O relatório do FED sobre a economia brasileira

20140211 mprfullreport from LuisNassif
Luis Nassif

5 Comentários

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  1. Onde está o Brazil?

    Por uma quetsão de objetividade, procurei Brasil, Brazil e Bric(s) no relatório e não achei nada.

    Alguém pode ir mais direto ao assunto e explicar objetivamente o que se fala sobre o Brazil-il-il e sua “catastrófica” situação econômica de PIB 2,5% durante crise mundial, com pleno emprego, melhor situação economico-social ede sua gente e  investimentos bilionários que começam a virar este quadro a partir do ano que vem (2015)?

    Brigadu!

    Ou vou ter que ler a tranqueira toda

    1. Brazéu

      Moço,

      concordo que existe um ‘ataque midiático’ contra os emergentes. Se você vai se dar ao trabalho de ler mesmo, então sugiro que comece pelo índice. Lá diz que o ‘internacional’ é na página 23. Já começa falando de Brasil e Turquia. Para você ver como se importam conosco. Como são bonzinhos os americanos!

  2. O blog tá fera hoje

    E os documentos que só meia duzia tinham acesso aqui no Brasil e faziam o grosso do faturamento dos “analistas econômicos e políticos ” do Brasil, agora está aqui, para todo mundo ler e tomar conhecimento.

    Viva a Internet!

  3. O bom é que o Brasil não cabe em qualquer buraco

     

    Luis Nassif,

    Continuo considerando que os tempos estão obscuros para se enxergar a lucidez. O relatório do Federal Reserve Bank não pode ser contestado por um leigo, mas também não deve ser tomado como o supra sumo. Se eles fossem o supra sumo não haveria a crise de 2008. De todo modo, eles podem alegar em favor deles que eles estão recuperando-se.

    O que, entretanto, eu acho mais pertinente consistiria em ressaltar algumas observações sobre a situação da vulnerabilidade da economia brasileira. Algumas observações serão na forma de questionamentos e o primeiro dele será em perguntar que mal faz ter uma economia vulnerável?

    Pergunta boba, mas que é feita com supedâneo no efeito das crises em 1997. É comum se dizer que a crise atual difere da de 1997, porque naquele ano o câmbio era fixo ou seguia no modelo de banda. É verdade, mas a questão permanece: e dai? Houve a crise em 1997, fez-se um tremendo bafafá, mas logo em seguida os países se recuperavam com facilidade apesar da terem tido uma boa desvalorização da moeda.

    A crise só permaneceu nos seus efeitos no Brasil que não mudava a taxa de câmbio. Câmbio que só mudou em 1999, em uma mudança temerosa, que mais pode ser denominada uma mudança meia boca, mas mesmo assim foi suficiente para fazer o país recuperar a economia, pois em 2000, o crescimento foi da ordem de 4%. A crise só não foi embora em razão da imprevidência na área de energia que obrigou o país a adotar o racionamento de energia e reduzir o ritmo de crescimento.

    De todo modo, com a desvalorização verdadeira de 2002, o país retomou as rédeas da economia.

    Outra observação em forma de questionamento é saber se um risco-país elevado é bom ou ruim. Há um livro contendo vários artigos sobre a economia brasileira e que lembro fora mencionado por Elio Gaspari para criticar o governo Lula. Em um dos artigos se defendia que o país deveria ter um risco-país alto para desencorajar o capital especulativo.

    E uma terceira observação diz respeito à posição deste relatório na sequência de posts do seu blog. Ter disponibilizado o relatório foi muito bom. Só que ele aparece em uma ordem inadequada. Lá atrás há o post “Governo contesta estudo do Fed sobre vulnerabilidade da economia” de segunda-feira, 17/02/2014 às 08:18, com a transcrição da matéria “Governo contesta estudo do Fed” de autoria de Alex Ribeiro e publicada no Valor Econômico, nas páginas C1 e C2, nesta segunda-feira, 17/02/2014. Lembrando que a matéria tem chamada na primeira página com o título “Critérios do Fed põem EUA entre os ‘vulneráveis’”, deixo o link para o post “Governo contesta estudo do Fed sobre vulnerabilidade da economia”:

    https://jornalggn.com.br/noticia/governo-contesta-estudo-do-fed-sobre-vulnerabilidade-da-economia

    O relatório deveria ser trazido como um adendo ao post “Governo contesta estudo do Fed sobre vulnerabilidade da economia”. Há mesmo um comentarista lá, o Wagner Menke, que em comentário enviado segunda-feira, 17/02/2014 às 08:52, manifesta-se curioso em ver o trabalho. E pede também informação sobre o estudo do Morgan Stanley ao qual Alex Ribeiro faz referência. Então, penso que haveria maior racionalidade nas discussões se se acrescentasse o relatório do Federal Reserve ao post “Governo contesta estudo do Fed sobre vulnerabilidade da economia”, e levasse o post para a primeira página.

