Para a urubologa miriam

COMITÊ DE MONITORAMENTO DO SETOR ELÉTRICO – CMSE
Nota Informativa
7 de maio de 2014


 
O sistema elétrico apresenta-se estruturalmente equilibrado, com sobras, em termos de balanço energético, devido à capacidade de geração e transmissão instalada no país, que está sendo ampliada este ano com a entrada em operação de usinas, linhas e subestações em fase de conclusão, considerando-se tanto o critério probabilístico (riscos anuais de déficit), como as análises com as séries históricas de vazões, para o atendimento de uma carga prevista para 2014, da ordem de 67.000 MW médios de energia. Considerando o risco de déficit de 5%, conforme critério estabelecido pelo Conselho Nacional de Política Energética – CNPE, há uma sobra estrutural de cerca de 5.400 MW médios para atender a carga prevista, valor este atualizado com as datas de entrada em operação das usinas para os próximos meses.


Em termos de clima, o mês de abril encerrou com precipitações no entorno da média histórica, nas principais bacias hidrográficas do sistema. Nessas condições, as afluências verificadas em abril foram cerca de 82%, 39%, 129% e 104% da média histórica nas regiões Sudeste / Centro Oeste, Nordeste, Sul e Norte, respectivamente.


Considerando a configuração do sistema (parque gerador, rede de transmissão e carga) do Programa Mensal de Operação – PMO de Maio de 2014, e simulando-se o desempenho do sistema utilizando as 81 séries observadas no histórico[1], obtêm-se valores para o risco de qualquer déficit de energia iguais a 3,7% para a região Sudeste / Centro-Oeste e 0,0% para a região Nordeste [2].
 
 
Outras avaliações de desempenho do sistema, utilizando-se o valor esperado das previsões de afluências, assim como anos semelhantes de afluências obtidas do histórico, confirmam a garantia do suprimento no ano de 2014, uma vez que se dispõe atualmente de um parque de geração termelétrico significativo, que deve e vem sendo utilizado sempre que necessário, como complementação à geração hidrelétrica. 

O aspecto de equilíbrio estrutural do sistema elétrico também pode ser evidenciado quando se compara o desempenho da configuração atual do sistema (PMO de Maio de 2014) com aquela configuração anterior à decretação do racionamento de 2001/2002 (Maio de 2001). Neste caso, os riscos de déficit de energia foram obtidos utilizando a mesma métrica, i.e., a mesma versão do Programa NEWAVE (Versão 19, homologada pela ANEEL em novembro de 2013). 

A tabela abaixo apresenta os valores de risco de qualquer déficit de energia, simulando-se o desempenho do sistema por meio das 81 séries observadas no histórico [3].

 
 
 
 
 
 
Pode-se observar que, no caso da região Sudeste / Centro-Oeste, o risco de déficit em 2001 é mais de 6 vezes superior ao de 2014. Já no caso da região Nordeste, o risco de déficit em 2001 chega a ser mais de 23 vezes superior ao de 20143.
 
Análises prospectivas de desempenho do sistema, para o período 2015 a 2018, considerando térmicas despachadas na base nos anos de 2014 e 2015, e utilizando 2.000 séries sintéticas de afluências, apontam valores para o risco de qualquer déficit de energia nas regiões Sudeste / Centro-Oeste e Nordeste iguais a 4,0% e 0,4%, respectivamente, os quais estão dentro do critério de planejamento.
 
Portanto, embora as principais bacias hidrográficas onde se situam os reservatórios tenham enfrentado uma situação climática desfavorável no período úmido recém-encerrado, o Sistema Interligado Nacional dispõe das condições de equilíbrio estrutural necessárias para o abastecimento do país.
 
Este Comitê, de forma rotineira e dentro de sua competência legal, continuará monitorando, as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do país.
 
 
Ministério de Minas e Energia – MME
Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP
Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE
Empresa de Pesquisa Energética – EPE
Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS
Centro de Pesquisas de Energia Elétrica – CEPEL (convidado)

 


[1] Conforme recomendado no documento “Sumário Executivo do Programa Mensal de Operação – PMO de Março – Semana Operativa de 01/03/2014 a 07/03/2014, de 28/02/2014” e também utilizado como critério na elaboração do Planejamento Anual da Operação Energética – PEN.
 
[2]Simulando-se o desempenho do sistema por meio de 2.000 séries sintéticas de afluências1os valores para o risco de qualquer déficit de energia passam para 6,7% e 1,9%, para as regiões Sudeste / Centro-Oeste e Nordeste, respectivamente.
 
[3]Considerando, novamente, as 2.000 séries sintéticas de afluências1, os valores para o risco de qualquer déficit de energia são os seguintes: em maio de 2014, 6,7% no Sudeste e 1,9% no Nordeste; e em maio de 2001, 28,7% no Sudeste e 44,3% no Nordeste.
 
 

 

Redação

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