O WhatsApp e o conflito nação-redes sociais

É antipático, eu sei. Mas a sanção aplicada no WhatsApp por um juiz do interior de Sergipe é significativa de um embate muito maior que será cada vez mais presente: o poder globalizado das redes sociais versus o poder nacional.

Não se trata de tema menor, mas fundamental na atual quadra da globalização. Em muitos casos, as redes sociais exercem um papel virtuoso, abrindo espaço para as demandas sociais e para a pluralidade de opiniões. Mas sua colocação como poder supranacional é perigosa. Tratam-se de grupos privados, com interesses comerciais e com lógica de empresa privada similar, mas muito maior, do que os grupos de mídia.

Essas redes têm o controle do mais importante ativo nacional: o mercado de opiniões. Através de simples expedientes técnicos – como o de definir as formas como as notícias entram nas pesquisas -, podem direcionar as opiniões para onde quiser. Têm poder total de veto sobre as opiniões de seus usuários. Subordinam-se unicamente aos seus países de origem, sendo instrumentos óbvios de parceria das estratégias geopolíticas nacionais.

É muito poder, para viver em um mundo sem regulação.

Por outro lado, as redes sociais, no estágio  atual, representam a liberdade de expressão para muitos países submetidos a ditaduras de Estado ou de cartel de mídia.

Chegará o tempo em que as organizações multilaterais definirão regras de conduta para esses grandes grupos. A atitude do juiz Marcel Montalvão antecipa o primado do poder nacional sobre essas organizações, em um caso que envolvia tráfico interestadual de drogas.

O problema é  se o precedente for utilizado para tentativas de Estado de atacar a liberdade de expressão ou a privacidade dos usuários. 

Luis Nassif

41 Comentários

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  1. Puna-se se não obedecer a uma

    Puna-se se não obedecer a uma ordem judicial, mas não os que usam o dispositivo. A justiça no Brasil é estranha = um ladrão está prestes a se tornar vice e, se o Temer pegar chikungunha, por exemplo, ele vira nosso presidente e o STF, o tribunal dos tribunais, não faz nada. Agora um juíz de qualquer parte do país pode fazer um serviço parar, prejudicar milhares que o usam profissionalmente, enquanto não se consegue impedir que ligações vindas de presídios infernizem a vida de pessoas, através de falsos sequestros ou de planejamento de crimes. 

    Esse país tem uma justiça absolutamente estranha. 

  2. O problema não é a proibição do WhatsApp, o problema é o fórum..

    Algo que atinge toda a população brasileira nunca deveria ser julgado e punido por qualquer juiz, isto deveria ser uma pressogativa de cortes superiores, estas sim que devem se pautar em discutir os efeitos da existência ou não de um WhatsApp como ele é.

    Desculpe-me o articulista, mas o problema está mal posto, o direito do Estado em regular serviços para o país inteiro é inquestionável, porém o direito de qualquer juiz de qualquer fórum em punir todos os cidadãos tirando-os um direito geral é que deve ser questionado.

    Se uma corte superior, mandasse dimplesmente bloquear todo um aplicativo por tempo indefinido baseado e sustentado por um direito da Nação, nada a contrariar, porém um juiz de qualquer instância fazer isto que é o problema.

    1. Veja bem

      Seu direito a comunicação não foi violado… pode-se usar outros aplicativos, eu , por exemplo, baixei hoje o telegram e já estou usando, convidei meus contatos (os que não tinham o telegram) para fazer o mesmo… e a vida continua igual a antes.

      Adorei a medida do juiz por que, sinceramente, odeio monopólios. A comunicação é o bem maior, o whatsapp é  mera ferramenta e deve se recolher a sua pouca significância. A concentração de poder é extremamente perigosa.

    2. O problema está mal posto sim.

      A intenção do Nassif e o tema proposto é pertinente, mas não neste caso. Como disse alguém e foi amplamnte replicado: “Se os traficantes houvessem usado cartas, o gênio mandaria fechar os correios”?

