nem do sol a pino,
eu os declamei para meus companheiros de
infortúnio, assim como o bom Joaquim Cerveira
cantava seus sambas, pois fazíamos de tudo para
driblar o desespero e manter elevado nosso ânimo]
Eu tenho uma faca encostada na barriga,
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prisão e tendo de adotar uma linguagem cifrada,
a menos arriscada naquele momento]
escrevi lá por 1973, era a poesia que eu sempre
apresentava para os pequenos públicos
reunidos pelo Grupo Cacimba]
[inspirada pela canção “I Can Stand a Little
Rain”, do repertório de Joe Cocker, é outra
profissão-de-fé e declaração de intenções de
meados da década de 1970, que se revelou
otimista em excesso: a minha volta à
plenitude da luta demorou muitos anos mais]
* * *
[tributo aos companheiros secundaristas que, em abril/1969,
ingressaram comigo na Vanguarda Popular Revolucionária;
vale dizer que o Gilson Theodoro de Oliveira não era
bancário e sim funcionário da Companhia Siderúrgica
Nacional, do que só fiquei sabendo bem depois (todos nós
então dávamos pistas falsas acerca da nossa identidade,
residência, emprego, escola, etc., por motivos de segurança]
pouco fizeram adornavam-se com todos os louros e
os que muito fizeram eram relegados ao esquecimento]
anos, sem ter conseguido concretizar os grandes
objetivos da minha vida; logo depois, cairia
de novo na estrada]
de forças para uma nova ruptura]
construía uma nova vida; a criança aguardada,
minha doce Luana, já está com nove anos, e
agora tem a companhia da adorável Laurinha,
prestes a completar três anos]
[o ponto de chegada, um pouco pretensioso, mas é
Prometeu e, eventualmente, também a Trotsky]
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