Obama dê paz (o Nobel) a Edward Snowden.

 

O sociólogo e professor sueco Stefan Svallfor indicou Edward Snowden para o prêmio Nobel da Paz. Svallfor é membro do grupo de pessoas autorizadas pela fundação a fazê-lo.

Se a premiação se concretizar será uma grande conquistas para todos que defendem um mundo mais livre e justo. E por outro lado uma vitória pessoal de Edward. Um reconhecimento.

No entanto não é bom se entusiasmar com essa possibilidade. Pois, é notório que os ocidentais, americanos à frente, fizeram, muitas vezes, uso político do Nobel. Ora para mandar recados ameaçadores a outras nações. Ora para proteger dissidentes de regimes contrários aos interesses “yankees”. Será que eles aceitariam um dissidente deles, que chamam de traidor, com o prêmio no pescoço?

Alexander Soljenitsin, escritor russo, Nobel de literatura em 1970, foi um desses agraciados pela máquina de propaganda americana. Vivíamos a chamada guerra fria. Nada melhor que  usar “O Arquipélago Gulag” como panfleto anti União Soviética.

Boris Pasternak, russo também, com seu “Dr. Jivago” foi outro laureado. Livro insosso, cujo único mérito foi mostrar os bolcheviques como vândalos sem causa.

Mikhail Gorbachov mais um Nobel, lutou pelo fim da guerra fria e, por tabela, pela extinção da   União Soviética. Liu Xiaobo, chinês, e Aung San Suu Kyi de Mianmar são outros exemplos.

Chegou o momento também dos americanos experimentarem do mesmo remédio. Ou tirarem a máscara de protetores da liberdade.

Vejam, pelos critérios adotados não há porque não premiar o ex-agente. Ele fez exatamente o que os outros agraciados fizeram. Snowden denunciou arbitrariedades. Teve coragem e desprendimento para denunciar o esquema gigantesco de espionagem. Todos os continentes foram vítimas da espionagem. Em vários níveis. Tinha consciência da magnitude de sua atitude. Os algozes agora são seus patrícios.

O recado aos EUA, embutido na premiação, ficaria claro: as nações reprovam qualquer  interferência na  soberania. Somos contra a invasão de privacidade.  A Terra não tem dono, tem habitantes.

Na história humana há muitos casos de povos que tentaram ser dono do mundo. Converter outras culturas  em sua propriedade.

A Macedônia, com Alexandre o Grande. Roma, com seus Césares. A França, com Napoleão. A Alemanha, com Hitler. A igreja, com seus papas, A Inglaterra, com seus reis. Átila, com seus hunos. Nenhum deles teve sucesso. A vida persiste.

Os norte-americanos estão tentando.

Bem, duvido que Edward ganhe. Afinal, se toda a Europa acovardada se mostra submissa aos desmandos. Se França, Portugal, Espanha e Itália, em particular, obedeceram cegamente às ordens de Obama, e por cima não pediram desculpa ao Evo Morales pela estupidez é querer  demais que uma simples Fundação Nobel peite a superpotência, não acham?

Vamos ver se pelo menos alguma declaração sobre o caso a ONU emita. E que explique aos conterrâneos do Mickey  que, por enquanto, não dá para expulsar Edward Snowden da Terra, certo? Quem sabe num futuro próximo.

Redação

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