. TEXTO ELITISTA.
    O grande problema não está no entendimento de como age um fanático de qualquer tipo, que pode ser religioso, político ou mesmo científico.

    Poderia explicar como agem os fanáticos científicos com formação psicológica e doutourando em educação, entretanto isto não acrescentaria em nada no assunto, porém entender porque se criam os impropriamente chamados fanáticos religiosos no Brasil atual é o mais importante. No artigo que escrevi e coloquei em meu Blog denominado “Qual a razão dos terraplanistas?”, procuro explicar a gênesi de um tipo mais bizarro de mente que se forma no Brasil atual, as pessoas que acham e diria mais, tem certeza, que a Terra é plana.

    Apesar de mais fora da lógica que são os terraplanistas a existência dos mesmos é real e não se tratam de ET’s ou seres trazidos por uma máquina do tempo da Idade Média.

    Terraplanistas assim como negadores da ciência estabelecida são um produto de vários fatores que devem ser discutidos e como as explicações para isto não estão nos manuais de psicologia ou de educação não são faladas. A base de toda esta negação poderia explicar de maneira simples e com uma linguagem “moderna”, foi o “empoderamento” que os meios de comunicação informatizados deram a descendentes de gerações de excluídos.

    No nosso país em especial, que foi o último país do ocidente a libertar os escravos, deixou uma massa de pessoas totalmente excluídas não só do poder, mas da ciência, das artes (não populares) e das escolas. É uma massa que não tem passado formal, se alguém perguntar a estas pessoas IMPROPRIAMENTE DENOMINADAS DE FANÁTICOS quem eram e que faziam seus bisavós ou uma geração acima, certamente 99% destas pessoas nem saberão dizer os nomes destas pessoas. Por que isto? Simplesmente porque estas pessoas para todos inclusive DOUTORANDOS EM EDUCAÇÃO, não existiam, e pior não existem os antepassados destes “fanáticos”, eles foram comidos pela terra e nenhum registro escrito, fotográfico e outros para suas famílias foram deixados.

    Após esta constatação pode-se simplesmente partir para considerações mais de fundo, como porque a FÉ que não exige nada mais do que ela para existir, substitui a ciência, poderia-se fazer várias digressões sobre isto, mas como o que escrevo sai um pouco do lugar comum que está escrito nos manuais, é difícil e custoso para desenvolver, mas por favos menos sentimento do superioridade que posso provar que este sentimento é produto da falta de capacidade de raciocinar.

  3. Um texto de uma pseudo cientista social que começa….
    Um texto de uma pseudo cientista social que começa qualificando a pessoa que pretende analisar como burra e canalha, é um verdadeiro LIXO.

    “Pra começo de conversa é necessário dizer que o fanatismo não é uma espécie de loucura, ele tem uma estrutura própria: é burrice somada à canalhice. O fanático é burro porque aceita incondicionalmente o que lhe aparece sem questionar; não opera nele nenhum corte ou atravessamento. É canalha porque vê, mas não olha; ouve, mas não escuta; encontra e reconhece, mas não quer saber sobre isso.”

    E continuando o que foi escrito no primeiro parágrafo BURRA é a senhora RITA DE ALMEIDA que não sabe diferenciar o que vulgarmente se chama de IGNORÂNCIA no senso estrito da palavra, ou seja, aquela pessoa que simplesmente ignora ou não conhece com o que se chama de BURRO, que vulgarmente se denomina aquela pessoa que ignorando ou não a realidade simplesmente não consegue entendê-la.

    Pois bem, repito, esta tal de estudante de doutorado de educação se trata de uma pessoa que não é IGNORANTE, mas é BURRA. Explico melhor, quem está fazendo um doutorado na área de educação, não pode sob hipótese nenhuma contrariar métodos científicos de análise da sociedade aplicando ao seu raciocínio um reducionismo atroz.