    Aliás, sem esquecer seu post “A situação das contas externas brasileiras” de domingo, 16/02/2014 às 05:00, ao qual já se deu e dá o merecido destaque, houve, hoje, segunda-feira, 17/02/2014, aqui no seu blog, um terceiro post muito apropriado para lançar luzes sobre a discussão a respeito das contas externas. Trata-se do post “Os riscos com o aprofundamento do déficit externo” de segunda-feira, 17/02/2014 às 10:07, e que seria de autoria de Igor Cornelsen e de Daniel Winocur, no sentido de que o post “Os riscos com o aprofundamento do déficit externo” é formado por dois comentários, um de Igor Cornelsen e outro de Daniel Winocur, e nos quais ambos fazem crítica à situação das contas externas brasileiras.

    O endereço do post “A situação das contas externas brasileiras” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/a-situacao-das-contas-externas-brasileiras

    E o endereço do post “Os riscos com o aprofundamento do déficit externo” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/os-riscos-com-o-aprofundamento-do-deficit-externo

    E o que me chamou a atenção no comentário de Igor Cornelsen foi a frase com que ele inicia o comentário dele. Transcrevo pois ela é bastante incisiva sobre a situação das contas externas brasileiras. Diz Igor Cornelsen:

    “Respeito opiniões diferentes, mas déficit em conta corrente superior a 30 % das exportações é uma irresponsabilidade”.

    Ora, o Igor Cornelsen está dialogando com alguém e embora no exemplo trata-se mais de números que não precisam de contextualização, ao leitor, ou a mim, pelo menos, interessa saber o que foi dito anteriormente.

    A situação fez-me lembrar o post “Rússia: as dimensões de uma pretensão” de segunda-feira, 10/02/2014 às 13:53, aqui no seu blog e de autoria de Gunter Zibell – SP. Depois de um filme, Gunter Zibell – SP diz logo no início do post a seguinte frase:

    “O que os últimos dois anos mostraram ao Mundo é que a Rússia era uma fantasia”.

    Pareceu-me uma frase completamente fora do contexto. A Rússia uma fantasia? Evidenciada nos últimos dois anos? Não faz sentido alguém fazer essas afirmações. O endereço do post “Rússia: as dimensões de uma pretensão”, na página em que há um comentário meu é:

    https://jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/russia-as-dimensoes-de-uma-pretensao?page=1

    Então dentro de um determinado contexto as afirmações de Gunter Zibell – SP lá no post “Rússia: as dimensões de uma pretensão” podem fazer sentido. Para as dicussões ficarem mais produtivas vale bem fazer a contextualização.

    Penso assim que cabe essa observação de que este post “O relatório do FED sobre a economia brasileira” de segunda-feira, 17/02/2014 às 12:34, poderia estar justaposto a outro em que já se tivessem discutido não só a situação das contas externas como também o próprio relatório.

    Eu tenho minhas dúvidas sobre a real capacidade do governo brasileiro de enfrentar com brilhantismo a crise que fora anunciada de longa data. Só que eu seu que com um pouco mais de tempo eu posso encontrar algum comentário meu lá no ano de 2009 em que eu, leigo em economia, já fazia prognósticos sobre uma repetição na segunda década do Séc. XXI do que ocorrera na década de 90. Se eu fazia esses prognósticos, qualquer governo com um pouco mais de competência poderia ser muito mais preciso. Enfim, o governo talvez não seja tão incompetente assim.

