Olavo de Carvalho faz leitura absolutamente errada de Ronald Dworkin, por Streck e Morbach

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Lenio Luiz Streck e Gilberto Morbach

No Conjur

1. Introdução: o que queremos (e o que não queremos)
Olavo de Carvalho é uma figura controversa. É difícil defini-lo: qualquer simples menção a seu nome enseja, de imediato, reações tão apaixonadas quanto antagônicas: para uns, referência intelectual, guia do pensamento da nova direita brasileira; para outros, uma caricatura, um autor folclórico adepto de todo tipo de teorias da conspiração.

BBC define bem: “[P]rofessor de filosofia sem jamais ter concluído um curso universitário e adepto da teoria de que a ‘a entidade chamada Inquisição é uma invenção ficcional de protestantes’, Carvalho acumula desafetos com a mesma intensidade com que é defendido por seus admiradores”.

Ame-o ou ridicularize-o, é impossível ignorá-lo: sua influência sobre os atuais rumos da política nacional é inegável. “Fez” dois ministros e gente do segundo escalão do governo Bolsonaro.

Vejamos: Filipe Martins, assessor internacional de Bolsonaro — para quem “[o] feminismo é só um instrumento de poder de esquerda” —, é seu fã declarado.

Ernesto Araújo, novo chanceler — para quem o filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein seria um precursor das teorias desconstrucionistas pós-modernas —, diz que a “providência divina” uniu as ideias de Olavo de Carvalho ao patriotismo de Jair Bolsonaro.

Ricardo Vélez Rodríguez, novo ministro da Educação — para quem os brasileiros têm sofrido, por meio do MEC, uma “doutrinação de índole cientificista e enquistada na ideologia marxista” —, foi indicação direta de Carvalho.

Não pretendemos, aqui, afirmar uma falsa neutralidade. Não vemos o feminismo como um instrumento de poder da esquerda, além de parecer-nos bizarro alguém dizer que Wittgenstein é um pós-moderno avant la lettre. Também não acreditamos que o MEC seja um órgão de doutrinação marxista de “índole cientificista” (?). Seja como for, não é disso que se trata.

Não queremos, aqui, provar as inconsistências, contradições e extravagâncias subjacentes ao discurso de Olavo de Carvalho; tampouco faremos jogo baixo invocando declarações de Olavo, como a de que Newton era “um burro”; que o leitor julgue por si próprio se o aquecimento global é um fenômeno verdadeiro ou falso, se há ou não uma ameaça globalista internacional, se “[a]lgo na astrologia tem algum fundamento”. Não é isso que queremos discutir.

Tratamos, aqui, da aula de número 432 do COF, “um programa de orientação de estudos filosóficos ministrado pelo filósofo Olavo de Carvalho, no intuito de formar filósofos e não apenas professores de filosofia e consumidores de cultura filosófica”. Pela “urgência do assunto”, Carvalho tornou a aula aberta ao público por meio de suas redes sociais, dispensando-nos do pagamento da mensalidade de R$ 60 de seu curso.

Pela urgência do assunto, decidimos escrever este ensaio.

2. Religion without God: o que Dworkin disse (e o que Olavo diz que Dworkin disse)
Na “aula”, com duração de 45 minutos, Olavo fala sobre aquela que identifica como a nova maneira encontrada pela esquerda para “tomar o poder”: o ativismo judicial, a ser praticado pelos ministros do Supremo Tribunal Federal. Carvalho diz que, como a população não vai tirar do cargo “a pontapés” os ministros, que são “criminosos”, ele vai enfrentar intelectualmente aquele que seria o “guru” do STF: Ronald Dworkin.

Somos críticos ferrenhos do ativismo judicial e, por isso, tal “aula” nos diz respeito. Haveria em Olavo um aliado? Porém, ao colocar a culpa na conta de Dworkin, logo vimos que algum jurista mal informado havia informado mal a Olavo, um não jurista. Ao que parece, se Olavo estudou Dworkin, assim o fez lendo alguns autores brasileiros que cometem erros muito parecidos ao que vamos relatar.