      Envolve ainda a questão da criptografia, e a posse real das comunicações, matéria em que, parece, os nossos juízes estão defasados em conhecimento.

       

      1. Pelo equilíbrio

        O exemplo não é muito bom. A questão gira em torno de quem detém o controle do conteúdo e tráfego de informações. E se tem ou não condições de fornecer dados relevantes ao Estado – para a proteção da sociedade como um todo. Deve haver sempre uma ponderação para que o esforço do Estado (preguiçoso) não opte apenas por essa modalidade de investigação. Por outro lado, os interesses da iniciativa privada não podem prevalecer sobre os do Estado. Pelo debate chegaremos ao melhor.

    3. Concordo, esse é o cerne da questão.

      A mim parece que sua opinião vai ao ponto central da questão. Como a decisão afeta a todos ela deve ser tomada por uma instância superior e o debate ser feito em nível nacional.

      Porém qiuando penso asssim lembro-me da infâmia que é um STF que não se posiciona diante das grandes questões do País, que limpa a bunda com a Constituição deixando que um GOLPE de Estado seja perpetrado em flagrante desrespeito à Carta Magna, à democracia e ao povo brasileiro, escondendo-se atrás de um debate sobre a pipoca nos cinemas para disfarçar sua adesão ao GOLPE através da omissão.

      Aí então eu penso: De que adianta tudo isso?

      De que adianta discutir qualq instância judicial vai definir que o WattsApp pode fazer isso ou aquilo? Vai ganhar quem pagar mais mesmo. Não tem justiça neste País, somente mais um esquema mafioso para arrecadar dinheiro sujo, muitas vezes lavadinho na forma de mordomias, salários extratosféricos e outras vantagens típicas de marajás do serviço público, outras não raras na forma “suja” mesmo.

      É a festa da cocada preta dos corruptos, ladrões e estelionatários.

  3. Um bom debate
    Brilhante advertência. No primeiro momento há uma tendência de nos colocarmos contra o Estado sem nós apercebermos das graves consequências futuras.
    Um bom debate o tema sugere.

  4. Não só o debate da soberania nacional

    Não só o debate da soberania nacional está em jogo, mas o próprio interesse do Judiciário

    O Whatsapp é algo livre que promove as mensagens de pessoas comuns até a faclidade no atendimento a demandas de consumidores por empresas

    Mas também é uma área livre pro tráfico de drogas, exploração sexual, roubo e formação de quadrilhas

    Pensa-se desse modo: existem diversas maneiras de se fazer investigação com escutas e até mesmo nas mensagens comuns do celular, porém o whatsapp é como se fosse uma sala a prova de som aonde se pode falar o que bem quiser

    No caso de cometimento de crime a responsabilidade seria do Whatsapp? Se o encontro fosse em um hotel deveria ser criminalizado o dono do hotel aonde o fato ocorreu?

    A Justica é soberana: ela deve ir aonde for pra investigar e punir os criminosos, e então entra a grande questão: como fazer o whatsapp monitorar os criminosos?

    Isso é fácil responder: Por razões técnicas e de segurança o whatsapp não possui um modo de compartilhamento de informações com as autoridades judicárias a exemplo do que acontece com as empresas de comunicações brasileiras, e, se tivesse violaria um milhão de normas e leis internacionais que o proíbem de fazer isso…

    Mas a justiça tem toda a razão em cobrar essas informações da empresa…

    E não adianta bloquear o whatsapp, bloqueia o programa e existem outras dezenas de programinhas que fazem quase o mesmo

    Enquanto isso os prejudicados somos nós…

  5. Pensei numa coisa que ninguém acho que lembrou.

    Por que nunca quando bandidos utilizavam telefone, um juiz para forçar a entrega do sigilo telefônico não mandou desligar todos os telefones do Brasil?