    1. Alô! Ela não está se expressando em artigo científico.

      Ao qualificá-la de “uma pseudo cientista”, sem conhecer seus trabalhos na academia, você fala com a ignorância. Ela não remeteu esse artigo para revista científica e, que eu saiba, você não reúne qualificações acadêmicas, para compor a banca de aceitação de artigos em revistas de psicologia.

      Burro é um animal irracional e burra a pessoa que age com irracionalidade. Esta última palavra é o eufemismo acadêmico para burrice, sinônimo corriqueiramente usado. Ela poderia trocar canalhice por um pomposo ‘desvio psicopático de caráter’, palatável em academês, mas um canalha continua sendo um canalha, assim devemos chamá-los em linguagem coloquial.

      1. Não adianta colocar uma foice

        Não adianta colocar uma foice e martelo no fim do texto e aceitar uma leitura acadêmica e pequeno burguesa sem entender porque desta massa de “convertidos” a uma ideologia fascista, negando que esta massa é criada pela própria falta de inclusão que a própria “elite brasileira escrevagista” cria.

        Se leres ou mesmo escutares o vídeo de Jessé de Souza que tem no YouTube do GGN entenderás o que falo. A leitura que faz esta acadêmica sobre as massas de “fanáticos religiosos” fica somente na constatação que eles existem, esquecendo do detalhe maior, o por que eles existem.

        O maior combate ao fascismo não é feito pela mera definição das massas que o apoiam como simplesmente burros e irracionais, isto simplesmente isola-os e incentiva cada vez mais a “fascilização” da sociedade.

        O discurso tradicional da esquerda mais revolucionária é que naturalmente a classe proletária atingirá a consciência política na própria luta, entretanto o que acontece é que um discurso mais simplificado feito por elementos fascistas, mais acessível as massas despolitizadas lhes dá protagonismo, e o mais grave é que uma posição quase de complacência divina que entende os processos mentais dos fanáticos simplesmente estabelece uma linha de clivagem entre o intelectual de esquerda ou mesmo o intelectual centrista da massa do povo.

        Na Europa os partidos mais a esquerda que estão conseguindo barrar a direita fascista são exatamente aqueles que adotam a inclusão como norma não procurando saber o passado daqueles setores excluídos do processo político. Estes grupos de fanáticos religiosos e intolerantes, são nada mais nada menos do que os descendentes daqueles que não existiam no passado.

        Eu diria, por fim, há mais canalhas nas elites acadêmicas que se julgam depositárias de toda a cultura, do que existem nos templos pentecostais em que o único livro que eles possuem e conhecem é a bíblia.

        Todos teóricos marxistas ou mesmo socialistas, desde Otto Bauer até Nikos Poulantzas ao descrever os processos de criação dos movimentos fascistas os descrevem com um grande salto, criam-se as condições objetivas para a criação da massa fascista, ou seja, o desemprego, o desprezo da democracia liberal, e esquecem o mais importante, a falta de ligação destas massas aos esquemas partidários e sociais até o momento desenvolvidos.

        A esquerda Italiana e Alemã nas décadas de 20 do conseguiram nuclear em torno de si quadros camponeses (caso italiano) e operários (caso alemão) durante este tempo, mas havia uma massa de deserdados da primeira grande guerra, que não pertenciam a estas classes proletárias e camponesas organizadas, e com um discurso simplificado, mostrando somente um inimigo como responsável de tudo, que habilmente excluía a oligarquia local, propuseram um nacional-socialismo.

        O que leva estas massas a aderirem ao fascismo e não ao socialismo ou ao comunismo, é simplesmente a complexidade do discurso e ao desconhecimento dos princípios básicos destas ideologias com todo as nuances teóricas desenvolvidas nestes últimos séculos. É bem mais simples ler um livro sagrado e tudo o que não é compreendido é porque ninguém pode saber o caminho divino. Fica dogmático e simples, no nazismo a culpa era dos comunistas e judeus, no fascismo italiano era da esquerda geral, e de forma lateral do liberalismo.

    2. Gosto sempre de ler com

      Gosto sempre de ler com atenção quem discorda de mim, isso é uma espécie de remédio que eu cultivo para evitar que eu mesma não me tornar uma fundamentalista.