Sigamos. Depois de 20 minutos de vídeo, ao longo dos quais passa discorrendo sobre como teria derrotado o “gramscismo” da esquerda brasileira, Olavo, enfim, começa a falar sobre Dworkin — para ele, um “coitado”, “desprezível”, que “não é de nada” e “não sabe o que está falando”. Ficamos a imaginar como Dworkin, um sujeito educado, reagiria a esses impropérios… Mas, de novo, não é disso que se trata.

O livro escolhido por Olavo para o enfrentamento é Religion without God, obra na qual, em linhas gerais, Dworkin defende as teses de que (i) há uma objetividade no valor e que o universo e a vida humana têm valor intrínseco. Nesse sentido, (ii) teístas e ateístas podem compartilhar um comprometimento fundamental que, porque anterior à crença em Deus, transcende suas diferenças; razão pela qual (iii) a liberdade religiosa é derivada do direito à independência ética, e não de uma crença em Deus tout court.

Olavo lê, traduzindo livremente, os parágrafos introdutórios do livro, nos quais Dworkin diz que o compromisso com a realidade independente do valor é anterior à crença em Deus e, portanto, disponível também a ateístas, de modo que (i) ateístas podem também ser religiosos e (ii) a religião como tal não exige, necessariamente, um Deus.

Alguns parágrafos à frente, Dworkin fala sobre os possíveis significados da palavra “religião”. Dworkin ilustra o ponto a partir de decisões da Suprema Corte dos Estados Unidos, que, chamada a interpretar os significados legislativo e constitucional de “religião”, definiu tanto que (i) ateus qualificam-se a objeções de consciência para fins de dispensa de serviço militar e que (ii) até mesmo o “humanismo secular” está incluso na cláusula constitucional de liberdade religiosa.

Segundo Olavo, Dworkin diz que a Suprema Corte assim decidiu com base na ideia segundo a qual “a existência de um deus pessoal não pode, por si própria, fazer diferença à verdade de valores religiosos[1].

É assim que ele justifica a sentença da Suprema Corte”, diz Olavo, que segue dizendo que Dworkin “vira o negócio de cabeça pra baixo”.

O problema é que Dworkin jamais disse ter sido essa a razão de decidir da corte. Não é isso que ele fala no livro. Dworkin afirma, sim, que o valor é independente e anterior à existência de Deus; mas esse é um argumento dele, e ele não o atribui em nenhum momento à Suprema Corte. Os trechos estão separados por 20 páginas. O que Olavo diz é, simplesmente, falso. Quem “vira o negócio de cabeça pra baixo” não é Dworkin.

Olavo diz que, para Dworkin, “o fato de a Suprema Corte ter reconhecido o valor da religiosidade ateística tem valor cognitivo” (?) e que “ela afirma que há valores iguais ou superiores aos da religião”.

Mas ela nunca disse isso”, diz Olavo. É verdade. Mas Dworkin também não. Dworkin nunca disse isso, muito menos atribuiu a afirmação à Suprema Corte.

Se o pensamento de Dworkin com relação à unidade do valor é correto ou não, não vem ao caso. Concorde-se com o argumento ou não, o fato é que, curiosamente, como o próprio título indica, o livro escolhido por Olavo nãose trata de uma das obras jurídicas de Dworkin. E, curiosamente, Olavo diz — sem explicar a razão — que a escolha por um livro que não trata sobre o Direito foi “de propósito”.

Parece-nos estranho, uma vez que a “aula” aborda justamente a (suposta) influência do pensamento jurídico de Dworkin sobre o STF no (suposto) projeto marxista de tomada do poder por meio do ativismo judicial. Não faria mais sentido que se enfrentasse diretamente a Teoria do Direito de Dworkin?

Aos 30 minutos de vídeo, Olavo finalmente propõe-se a fazê-lo.

3. Teoria do Direito: o que Dworkin diz (e o que Dworkin não diz)
Em sua “aula” sobre a teoria jurídica de Dworkin, Olavo, paradoxalmente, reserva apenas o terço final à teoria jurídica de Dworkin.

Olavo diz que, para Dworkin, “a função fundamental do juiz não é aplicar a lei, mas interpretá-la”. Com expressão de deboche, Olavo diz que “um texto só requer interpretação se ele não tem um sentido óbvio imediato”. Para ele, quando a lei não é “ambígua” ou “obscura”, só aí o juiz teria de interpretar.