  6. + exemplos

    bela bola Nassif!

    na Alemanha já se está partindo para cima do AirBNB que segundo a reportagem está diminuindo a oferta de habitação para locação em Berlim – com caguetagem e tudo.

    http://p3.publico.pt/actualidade/economia/20386/arrendar-atraves-da-airbnb-ja-e-proibido-na-alemanha

    na terrinha está-se discutindo o Uber fervorosa e profundamente – levantaram a questão trabalhista, que ainda não vi aparecer aqui, dos empregados da Uber e o fato de ser uma multinacional sediada na holanda (onde foram parar as sedes das principais empresas portuguesas). em programas de tv de discussão política tem tomado grande parte do tempo de discussão.

     

     

  7. Em defesa da privacidade

    O problema, no caso específico, não é o “poder supranacional” de uma empresa como a Facebook – afinal, ela tem representantes no Brasil. A questão maior é: qual é o equilíbrio entre privacidade e atendimento às demandas da justiça que deve ser adotado pelos aplicativos de Internet? No fundo, o juiz queria mesmo ter acesso às conversas dos criminosos – no entanto, isso não mais é possível desde que o WhatsApp optou por criptografar todas as mensagens que passam pela sua rede.

    O Marco Civil da Internet, no seu art. 15, fala na guarda dos “registros de acesso a aplicações” por seis meses. Ora, no caso do WhatsApp, “acessar” a aplicação significa meramente ficar “online”. Eu não entendo que tal artigo obriga a empresa a guardar o conteúdo das mensagens – o que no momento não é de qualquer forma possível devido à criptografia.

    Por outro lado, o art. 10 diz que “a guarda e a disponibilização dos registros de conexão e de acesso a aplicações de internet de que trata esta Lei, bem como de dados pessoais e do conteúdo de comunicações privadas, devem atender à preservação da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das partes direta ou indiretamente envolvidas.”. Em nenhum momento se estabelece que as mensagens devem ser guardadas obrigatoriamente pelos provedores.

    Já o art. 7º permite a possibilidade que, em tese, algum ator (a operadora de telefonia celular, por exemplo) faça o monitoramento das informações oriundas do celular “grampeado” de modo que possa capturar as mensagens “no fluxo”. Nesse caso a participação da empresa WhatsApp se tornaria até desnecessária, não sendo necessário que ela passe a guardar as mensagens nos seus servidores. No entanto, desde que foi adotada a criptografia de ponta-a-ponta essa solução não é mais possível – Se alguém monitorar os dados saindo do celular “grampeado”, as mensagens do WhatsApp serão ininteligíveis.

    Qual é a única solução possível para atender a demanda da justiça? A empresa responsável pelo WhatsApp pode:

    – desativar a criptografia das mensagens

    – criar um sistema criptográfico que possua um “backdoor”, que permita que as mensagens sejam decodificadas com uma “chave mestra”

    Do ponto de vista do usuário “do bem”, nenhuma das soluções é desejável: desligar a criptografia voltaria a permitir que pessoas mal-intencionadas monitorem a comunicação dos outros, possibilitando toda sorte de “grampos” ilegais. A solução de um backdoor é apenas um pouco menos ruim: historicamente, esse tipo de “chave mestra” acaba sendo descoberta pela comunidade hacker e, para todos os efeitos, a criptografia deixa de ser efetiva.

    Ahhh mas e como fica a perseguição aos bandidos? Se souberem que uma ferramenta como o WhatsApp é facilmente monitorável pela justiça, os criminosos que estiverem preocupados em não serem investigados não terão dificuldade em adotar aplicativos alternativos. Portanto, o principal ônus para qualquer solução que viole ou flexibilize a criptografia de ferramentas como o WhatsApp será para os usuários inocentes, que perderão a privacidade nas suas conversas.

    Toda essa discussão não tem nada a ver com a questão das redes sociais e dos riscos que a “priorização de posts” (por exemplo) podem ter para a liberdade de expressão. No caso em monta, vale a máxima: sacrificar “um pouco” de privacidade em nome da segurança nos levará a uma sociedade que não terá nem uma coisa nem outra!
     

  8. WhatsApp não é Facebook

    WhatsApp não é rede social.

