ONU deixa governo brasileiro de fora da cúpula do clima

Enquanto proposições do país são consideradas “muito insuficientes” por cientistas, governo de Jair Bolsonaro tenta contornar fiasco diplomático

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Foto: Reprodução

Jornal GGN – O presidente Jair Bolsonaro não integra a lista de autoridades que vão integrar a cúpula do clima, que será realizada pela ONU (Organização das Nações Unidas) neste sábado, enquanto os cientistas da Climate Action Tracker apontam a situação dos compromissos ambientais do governo brasileiro como “muito insuficientes”.

Como explica o jornalista Jamil Chade em sua coluna no UOL, a exclusão é uma das piores derrotas diplomáticas de Bolsonaro desde o início de seu governo. O Itamaraty tenta uma solução para essa crise e ainda aposta na inclusão do Brasil no evento, enquanto o governo considera que a situação não é definitiva e que existe espaço para reversão.

O governo brasileiro enviou suas metas de emissões para o ano de 2060 e apresentou seus planos para a ONU, que considerou os objetivos abaixo do esperado do país e, entre os organizadores do evento, entendeu-se que as metas não eram suficientes para incluir o país entre os participantes da cúpula do clima.

A exclusão do Brasil foi confirmada pela porta-voz da ONU, Alessandra Velluci, durante coletiva de imprensa realizada na Suíça, ressaltando que os 77 chefes de Estado e de governo que tomarão a palavra serão “palestrantes”, assim como também falarão representantes do setor privado e da sociedade civil.

“A lista de países que falarão na Cúpula não significa que outros países não estejam agindo, ou não irão agir, no período que se avizinha. Haverá muitas oportunidades – e na verdade uma grande necessidade – para que tais países se apresentem com maior ambição e compromissos nacionais reforçados em 2021 antes da COP26”, completa o comunicado.

 

 

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Redação

3 Comentários

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  1. Mas claro que deixaram.
    Afinal, brasil deve estar sendo encarado como um país de chantagistas ao pedir compensação anual de 10 bilhões de dólares para  reduzir prazo para zerar as emissões de carbono, inicialmente previsto para 2060.
    Daqui a pouco vão agir assim em queimadas? No que mais?

  2. Esperavam o que do “energumenismo” desenterrado e dominante no BraZil???… Diria o filósofo: “nada é tão ruim que não possa piorar”… O caminho é longo e o estoque de pólvora, digo, vidas, ainda é muito grande. Quando acordarmos (se é que acordaremos um dia), não haverá nem sepulturas para os “mortos que ainda viverem nessa ex-terrabraZilis”

  3. Imagino a diversidade de criticas que os diversos palestrantes – chefes de estado – fazem ao governo brasileiro e em especial ao presidente Jair Bolsonaro. É um castigo diplomático inquestionável que constrange de uma forma mais vergonhosa do que humilhante. O Brasil sempre foi destaque mundial nas políticas de preservação adotadas em governos passados e, portanto, não vejo caber espaço para humilhação. Porém, a vergonha que o país está experimentando em função da justa decisão da ONU é realmente imperdoável e as supostas autoridades responsáveis por toda cadeia de preservação do meio ambiente devem responder administrativamente e com toda rigidez, por ter colocado o país e todos os órgãos nacionais que estão envolvidos neste tema, na condição de desinteressados, desrespeitosos e/ou irresponsáveis. O que depõe em nosso favor é o brilhante currículo e o fabuloso desempenho que o Brasil tem registrado na história, como exemplo de combate a degradação do meio ambiente, até o golpe de 2016.

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