Dizer que a tarefa fundamental do juiz passa pela interpretação do Direito é, segundo Olavo, o mesmo que dizer que “não existe lei, só existe a cabeça do juiz”. E é esse, para Olavo, “o ponto central da filosofia do Dworkin”.

Olavo, nesse sentido, sustenta as mesmas teses do positivismo exegético do século XIX e as mesmas cisões ultrapassadas entre texto e norma, questão de fato e questão de direito. Interpretar é aplicar; não há uma cisão entre interpretação e aplicação. A tradição de separar/cindir os momentos interpretativos em subtilitas intelligendi, subtilitas explicandi e subtilitas applicandi (conheço, depois interpreto, e só então aplico) insiste em um grau zero de sentido que não existe.

É o que parece fazer Olavo, que diz que, “se tudo requer interpretação, nada tem sentido em si mesmo”; e, se for assim, “você pode entender o que quiser”. É por essa razão que, sobre Dworkin, Olavo diz o seguinte:

Não sei em que sentido Foucault e Derrida influenciaram esse cara, mas parece a mesma coisa”.

Como nosso chanceler vê em Wittgenstein um pós-moderno avant la lettre, Olavo vê em Dworkin um desconstrucionista. Isso já é demais. Nada poderia ser mais falso (para não dizer absurdo).

O desconstrucionismo nega a possibilidade de atribuição de um sentido último verificável em um texto, partindo da ideia de que nenhuma interpretação pode aspirar ao privilégio de ser verdadeira. Dworkin diz exatamente o contrário.

Ou seja, isso pode ser tudo, menos Dworkin. Se há algo que perpassa todasua obra, todos seus escritos, é precisamente a ideia de objetividade e verdade na interpretação; a ideia de uma resposta correta (é possível ver aqui e aqui, e em qualquer índice sistemático de qualquer um de seus livros). Mais: autores do CLS, escola jurídica crítica norte-americana — essa, sim, influenciada por Foucault e Derrida —, foram adversários ferrenhos da teoria dworkiniana.

Olavo vai além. Para ele, a “suprema sacanagem” é a seguinte:

“Existe uma velha briga entre os adeptos do direito natural e os adeptos do positivismo jurídico. Os adeptos do direito natural acreditam que existem normas objetivas de moralidade, e que o juiz deve interpretar as leis de acordo com essa moralidade estabelecida. Ele não pode aplicar, vamos dizer, ‘mecanicamente’, uma lei que viole a consciência das pessoas. Mas, para o positivista jurídico, só existe aquilo que está na lei escrita. E o Dworkin toma o partido da lei natural. Do direito natural. E ele diz o seguinte: ‘Acima da lei existem os princípios, e tudo deve ser interpretado de acordo com os princípios!’. E que princípios são esses? Para ele, são os princípios da sociedade laica moderna. O politicamente correto, o abortismo [sic], o feminismo, etc., etc., etc.”

Vamos lá.

Primeiro: a definição de Olavo sobre o jusnaturalismo é reducionista e estranha. O que significa dizer que o juiz “não pode aplicar, vamos dizer, ‘mecanicamente’, uma lei que viole a consciência das pessoas”? Mas isso ainda está longe de ser o maior problema.

Segundo: Olavo diz que, para o positivismo, “só existe aquilo que está na lei escrita”. Falso. Derivar de “direito positivo” a ideia de que o positivismo só reconhece a “lei escrita” é ignorar (i) que, desde Austin, no século XIX, o direito judiciário era considerado legítimo; (ii) que, desde Hart, o direito consuetudinário é direito válido e não pressupõe, necessariamente, o reconhecimento judicial para que seja considerado efetivamente jurídico; (iii) que há positivistas contemporâneos que reconhecem a validade jurídica de padrões outros que ultrapassam a “lei escrita”.

Terceiro: é verdade que há quem veja jusnaturalismo em Dworkin, mas essa é uma leitura heterodoxa. A mais absoluta maioria dos intérpretes e scholars entende que sua concepção, law as integrity, não é jusnaturalista.