    “Essas redes têm o controle do mais importante ativo nacional: o mercado de opiniões”

     

    O WhatsApp não tem opinião e não controla quais mensagens recebemos ou não.

     

    O Facebook sim pode fazer isso.

     

     

  9. Silêncio eloquente

    É intrigante o silêncio dos responsáveis pelo aplicativo, pois, em uma outra decisão contrária aos interesses do ruivinho, sócio majoritário do facebook e do watsapp, bradou aos quatro ventos.

    Esse silêncio parece muito  solidário ao de um certo presidente de uma certa nação no continente americano. E mais não digo.

    Digo sim, digo isto.

  10. Eu tenho algumas ugestões a

    Eu tenho algumas ugestões a fazer para nosso Todo-poderoso judiciário, que tal mandat cerar as portas de todos os bancos por esses vicerem roubando seu correntistas? Fechar todas as prefeituras do Brasil por desvios sitemáticos de recursos? Fechar todos os foruns do Brasil quando um juiz cometer desvio de função?

    Caso ele não faça isso é porque cometeu abuso de função.

  11. Portal GGN

    Meu caro Nassif, dê uma ajudazinha a nós, idosos: configure seu portal para ser lido em Smartphone! Do jeito que está, só com lente! às vezes nem lente ajuda!

  12. JUSTIÇA ABSOLUTA

     

    O fato é que Moro inaugurou uma nova era, o do Juiz Absoluto, com poder desproporcional a suas funções….

    Quantos juizes existem no Br? … e agora se cada um começar a fazer o que quizer, sobre quem quizer ?

    Estou sendo punido nesse momento, sem ter sido acusado de absolutamente nada…

    Eu e os milhoes de usuários, no Br e no exterior!!!!  (note a extensão da medida, que atinge nossos correspondentes no exterior).

  13. Esses moleques da informática são folgados

    Acertou o juiz em acrescentar a pimenta, mas errou na dose e estragou o tacho.

    Para um país que não é proprietário da web, muito menos possui instrumentos para sua dominação, país que está praticamente quebrado em suas finanças,  que nunca conseguiu criar nada de novo na informática, e que depende totalmente de estrangeiros para se suprir de hardware e de software, a dosimetria veio equivocada, tal como faria uma província bolivariana dirigida por caudilhos.

    E nem com o recentemente acontecido fato envolvendo o FBI, os tupiniquins aprenderam alguma coisa de bom.

    A justiça está precisando aprender bons modos. Seria bom que empenhassem suas energias para resolver a imensa quantidade de processos que jazem em suas gavetas. Isto sim, seria louvável.

    Agora, punir tantos usuários por uma recusa de um fornecedor?

    Primeiramente, e antes de mais nada, é preciso provar que o fornecedor possui os dados, e que estes podem ser decodificados. A criptografia é uma ferramenta de guerra, no meu modo de ver, incorretamente disponibilizada ao público. Existem softwares gratuitos que criptografam desde um arquivo até a totalidade do disco rígido. Os programas mensageiros que operam com criptografia podem codificar as mensagens desde a origem até o destino, tornando impossivel que se descubra o que foi transmitido, a menos que se utilize os mesmos aparelhos em que foram, respectivamente, criadas, transmitidas e decriptadas apenas quando reproduzidas pelo recebimento.

    Não se deve confundir senha com encriptação. 

    As senhas, a grosso modo, ocultam o ponto de entrada de um arquivo, impedindo que ele possa ser aberto por aplicativos devido a ausência de lógica na sua composição, que necessita ser carregada em memória antes do uso. è mais complicado do que isto, mas pensesse em um prédio sem portaria, numa casa sem portas e nem janelas.

    Senhas podem ser quebradas. Existem inclusive softwares para isso.

    Já na encriptação, os dados são embaralhados, trocados por outros caracteres, no arquivo todo.