      Gosto que me sacudam intelectualmente

      Grata

      1. Quando o currículo aparece!

        No fim do seu texto aparece o seguinte curriculo:

        Psicologa/psicanalista. Doutoranda em educação pela UFJF. Trabalhandora da Rede de Saude Mental do SUS

        Logo, implicitamente foi colocado um viés de opinião científica que deveria ser embasada em critérios também científicos. Adjetivação subjetiva em qualquer pessoa que põe a sua titulação me enerva singularmente. Se fosse um Zé sem títulos e sem formação poderia até passar sem a mínima reprimenda, porém utilizando um termo que acho meio dúbio e se colocado sem nenhuma observação, diria que o teu texto como a direita revisionista utiliza com ardor em impropriedade o texto parece no início um caso de “fascismo de esquerda” (termo totalmente incoerente se não diferenciarmos a ideologia fascista com métodos de opressão fascistas).

        Devemos ter algum cuidado, principalmente pessoas com a tua formação, de não deixarmos transparecer indignações totalmente válidas em forma de discursos sectários e o pior, doutorais agressivos!

        Se olhares o que escrevo no meu blog, verás que no substantivo do teu texto, concordo plenamente, porém na forma adotada discordo frontelmente.

        Mas realmente vejo pela tua preocupação em não se tornar uma fundamentalista como algo extremamente positivo, mas mesmo nesta colocação coloco uma restrição, pois fundamentalista etmologicamente falando não é algo depressiativo, é simplesmente alguém que se guia a partir de princípios fundamentais de qualquer ideologia, logo pode ser acusado de reducionista ou simplesmente alguém que não reflete sobre esta ideologia.

        Agora mais numa brincadeira do que qualquer outra coisa achei o teu texto desaforado e não fundamentalista, recorrendo a falácias ad hominem que não seriam necessárias para o desenvolvimento do mesmo, mas talvez a juventude o desculpe.

        Saudações.

  4. O texto cai como uma luva no GGN (parcela dos frequentadores)

    Pena q há quem ache o texto elitista.Ótimo q a autora se questione se tb não está sendo fanática,ou com traços de fanatismo ,de apego cego às verdades absolutas.Destaco um trechinho:”o humor, a capacidade de suportar situações onde não há nen-huma certeza e a capacidade de desfrutar da diversidade.”Ora,um clube social torna-se imune às diferenças,ignora o(s) ou-tro(s) e seguem ensimesmados pretendendo possuir a Verdade e a Luz.Noto q alguma vez usei de duplo sentido jocoso ou cu-tucada aberta q ou não foi entendida ou é rechaçada sem ao menos gozar o lado jocoso.O GGN há muito se estreitou tomado por uma confraria fanatizada portadora única do q concebe como esquerda. Há inclusive Facebook de AmigosdoNassif.

  5. Excelente texto

    Bastante prazeroso e profícuo o texto.

    Discorrer de assunto de forma não superficial usando de teorias (ficou claro, desde o início, a formação da autora) mas sem soar técnico; fazendo ele acessível, além de propor uma autorreflexão a partir da realizada pela própria autora ao término do texto, é uma das pérolas raras que por vezes nos deparamos ao ler artigos e colunas na internet.

    Nos tempos atuais, em que houve tamanho acirramento das discussões e há tamanha desvalorização do “outro”, apareceu como uma clareira no cipoal a trazer um pouco de luz.

    Bem como a propor uma autorreflexão, tão necessária.

  6. um fanático não é uma pessoa necessariamente estúpida

     Um fanático depende do ponto de vista de quem julga. O ser humano julga sempre, mesmo que se presuma neutro. Os termos canalha e burro já vi nalguns comentários, e até piores. Um fanático pode precisar sê-lo por sobrevivência, dar um sentido à sua vida, um nível de auto-estima.

  7. Dúvidas… muitas dúvidas

    Sei que o que vou dizer não é nenhuma novidade. De fato, muitos outros já o disseram antes de mim. E bem melhor.