Quarto: ao início de sua obra, Dworkin fazia uma distinção estrutural entre regras e princípios. Contudo, (i) isso não está em Law’s Empire, mas em Taking Rights Seriously; (ii) Dworkin nunca disse que, “acima da lei, existem os princípios”; os princípios seriam padrões que, ao lado das regras, compõem um sistema jurídico. Finalmente, (iii) a distinção regras/princípios, em dois sistemas, é abandonada pelo próprio Dworkin, em uma visão já antecipada em Justice em Robes e articulada mais claramente em Justice for Hedgehogs.

Quinto: coisas como “abortismo” e “politicamente correto” ficam por conta de Olavo de Carvalho. Dworkin, é verdade, aborda a questão do aborto em Life’s Dominion, mas em nenhum momento afirma que os princípios de moralidade política de determinada comunidade pressupõem, necessariamente, essa concepção interpretativa de direitos individuais. Com relação ao “politicamente correto”, é possível dizer que Dworkin foi, em vida, um dos mais ferrenhos defensores da liberdade de expressão em seu sentido mais abrangente.

4. Considerações finais
A “aula” de Olavo de Carvalho parte de dois truísmos: (i) a esquerda quer tomar o poder por meio do ativismo judicial no STF e (ii) Ronald Dworkin é o teórico que dá sustentação aos ministros do Supremo. Olavo, contudo, não esclarece os fundamentos de sua alegação principal, ignora que o ativismo judicial não é necessariamente de esquerda, nem diz de onde tirou a ideia de que Dworkin é o “guru do STF”.

Para além disso, é possível dividir a aula em três terços.

Carvalho passa o primeiro terço de sua aula falando sobre como derrotou o “gramscismo” da esquerda brasileira. No segundo, fala sobre Religion without God, um livro no qual Dworkin não aborda diretamente seu pensamento jurídico; em meio a isso, recorta parágrafos da obra de forma a atribuir ao autor argumentos que não estão lá.

No terceiro e último terço, o único a tocar no assunto principal da aula — curiosamente, o trecho mais curto (e mais recheado de problemas) —, Olavo de Carvalho comete uma série de equívocos. Apresenta uma visão bastante atrasada acerca da interpretação; demonstra não compreender bem os conceitos de jusnaturalismo e positivismo jurídico; parece não ter lido as considerações de Dworkin sobre os princípios jurídicos e o devido ajuste institucional que sua aplicação exige; e, last but not least, atribui a Dworkin o rótulo de desconstrucionista, uma ideia tão equivocada que chega a ser difícil decidir por onde começar a articular quão absurda ela é.

Subscrever à concepção de Dworkin é tão legítimo quanto rejeitá-la, desde que seja pelo que ela realmente é, e pelas características que tanto ela quanto seu contexto realmente apresentam.

Olavo de Carvalho errou em todas. Se quisesse acertar, deveria ter criticado o realismo jurídico — esse, sim, uma praga para o Direito. Mas Olavo — que, aliás, está no berço do realismo — atirou no padre e errou também a igreja.

E, pior, esqueceram de avisar a Olavo que Dworkin é um inimigo do realismo jurídico. Bingo!


[1] DWORKIN, Ronald. Religion without God. Boston: Harvard University Press, 2013, p. 25.

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

25 Comentários

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  1. curioso é que a direita

    curioso é que a direita inventa inimigo, diz que o stf é de esquerda e o stf deu um golpe de direita.e assim por diante, escolha o assunto que quiser, eles invertem tudo e cuklpam alguém de um crime que praticam em seguida, indepentenmente da qualidade intelectual de suas irracionalidades infames….

  2. curioso é que a direita

    curioso é que a direita inventa inimigo, diz que o stf é de esquerda e o stf deu um golpe de direita.e assim por diante, escolha o assunto que quiser, eles invertem tudo e cuklpam alguém de um crime que praticam em seguida, independentemente da qualidade intelectual de suas irracionalidades infames….(comentário com correção)

  3. A que ponto nós chegamos:

    A que ponto nós chegamos: discutir Olavo de Carvalho.

    Acho que o wilson ferreira tem que ser mais lido e mais entendido.
    Tamos levando uma sova comunicacional e comportamental.
    Tamos sendo levado ao campo deles, obedecendo às regras deles e organizando nosso tempo em função do tempo deles.