    A senha usada na encriptação carrega um código de substituição e embaralhamento. Cada arquivo, possui uma lógica de decodificação dependendo da senha que foi adotada. Uma espécie de quebra cabeças gigantesco, onde as peças são numeradas num algorítmo que só a senha adotada, combinada com o software de encriptação, consegue saber a sequência para montar o arquivo de novo. Além disso, é necessário substituir a imagem das peças de volta a sua cor original para que o quebra cabeças montado faça sentido, ou seja recompro os caracteres originais em seu devido local.

    O Internet Explorer, para suas transações seguras, usa criptografia de 128bits. Ou seja, suporta blocos para encriptação (embaralhamento) de 128bits. E já é considerado mais do que seguro pela Microsoft para transações bancárias on line. Porém existem encriptadores de até 512bits. Há relatos de uso restrito para os de 1024bits, tecnologia AES(Advanced Encryption Standard)

    Quebrar isso na ‘força bruta’ pode levar algumas décadas de processamento, em máquinas parrudas.

    Além do método, a composição da senha (que é parte do algorítmo gerador da encriptação, e só daquela encriptação), no caso do WhatsApp, é transparente para o usuário.

    Enfim, para encurtar a missa, seria mais inteligente a decisão de impôr uma multa diária aos exploradores comerciais do App. Isto ao invés de bloquear o uso. A pena de reclusão aos dirigentes seria um aditivo motivacional. Só no caso da evasão do país de dirigentes do App é que se poderia pensar em um bloqueio, este definitivo até a solução final do problema. Isto é facil de ser conseguido pelo bloqueio do servidor DNS para endereços do aplicativo. É fato que pode ser usada uma VPN, rede virtual, mas isto encarece o uso exponencialmente, visto o processo ficar lento, trocar muito mais bytes entre a origem e o destino devido perdas de pacotes no tráfego e não garantir mais a privacidade, já que a grande maioria das VPNs é monitorada. Ter de usar o WhatsApp via VPN decretaria a morte do aplicativo, e seus criadores sabem disso.

    Para saber mais sobre criptografia:

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Advanced_Encryption_Standard  (em português)

     

     

     

     

     

  14. E os Coxinhas racistas

    aproveitaram a decisão judicial para mais uma vez ofencer nordestinos.  Hoje saiu mais um bloqueio por decisão judicial, agora de um JUIZ DE SANTA CATARINA contra o facebook. Mas, não adiante usar esse argumenta contra canalha: racista não muda.

    Como todos os Coxinhas racistas são contra então eu sou a favor de bloquear qualquer rede social.

  15. E SABENDO que

    José Serra quer o Parlamentarismo, sou Presidencialista desde criancinha e morro em combatre contra o lazarento Vampiro.

  16. Medida desproporcional e

    Medida desproporcional e acredito ilegal, inventaram o juiz extraterritorial, prende e arrebenta em todos os cantos do país manda mandam mais que o inutil stf, qual a segurança juridica que teremos daqui para a frente? Ou isso vai acabar quando conseguirem prender o Lula? Por quais motivos? Qualquer um, oras………………….

  17. Quando é do interesse dos

    Quando é do interesse dos americanos esses juizes vendidos do Brasil se mexem rapidinho. Por que não colocam o vagabundo do cunha na cadeia com a mesma rapidez com que devolveu o app aos smart fones dos brasileiros?

  18. O WhatsApp e o conflito nação-redes sociais

    Parabéns, Nassif! Sempre equilibrado em suas opiniões, procurando uma síntese em um  momento onde as opiniões estão extremadas.

     

  19. bloqueio do whatsapp.

    Ao que parece antes do WhatsApp o tráfico de drogas corria solto no estado de Sergipe, não havia investigação criminal e quadrilheiros não eram incomodados por autoridades responsáveis pela segurança pública do estado. 

    1. bloqueio do…

      Só começaram a enxergar agora? É o Poder supra-nacional. É não é Teoria de Conspiração. Antes alguns céticos ou ingênuos não acreditavam neste controle externo. Então apareceram “Snowden’s e Assange’s”, que foram devidamente calados com a devida anuência das potências ocidentais. Financiamos e oferecemos gratuitamente, nós e países periféricos,  acesso total e irrestrito a toda gama de serviços de comunicação e informação. Mercado totalmente controlado e administrado pelas potências de sempre. Cada palavra, cada centavo, seu jogo de futebol (olha EI chegando aí, Grupo Turner),  indo até os supercomputadores em Miami/USA até voltar no seu “tablet” ou TV. 

