Parece que o baixo desemprego é o problema

O professor Yoshiaki Nakano, da FGV São Paulo, em artigo publicado no Valor Econômico de hoje, 10 de junho, destaca a ameaça inflacionária como problema imediato, que requer solução urgente.

Diz o professor que o sistema capitalista enfrenta sérias dificuldades diante do chamado pleno emprego. Lembra que o sistema, segundo Marx, não sobriveveria sem um exércio industrial de reserva, ou seja, “trabalhadores desempregados prontos e dispostos a trabalhar” (faltou acrescentar a baixo custo).

Para Nakano, a taxa de desemprego no Brasil atingiu patamar que gera a elavação de salários acima da produtividade e tem puxado a taxa de inflação para o limite superior da meta, especialmente pela pressão no setor de serviços, que não sofre a concorrência externa. Ainda segundo ele, “não há alternativa para controle da inflação a não ser conter a demanda agregada e aumentar a taxa de desemprego para reequilibrar o mercado de trabalho”, mas “o governo dá sinais de que não aceita esse diagnóstico”.

Em outras palavras, o governo atual opta por políticas de emprego, o que gera renda e, daí, o consumo. Já nos anos 1990, sob os governos neoliberais de FHC, a taxa de desemprego era muito elevada. Muita gente sem renda e sem consumo. Interessante debate para 2014, embora improvável que neoliberais expressem publicamente sua visão.