    Tínhamos que esquecer tudo isso – não há nenhum mal que não possa ser consertado – e nos concentrarmos  em criar e desenvolver uma puta rede cidadã digital de comunicação.

    Tínhamos que operacionalizar financiamentos coletivos para ações sociais de vulto, e não venham os esquerdistas analógicos dizer que é função do estado.

    Até bancos temos condições de criar, eliminando esse intermediário do demônios que é o setor financeiro.

    Tem gente, incipientemente, discutindo essas coisas.

    Quando ficarmos pra trás, vamos levar outro susto.

    1. Exatamente!

      Estamos deixando os adversários nos puxarem pelo kimono pra dentro do tatame deles. Prof. Winson e o DE, de Dr. Romullos e Cia, parecem ser os únicos que estão vendo através da cortina de fumaça. Aliás, há uma teoria de que haveria uma colaboração deliberada da chamada “GLOBOsfera” (ou mídia “pseudo-esquerda”) com a guerra híbrida que estamos enfrentando, será?

  4. Streck e Morbach:A palavra

    Streck e Morbach:

    A palavra “principle” em ingles nao tem traducao como “principio moral” como esse cara ta pensando que tem.

    O “principio” legal /juridico eh estritamente operacional!

    Quanto aa aplicacao de lei “cegamente”, eh impossivel que Dworkins tivesse jamais pensado ou dito o que Olavo diz pela simples razao que se voce dirigir bebado eh certeza absoluta que voce vai ser preso, pagar a multa, ter sua carteira suspensa por 5 anos:  para isso os PRINCIPIOS OPERACIONAIS JA EXISTEM.  A lei tem que ser cumprida, ponto final.

    Quanto aa “interpretacao”. Olavo mente tambem.  A “interpretacao” de Dworkin eh sobre os DADOS, nao sobre a lei, fato que pode ser aprendido em menos de 4 minutos de consulta ao wikipedia.  Isso eh, voce joga o processo no lixo se o cara com 5 ou 6 de nivel alcoholico no bafometro eh cuspidor de fogo em um circo e nunca esteve nem perto de bebado apezar do bafo- um caso real, por sinal.

  5. Agora vão tentar distorcer o
    Agora vão tentar distorcer o Olavo através de textões! Mas já é tarde, cara pálida, ele já tem sua legião! E eu sou um legionário. Ao contrário dos petistas, não sou cego, penso e crítico algumas coisas dele… Afinal, “unanimidade é burra”! Mas, no geral, o Olavo é uma sumidade que pensa por si só. Não foi doutrinado como as “Chauís” e os “Karnais” de vocês!

    1. Sua opiniao nao interessa:

      Ele errou ou nao errou a respeito do significado da palavra “principle”?

      Ele mentiu ou nao mentiu sobre o que Dworkins falou?

       

    2. Discordo totalmente de você, mas apoio sua manifestação

      Desconhecendo o pensamento das dezenas de milhões de pessoas que apoiaram Bolsonaro e Trump, houve a supresa de serem eleitos (quem um ano antes da eleição disse que ganhariam?). 

      Então, é bom saber como que é o pensamento de pessosas ideologicamente bem diferente de mim (ou do pensamento politico de esquerda deste blog).

    3. Textão…

      Esse é um bom exemplo de comentario de um olavete. Chamar o artigo de Streck e Morbach, que analisa uma “aula” de Olavo de Carvalho, em “textão” (parece que qualquer coisa que não caiba naquelas linhas do twitter para o brasileiro é agora o  famigerado textão) é sinal de que realmente o Brasil merece bolsonaro e sua eleição feita por imagens manipuladas e textinhos de whastapp. 

  6. Olavo quer apenas ganhar dinheiro dos trouxas.

    ELe é apenas um egocêntrico, narcisista,  inculto com ódio da cultura e dos intelectuais. A frase que o define é:

    “Não sei não quero saber e tenho raiva de quem sabe”

  7. Discutir as desnecessidades

    Discutir as desnecessidades ovalescas ou assistir ao cão latir no meio da rua, nenhuma diferença.

    Achar que o olavo possa dizer algo que sirva de fundamento eou argumento, em si, nada acrescenta ao negocismo do tal (in)sujeito.