  20. Eu acho interessante essa

    Eu acho interessante essa discussão em torno do WhatsApp. Para não dizer surrealista. Vamos lá: uma grande empresa de mídia social, Facebook, passou a controlar um dispositivo que tem a função de telefonia movel. Pois bem, todas as empresas de telefonia aqui instaladas estão sujeitas à legislação brasileira para, em caso de crime, submeter seus equipamentos ao controle da polícia/justiça. O mesmo não ocorre com as empresas da web que  querem preservar informações de criminosos que podem causar muitos estragos. O que tem a ver a discussão do bloqueio do WhatSapp com a decisão de um juiz de Sergipe no combate ao crime organizado e a liberdade de expressão, privacidade e o diabo a quatro?  Simplesmente, nada. A empresa se nega a informar o IP dos delinquentes em total descaso a decisão judicial. O juiz aplica as sanções previstas em lei. Agora, sair por aí e dizer que a decisão abalou as comunicações no país, é uma grande besteira.  O aplicativo é  como muitos outros gratuitos existentes no mercado, e não é tão bem avaliado como, por exemplo, o Telegram, para citar somente um. Ora,  tenham em seus aparelhos mais de um aplicativo de mensagens. A concorrência faz bem ao cidadão.  Tenho  certeza que assim agindo, a queda de um aplicativo não acarretará uma comoção nacional , insultos a uma juiz e nem mesmo a corrupção de agentes envolvidos em querer “consertar” a decisão.

    1. Esse é o ponto!

      As pessoas estão confundindo as coisas. Todos podemos utilizar outros aplicativos e continuar se comunicando normalmente. E fazendo isso, o whatsapp ou iria atender a decisão da justiça ou iria perder todos os usuários para outro concorrente. Simples assim. A justiça precisa ser mais técnica e isso está faltando muito ultimamente.

  21. Interesses diversos

    Nassif, a sua frase final, sobre a dúvida do uso do precedente, mostra, por si só, que não deveria ter havido precedente.

    A existência de todos os interesses por trás dessa medida – imprópria a meu ver – econômicos, sociais, políticos, do Judiciário etc…  evidencia que o alegado – investigação sobre drogas – é de menor importância em todos os sentidos.

    Abrir esses precedentes significa a liberdade de expressão ser ferida de morte, como perder a virginidade, nunca mais será integral.

    Não acredito na versão oficial para a desproporcional medida.

    Não me parece razoável que qualquer juiz de 1a.instãncia possa interromper qualquer serviço de grande uso social e comercial. Situações como essa tem que ser tratadas em alto nível – um Tribunal, diretamente, com a empresa, no DF.

    Uma piada do tempo da Faculdade, que se comprova no dia-a-dia:

    P: Sabem qual é a diferença entre juízes de primeira Instância e os de segunda?
    R: Os primeiros pensam que são Deus, os outros têm certeza!!!