    O fato concreto é que, com o passar dos anos, a maioria, senão todas, as minhas certezas se transformaram em um monte de dúvidas.

    Portanto, achei o post um bom ponto de partida para trocarmos nossas dúvidas.

    Errei.

    As certezas afloraram. E alguns, por terem-nas tantas, preferiram gritá-las.

    Pena. Inclusive por que muitas vezes admirei os comentários, de quem agora grita, quando vinham recheados de argumentos lógicos, os quais contribuíram bastante para abalar minhas certezas.

    Ao contrário daqueles comentários tão recheados de argumentos, os gritos de agora só me fizeram, infelizmente, reforçar algumas certezas.

  8. Só sei que nada

    Só sei que nada sei.

    Interpreto que Sócrates não estava querendo dizer que nada sabia, mas que todo o conhecimento é questionável.

    Se nos ativéssemos as nossas certezas, ainda acreditariamos que a terra é plana. Apenas o questionamento leva ao conhecimento.

    O pior ignorante não é aquele que não tem estudo, mas sim aquele que já tem as respostas, condição que leva a todos os tipos de fundamentalismos.

    Se eu já tenho as respostas, porque vou escutar os argumentos contrários?

    No pensamento do fundamentalista todos aqueles que o questionam são burros que não conseguem ver um palmo à frente dos seus narizes. São uma praga: devem ser convertidos ou então eliminados.

    Pior do que manter as pessoas nas trevas, o fundamentalismo é a raiz de praticamente todas as tragédias da história humana.

    A dúvida é o caminho da verdade.

  9. Eh preciso sempre a busca pelo dialogo

    Lendo o texto fiquei pensando nessa pessoa que ilustra o fanatico ou o fundamentalista. Toda vez que vejo essa imagem, fico impressionada com o nivel da agressividade do rapaz de verde e amarelo para com o senhor com a bandeira vermelha em sua bicicleta. Nunca soube de quem se trata. Agora que passou a manipulada convulsão social e a instalação do caos nas instituições do Pais, que sera que ele pensa ao ver-se refletido nessa imagem? Sera que ele tem conciência de sua total animalidade nessa imagem?

    Acho que a maioria das pessoas foi criada sendo submetida a ensinamentos rigidos; nos somos enquadrados desde pequenininhos e as pessoas se acham por demasiado no direito de se imiscuir na vida uns dos outros. Eh muito dificil uma sociedade que dah tanta importância para a aparência e para o que os outros vão pensar, poder pensar e agir livremente. Isso gera uma multidão de pessoas psico-rigidas, que não conseguem sobressairem-se do esquema pré-estabelicido, principalmente dentro do esquema familiar. 

  10. “Cura gay” (?!) e o Golpe: por que NÃO mudarei o meu avatar

    “Cura gay” (?!) e o Golpe: por que NÃO mudarei o meu avatar no Facebook! – um alerta para a esquerda

    Por Romulus

    SÚPLICA (!) CÍVICO-PATRIÓTICA DE… CASSANDRA!

    – Ei, você de esquerda!

    – Ei, você com esse coraçãozinho… ENORME!

    (um oximoro?)

    – Ei, você “prafrentex”!

    – Ei, você com as melhores intenções do mundo!

    – Ei, você…

    – Ei…

    Faz um favorzinho pra mim??

    (e pro Brasil??)

    – LÊ O ARTIGO ABAIXO??

    E, depois, responde se, como eu, você tampouco vai morder a…

    – … isca DA VEZ?

    E tampouco vai mudar o seu avatar no Facebook??

    *

    – “Obrigado!”

    – “De nada!”

    *

    Mas…

    Antes…

    Um pequeno pedido:

    (adicional)

    – Não (me) odeie!

    (ainda…)

    – PENSE!

    😉

  11. Rita gostei muito do texto. Ele me trouxe uma explicação desse mal estar que estamos passando ao tentar apenas dialogar com o outro, e também aponta alguns caminhos a serem pensados, de uma maneira bem simples e humana.

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