    Aliás, esses ditos de hoje incorrem no paradoxo de serem contra o globalismo e, ao mesmo tempo, quererem passar nos cobres as estatais para os estrangeiros (sem importar local eou língua).

    Então, olavos, olavetes, olavetinhos e outros descambos são apenas frutos envenenados pela mesmíssima ignorância e má-fé.

    Haja saco este país de merrecas.

  8. Alguém

    Alguém pode imaginar o Tofoli pensando  em Foucault Derrida ou Dworkin? Entre os três e o “ctrl C” e crtl V” o OLavo  pode apostar que c rtl C ganha. Assim, não precisa perder tempo e  gastar os dois neuronios que ainda lhe restam. Entre a Biblia e o Capital, os juízes ficam com o Diário Oficial!!!

  9. Chamar esse senhor de
    Chamar esse senhor de controverso é um eufemismo. Quem já disse, entre outras asneiras monumentais, que a física Newtoniana é uma fraude não deve ser classificado como controverso, ele é um especialista em sofismas de auto-promoção.

  10. Parabéns pela paciência

    Em situações normais Olavo de Carvalho mereceria apenas ser ignorado, mas como ele tem milhares (talvez milhões) de discípulos/seguidores, é preciso mostrar sua demência intelectual e desmontar, ponto a ponto, seu intelectualismo de hospício.

    O problema é que, como ele, pensa os bolsonaros, o cahnceler trja-preta e ministro da educação doidivanas, além de um monte gente colocada no governo, que tem poder (pelo menos formal) para nos levar ao caos.

    Fundamentalismo petencostal, globalismo, marxismo cultural, geocentrismo, contestação de Darwin e Einstein, socialismo da era petista, grancismo, gaysismo etc etc. Este governo (e boa parte da sociedade brasileira) virou um hospício.

    Não sei se funcionará, mas é obrigação de intelectuais, cientistas e pessoas de bom senso desmontar estes delírios.

  11. Custa-me crer
     

    que um jurista de renome, professor universitário, culto e conceituado não tenha percebido que o problema do Olavo de Carvalho é a impossibilidade de raciocinar com lógica.

    É uma habilidade que ele não tem,  e se tem, não desenvolveu.

    Essa coisa aqui, que o Olavo acha que tem e que seus seguidores confiam:

    “Raciocínio lógico é um processo de estruturação do pensamento de acordo com as normas da lógica que permite chegar a uma determinada conclusão ou resolver um problema.

    Um raciocínio lógico requer consciência e capacidade de organização do pensamento. Existem diferentes tipos de raciocínio lógico, como o dedutivo, indutivo e abdução. No entanto, também pode ser aplicado na área da dialética.

    Frequentemente, o raciocínio lógico é usado para fazer inferências, sendo que começa com uma afirmação ou proposição inicial, seguido de uma afirmação intermediária e uma conclusão. Assim, ele também é uma ferramenta analítica e sequencial para justificar, analisar, argumentar ou confirmar alguns raciocínios. É fundamentado em dados que podem ser comprovados, e por isso é preciso e exato.

    É possível resolver problemas usando o raciocínio lógico. No entanto, ele não pode ser ensinado diretamente, mas pode ser desenvolvido através da resolução de exercícios lógicos que contribuem para a evolução de algumas habilidades mentais.”

    https://www.significados.com.br/raciocinio-logico/

    Olavo não aprende, mas quer ensinar.

    Ele entende as coisas como pode e ensina como quer.

    Como ele tem suficiente arrogância para se admitir sábio, ele convence os seus seguidores, igualmente ignorantes e impressionáveis.

    Para uma pessoa como ele, aprender dói, porque ela tem que primeiro admitir que não sabe.

    E isso ele jamais o fará.

    Poucos de nós temos a humildade de admitir a própria ignorância, mas de que outro modo se adquire conhecimento consistente?

       

  12. Atualizei minha definição do Olavo

    Achava que ele era um conservador, moralista de direita e cheio de sofisma, bem como seus seguidores.

    Mas, vendo ele se manifestar em assuntos que tem pouco conhecimento, interpretar e analisar erroneamente, e criticar equivocadamente grandes intelectuais.