  22. WHATSAPP E REGULAMENTAÇÃO
    NEOLIBERALISTAS: SE ENTERREM…ESTÃO FEDENDO
    Agora, o culpado pela suspensão do Whatsapp é o Marco Civil da Internet (leia o documento na íntegra aqui http://www.planalto.gov.br/…/_ato2011-2…/2014/lei/l12965.htm) . Incrível. Uma regulamentação elogiada por países de todo mundo, elaborada inclusive com ampla colaboração do setor privado, que assegura minimamente direitos sobre um meio de comunicação considerado fundamental à sociedade, é apontado como o culpado de possibilitar ao juiz de Sergipe a base jurídica para ordenar a suspensão do aplicativo.
    E por ser o culpado, o Marco Civil da Internet vira exemplo de que o Estado não deve se meter a regulamentar qualquer coisa. Que a tal da LIVRE INICIATIVA, também conhecida pela alcunha de MERCADO, deve se auto regulamentar em pró do cidadão. Pausa longa para uma sonora gargalhada.
    A que ponto do ridículo chegam os executivos e especialistas de telecomunicações do país.
    São tantas as falhas de argumentação nessa lógica neo-liberalista, ultrapassada até nos USA, sua meca e berço, que a gente fica meio perdido em saber por onde começar a detonar. Aliás, envergonha-me ter de argumentar qualquer coisa contra tal debilidade de argumentação.
    Vamos começar pelo bloqueio do Whatsapp. Não há, tecnicamente, como alguém, que não seja o próprio dono do Whatsapp, bloquear totalmente o aplicativo. Tanto que não está bloqueado. Basta usar uma app de VPN como o BetterNet, por exemplo, que volta a funcionar. Veja como neste vídeo https://www.youtube.com/watch?v=BQagpD_UxSw . Explicar o porque disso é simples, mas não vem ao caso aqui. Apenas basta lembrar que o THE PIRATE BAY está no ar até hoje!
    Além disso, em ultima instância, os usuários podem simplesmente trocar do Whatsapp para o Telegram, outro aplicativo, que faz a mesma coisa.
    O juiz de Sergipe solicitou ao Facebook, dono do Whatsapp, dados sobre usuários suspeitos de tráfico de drogas que usam o Whatsapp para comunicação – assim como usam celulares pré-pagos para o mesmo fim. A politica do Facebook atesta que dados de usuários são privados e não podem ser passados adiante – mesmo com ordem judicial. Mas, cá entre nós, a solicitação do juiz é válida, não?
    Com a negativa do Facebook, o juiz ordenou que o acesso ao aplicativo no Brasil fosse bloqueado. Ninguém avisou ao juiz que tecnicamente isso é impossível. Incomoda, com certeza. Mas, tal ordem não impede que o uso do Whatsapp seja feito mesmo tendo o juiz mandado suspender o fornecimento do serviço. Conclusão: é uma ordem inócua que expõe o Judiciário a fato de que está despreparado para lidar com a Economia Digitalizada.
    Agora, vamos ao Whatsapp em si, usado por estimados 100 milhões somente no Brasil – e quase 1 bilhão no mundo. É um aplicativo que acabou com o serviço de SMS das dinossáuricas Operadoras de Telecomunicações. Dizimou o SMS e hoje é usado como parte integrante da Economia Digitalizada, gerando receitas para negócios diversos.
    Faz tempo que as empresas de telecomunicações (as Teles) não dão a mínima para o consumidor – sem falar ao cidadão. Um presidente de uma delas (a maior) veio a publico se ridicularizar, taxando o Whatsapp de ilegal. Essa gente, nula em criatividade, com receitas caindo vertiginosamente e ainda com certo poder de fogo, não só comemora essas coisas como patrocina lobby para aprovação de legislação mais restritiva ao uso livre da Internet para expressar opiniões e obter informações de fontes não ligadas aos meios tradicionais. E cobram caro….muito caro.
    Passamos à peleja “Livre Mercado versus Regulamentação”. E vamos focar apenas nos USA. Sério? Estamos em 2016 e ainda discutimos isso? Aquele ano de tragédia de 2008 do sistema financeiro dos USA não ensinou nada a ninguém? O desastre do sistema de saúde USA não ensinou nada a ninguém? A falência das instituições de ensino nos USA também não? Vamos defender Reaganomics USA em 2016?
    Neoliberalistas, escutem uma coisa: O NEOLIBERALISMO NÃO DEU CERTO. É só olhar ao redor. Os consumidores não consomem, os produtores não produzem, as financeiras não financiam e os trabalhadores não têm trabalho – esse é o resultado. O resultado disso é MISÉRIA da maioria e enriquecimento criminoso de 1%! Leiam esse artigo do presidente da CES https://www.publico.pt/…/crise-demonstra-que-a-experiencia-…
    O Marco Civil da Internet garante o mínimo necessário para que a Internet seja uma ferramenta de inclusão social – e não dos que podem por ela pagar! Em nada este documento, consagrado internacionalmente, tem a ver com o que o juiz de Sergipe decidiu, talvez por falta de aconselhamento técnico adequado.
    Pelo amor de deus, neoliberalistas, se enterrem. Estão fedendo!

