Para que Estudar?

Quem leciona, vira e mexe topa com alunos que questionam o teor das aulas. “Para que aprender isso, se nunca vou usar?” é uma dessas máximas, em forma de pergunta, cujo enunciado contém a resposta. A meu ver, mal educada, estúpida e insensível ao ofício de quem leciona.

Essa indagação sempre me vem à memória, quando recebo notícias sobre cortes (e mais cortes) nas verbas da Educação.

A mais nova canetada do governo gastão, apoiado desde sempre pelos tucanos (que ele blinda), resultou em uma carta emitida pelo Conselho da Capes, veiculada ontem (primeiro de agosto de 2018 d.C.), em que o Senhor Abílio Baeta Neves declara que, caso sejam mantidos os cortes no orçamento, todas as bolsas de Mestrado e Doutorado, além de outros incentivos à pesquisa, serão suspensas a partir de agosto de 2019.

Você entendeu bem…

Neste momento, gostaria de retribuir a pergunta que parte dos alunos teima em fazer: “Ora, ora, se os estudos podem ser questionados, para que serve uma bolsa?”

É evidente que sou solidário aos pesquisadores, especialmente àqueles que dependem da bolsa para sobreviver, inclusive. A questão é que parte dentre nós habituou-se a não se mover, a não discutir política, a não se manifestar, pois tornou-se adepta do verbo “ser”: O mundo é assim. O Brasil é assim. O governo é assim.

Não, meus caros. Nem sempre este território esteve desta forma. Estamos no país da desfaçatez. Neocolônia serviçal dos Estados Unidos. República onde todas as bestas têm andado soltas, a reproduzir senso comum, destilar preconceitos e julgar apenas aquilo (e aqueles) que lhe convém.

Quem sabe até quando poderemos empregar o verbo “estar”, para nos referirmos ao “estágio” do Brasil?

Redação

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