    Me pareçe, agora, que ele e seus milhões de seguidores são egocentricos que estão revoltados com as pessoas que sabem mais que eles em vários assuntos. E, então, tentam mostrar que sabem mais que inúmeros pensadores (mas, que tem várias falhas graves, e assim só convencem seus seguidores); com conclusões que são na maioria das vezes (não conheço olavo suficiente pra dizer que é sempre) de acordo com sua linha ideológica.

    Eu desejo ganhar na loteria, descobrir algo revolucionário, ter um Nobel, Oscar, Pulitzer, etc (como milhões de pessoas também). Mas, sem nada concreto, fico só no desejo/fantasia.

  13. “É difícil defini-lo”

    Não é não. Ele é um guru, líder de seita. Ele é um rasputin redivivo na corte da política brasileira, um charlatão, pilantra e 171. 

    Ele fala pro seu público de seguidores imbecis, tanto imbecis propriamente ditos, quanto imbecilizados por radicalização política fanática Há uma intenção política nessa “aula” de fiofósofia aos seguidores, a de mobilizá-los para um propósito.

    Não é uma “aula”, é uma pregação e uma apresentação de proposta de ação política. Essa “desconstrução” que faz — ou “refutação”, para usar um termo que olavetes extasiam em repetir — é de um fictício Dworkin, para chegar a uma conclusão pré-estabelecida. Ele e seus seguidores fazem isso com inúmeros pensadores fictícios, como fez o chanceler com um fictício Wittgenstein. Os dois sabem que seus seguidores jamais vão ler Dworkin ou Wittgenstein, sobretudo depois dos “mestres” dizerem “não gosto de Wittgenstein”, ou “o desprezo que sinto pelo Ronald Dworkin é ilimitado”; mas se por acaso seus seguidores forem ler, não há problema, não entenderão, pois os dois “mestres” também não entenderam, se é que leram sequer os autores que comentam.

    Estão cagando e andando pra qualquer rigor de pensamento e contato com a realidade. Eles querem gerar uma fantasia ideológica para acalentar a alma, dar uma esperança aos desejos e confortar frustrações de legiões de imbecis e imbecilizados. Com seguidores “fidelizados”, estão garantidas as vendas de livros e inscrições em cursos. Se os caras pagam o dízimo, pra que se preocupar com a compreensão dos fiéis?

    O supremo exemplo disso é o astrólogo que, confessamente dito, não concluiu a quarta série ginasial de seu tempo. Nunca foi submetido ao estudo disciplinar da Física, em sua fase escolar; não abriu o mais básico compêndio da matéria, o que demonstra publicamente, expondo seu desconhecimento do elementar princípio da inércia, de uma propriedade fundamental da matéria. Também não esteve ao seu alcance fundamentos elementares de análise matemática, noções de limites e derivadas, de diferenciais e integrais, de cálculo vetorial… Mas nada disso, da sua ignorância completa de Física e Matemática, nada é impeditivo para ele discorrer sobre a Física de Newton, Einstein e Niels Bohr e chamá-los todos de charlatões, atributo que ele confere também para toda Ciência, nos seus mais diversos campos, como uma grande conspiração maçônica-globalista do marxismo cultural.

    Pra entender o sucesso do astrólogo, é preciso compreender como funciona a cabeça duma olavete. O melhor modelo pra entender é de um pen-drive, algo que se pluga pra receber uma carga de informação. Mas essa informação tem de ser alguma coisa que dá conforto, senão ela não será retida, logo se apagará, ao contrário daquilo que comprove certezas e preconceitos arraigados, faça defesa e justificativas aos mais mesquinhos interesses e desejos da olavete. Uma olavete é programada para se ver vaidosamente com discernimento e capacidade intelectual, acima dos não iniciados da seita; ela jamais teria capacidade para ler obras clássicas, por issso fica encantada, quando alguém, com o mais raso senso comum, vem explicar a obra daquele autor que lhe é incompreensível; entra em êxtase quando o seu guru “refuta” um pensador hermético. Ela entende a linguagem tatibitate de senso comum do “mestre” e o vê “refutando” uma ficção apresentada, por exemplo, como Kant, Hegel, ou qualquer outro da modernidade; ela pensa que com isto entendeu o pensamento do “refutado” e está também pronta para igualmente “refutá-los”, então se acha com capacidade para o debate filosófico, superior a de Kant, Hegel, …

  14. Olavo tem razão

    É má-fé dizer que o Olavo falou que a esquerda quer tomar o poder por meio do STF. Ele mencionou, com razão, que a esquerda criou meios intermináveis de tomar e manter o seu poder, sendo um deles o ativismo judicial através do STF, o que é evidente. (2’15” da Aula 432 do COF).