  23. WHATSAPP e BOBAGENS
    Alguns executivos de empresas de telecomunicações, sem medo do ridículo em público e de manchas em seus curricula, aproveitam o bloqueio temporário do Whatsapp para escrever bobagens do tipo “não é uma plaforma segura para desenvolver sistemas sérios”.
    Isso me faz lembrar a guerra travada, décadas atrás, do modelo OSI versus o TCP/IP como padrão de comunicação a ser adotado pela indústria. O OSI, proposto pelas Teles, tinha tudo: era mais seguro, mais robusto, mais documentado, mais completo etc. O TCP/IP vinha do mercado via universidades: era mais simples, menos seguro, a documentação era precária, etc.
    Depois de muito “kicking and screaming”, venceu o TCP/IP. Por que? Porque era simples e desburocratizado e, portanto, mais fácil e rápido de ser usado no desenvolvimento de sistemas. Mesmo quando uma deficiência surgia, a sua solução era facilmente encontrada em tempo recorde e a deficiência deixava de existir.
    Vc já ouviu falar em endereço OSI? E endereço IP? Pois é…
    O mesmo tipo de argumento débil foi visto na adoção de PC vs mainframes. O PC ganhou. Entre o Windows da MS e o OS2 da IBM também teve discussão. O Windows levou. Teve briga entre o Ethernet e o Token Ring. Ethernet ganhou. E por aí vai.
    O avanço tecnológico implica na eliminação do velho, do ultrapassado. Interesses econômicos de mega empresas tendem a frear qualquer avanço que implique em impacto em seus lucros. Sempre foi assim.
    É fato que o Whatsapp acabou com o serviço de SMS das empresas de telecomunicações. O presidente de uma delas, sem medo de ser ridículo, veio a público dizer que o Whatsapp deveria ser considerado ilegal. Foi ridículo.
    Pergunta: será que esse presidente usa Uber? Será que ele assina Netflix? Será que usa o Airbnb? Porque na essência a discussão é a mesma quando os prestadores do serviço tradicional colocam a boca no trombone.
    Em resumo: dinossauros reagem de forma diferente quando são atingidos por uma chuva de meteoros. Mas, como já sabemos, o meteoro também ganhou. É uma questão de tempo…

  24. Nassif, concordei com sua

    Nassif, concordei com sua tese. 

    O que a gente vê e o que a gente não vê. Bastiat

    obs: não me odeiem por isso.

    1. José, as redes sociais são meros tambores, a decisão de seguir..

      José, as redes sociais são meros tambores, a decisão de seguir é que importa.

  25. Concordo em gênero número e

    Concordo em gênero número e grau contigo Nassif. Ontem tentei postar( face, twiter) alguma coisa dizendo o que está neste teu texto. Foi impossível. Primeiro porque havia e deve haver um tsunami contra o juiz. Segundo porque não tinha tempo para pensar em frases curtas para colocar os pensamentos. Mas acho que é muito importante ir-se debatendo, com certa ênfase e frequência porque tu sabes como eles agem rápido, haja vista o que estamos vivendo na nossa “pátria  mãe tão distraída”  . Diante disto, tu que podes fazer, sugiro que começes o debate de forma mais abrangente, por ex. na Brasilianas, seminários e sei lá o que. Mas por favor começe,  agradeço. E se puder enviar sugestões de leitura para que possa ter argumentos consistentes, agradeço duplamente. O meu mail vocês tem. Att.,

  26. 1 juiz decide que cem milhões não tenham acesso à rede

    Mas não aparece um juiz para dar um pulinho até à Câmara dos Deputados e prender o Cunha.

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