    Sobre uma possível competência do governo que pode nos ter deixado em situação melhor do que a avaliada por economistas de alto coturno, talvez se devesse dar uma olhada no artigo que saiu no blog Beyond Brics de autoria de Jonathan Wheatley e publicada terça-feira, 03/02/2014 às 03:49 pm, com o título “EM central bankers: guiders, reactors and Mavericks”. A matéria “EM central bankers: guiders, reactors and Mavericks” pode ser vista no seguinte endereço:

    http://blogs.ft.com/beyond-brics/2014/02/03/em-central-bankers-guiders-reactors-and-mavericks/

    Segundo Jonathan Wheatley, Alexandre Tombini pode ser classificado como banqueiro líder. Enviei um comentário domingo, 16/02/2014 às 10:31, tecendo considerações sobre um comentário de Alexandre Weber – Santos – SP, enviado sexta-feira, 14/02/2014 às 10:41, para junto do post “O xadrez da economia para 2014” de sexta-feira, 14/02/2014 às 05:00, em que eu faço referência ao artigo, na verdade um post, “EM central bankers: guiders, reactors and Mavericks”, para considerar que talvez os nossos governantes não sejam tão incompetentes como nós os avaliamos.

    O link para o post “O xadrez da economia para 2014” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/o-xadrez-da-economia-para-2014

    Lá no post “O xadrez da economia para 2014” há uns cinco comentários meus para Alexandre Weber –Santos – SP nos quais eu deixei vários links úteis para mais bem entender a ação dos governantes e a situação da economia brasileira. Um link que ficou faltando lá foi para o artigo “The case for four percent inflation” de Laurence Ball e de abril de 2013. O endereço do artigo “The case for four percent inflation” é:

    http://krieger2.jhu.edu/economics/wp-content/uploads/pdf/papers/wp607_ball.pdf

    Uma afirmação que defendo de longa data é a de que a inflação é um mal político e não econômico. E no artigo de Laurence Ball, lá na página 12, ele transcreve uma declaração de Paul Krugman retirada do livro “The Age of Diminished Expectations: US Economic Policy in the 1990s” publicado pelo MIT Press em 1997. Disse então à época Paul Krugman:

    “one of the dirty little secrets of economic analysis is that even though inflation is universally regarded as a terrible scourge, efforts to measure its costs come up with embarrassingly small numbers.”

    Evidentemente, a avaliação que Paul Krugman faz sobre a inflação é sob o aspecto econômico. No aspecto político, entretanto, o governo que quer se manter no poder deve fazer todo esforço para que ela não saia de controle, pois a inflação afugenta eleitores. Para sorte dos governantes e azar dos países, os economistas desenvolveram métodos poderosíssimos para combater a inflação. E a inflação é a consequência maior e mais imediata dos ajustes cambiais para enfrentar déficits em contas externas.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 17/02/2014

  4. O relatório é inteligível…

    Olha, confesso pra vocês que não entendi “lhufas” desse relatório. Lá pelas páginas 28 a 30 o FED monta o tal ranking dos EME’s (emergentes). Aparentemente ele usa um modelo estatístico, que eu acho que é a regressão linear, para plotar os valores preditos do tal “Índice de Vulnerabilidade (IV)”. Aí aparece o gráfico scatter plot aqui:

     

    Essa setinha com o texto: “Regression line; R-squared = 0,71” quer dizer que essa é a reta e que o modelo explica 71% da variância do IV. A única variável que está sendo usada como previsora do modelo para ser a apreciação da taxa de câmbio.

    Só que ocorre o seguinte: Não existe um sumário do modelo, com os coeficientes de angulares da taxa de câmbio, que seria aquele valor Beta que indica o quanto que a variação de um ponto na apreciação cambial provoca no IV, que é uma informação básica que deveria ter sido evidenciada. Também não tem uma tabela do IV, com as seis variáveis que o compõem (“the ratio of the current account balance to gross domestic product (GDP), the ratio of gross government
    debt to GDP, average annual inflation over the past three years, the change over the past five years of bank credit to the private sector as a share of GDP, the ratio of total external debt to annualized exports, and the ratio of foreign exchange
    reserves to GDP – pg 28 a 29). Isso impossibilita a gente de saber se a distribuição da variável IV é normal. E isso é fiundamental porque sem a pressuposição de normalidade o modelo fica capenga e não fica claro os intervalos de confiância do IV. Se não houver normalidade, o que é bem provável pois do contrário o FED teria publicado essa informação, tecnicamente, é bem possível que os intervalos de confiança do IV para os países citados na amostra se cruzem ou se toquem, tornando impossível rankeá-los.

    Resumindo: o FED fez um pseudo-modelo e não publicou as informações técnicas de aderência desse modelo. Não dá pra saber se há pressuposição de normalidade, se os erros são independentes e nem mesmo sabemos se o IV é um índice real. Procurei no site do FED pela expressão “Vulnerability index” e não achei nada. Se alguém souber onde está demonstrado esse índice, por favor, me avise.

     

    Abraços a todos! 

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