    Dou um exemplo: a esquerda sabe que não aprovaria o casamento homossexual no parlamento. Qual foi a sua estratégia? Mudar a Constituição através de decisão do STF.

    Estão agora tentando fazer o mesmo com o aborto, já tendo conseguido decisão favorável do Ministro Barroso, que é progressista e um seguidor do Dworkin.

  15. Tentarei fazer uma análise sincera sobre alguns pontos que discordo desse artigo.
    Primeiro: Olavo não disse que a Corte decidiu com base em Dworkin, ele na verdade esclarece que a decisão da Corte americana é anterior ao Livro que estava lendo. Seguindo o mesmo tema, Olavo diz que enquanto a Corte agiu por abstenção (não tenho o direito de intervir na consciência individual), Dworkin dá outra interpretação (ela que o autor colocou como relevante à corte, estava explicando visão de Olavo sobre a opinião do Filósofo Jurista americano, na frase “ela afirma que há valores iguais ou superiores aos da religião”).
    Segundo: tratando agora sobre o tema 3 abordado, foi abordado uma introdução e 5 pontos supostamente incoerentes, que tentarei verificar. 1º e 2º tratam da definição mega resumida de jusnaturalismo e juspositivismo que o Olavo de Carvalho deu e que o autor do livro tentar refutar, mas sinceramente acho que não era o objetivo se aprofundar no tema, simplesmente explicar o conflito inicial das duas correntes; 3º: não sei e não vou comentar. 4º: Dworkin coloca os princípios entre os valores e a Lei, devendo as leis serem balizadas pelos princípios, mas sinceramente não acho que seja honesto imputar a ele a ideia de que as Leis estão abaixo dos princípios, apesar de assim se dar na prática desse pensamento, nesse caso acredito que o artigo tenha levantado um ponto relevante; 5º: o escritor decidiu pegar a opinião do Olavo (se os princípios e valores balizam as Leis e a interpretação dos juízes, então seremos baseados por uma moralidade moderna, como já ocorre no que o Barroso chama de interpretação evolutiva) e, com essa opinião, dizer que isso não tá escrito no livro… realmente não está, pq claramente foi a interpretação dada pelo Olavo.
    Por fim, em algum momento do artigo o autor decidiu dizer que o Olavo classificou Dworkin como aderente do desconstrucionismo, com base em uma frase em que Olavo diz que Dworkin lembra vagamente aqueles autores, já que, “se tudo deve ser interpretado, então se pode chegar a qualquer lugar” lembra a ideia que “nenhuma interpretação pode aspirar ser verdadeira”. Claramente foi uma crítica desonesta, que buscou de maneira superficial declarar o Olavo errado, mas sinceramente não rebateu nada, mas há sim um sentido a ser criticado, que é: como você pode dizer tudo isso de um cara que buscava em suas obras estabelecer a ideia de interpretação verdadeira? não teria sido a interpretação do Olavo exagerada ou Dworkin no fim se tornou incoerente? Ou seja, as reflexões que realmente poderia ter sido combatidas não foram e as críticas do artigo, com todo o respeito do mundo ao autor, se basearam em interpretações erradas do vídeo por vontade de achar erros e críticas superficiais que, essas sim, poderiam ter sido aprofundadas e trazido um verdadeiro debate.
    É legal destacar que Dworkin fez parte de um momento importante da história jurídica do EUA por exatamente tecer críticas profundas e relevantes, além de tentar realmente discutir e criar um ambiente de progresso intelectual, algo que precisa ser feito no Brasil, afinal, acho que nem a esquerda nem a direita está satisfeita com a amplitude de poder que tem o supremo e os juízes atualmente, mas precisa ser uma discussão justa, não baseada em “ele não disse isso no livro”.

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