Jornal GGN – Os partidos de oposição ao governo Bolsonaro, PT, PCdoB, PSOL, PCB, PSB e PDT, assinaram um manifesto em repúdio a determinação do presidente para que o Ministério da Defesa e as Forças Armadas comemorem o golpe de 1964.
“Iniciava-se [após o golpe] um regime autoritário que suprimiu liberdades e direitos civis e políticos, massacrou a oposição, perseguiu, sequestrou, torturou, matou e desapareceu com os corpos de militantes da resistência democrática”, pontuam os partidos em nota.
“Tal como hoje em que as liberdades democráticas estão sob ataque, o golpe militar contou com apoio da coalizão de todos os setores conservadores e reacionários do país”, completam.
O grupo destaca o papel dos Estados Unidos, em sua posição imperialista, além do apoio de lideranças políticas, empresariais, midiáticas e eclesiásticas que contribuíram na instalação do regime autoritário que durou 21 anos.
“Os partidos políticos abaixo signatários manifestam sua perplexidade com a desfaçatez com que o Presidente da República, Jair Bolsonaro, adota como chefe de Estado, ao arrepio da Constituição e da Lei, o discurso de louvação desse regime de exceção que marcou sua atuação como parlamentar e candidato. Repudiam a convocação pelo Presidente da República de atos de desagravo ao regime militar e aos piores algozes da democracia produzidos naquele período”, pontuam os partidos.
O grupo se manifestou ainda contra qualquer tentativa de “revisionismo histórico” que possam negligenciar a “verdade dos fatos”, construídos nos “anos de democracia que se sucederam ao regime de exceção”, apontando o relatório da Comissão Nacional da Verdade, concluído em 2014, como o ápice dessa conquista.
“Assim, os partidos políticos que se expressam nessa nota apoiam os questionamentos formais feitos desses atos do novo Governo pelo Ministério Público Federal, no âmbito do Congresso Nacional e pela sociedade civil brasileira”, completam.
O grupo segue afirmando que está associado ao atos de convocação em todo o país em defesa do Estado Democrático de Direito, Direitos Humanos e Direito à Memória, Verdade e Justiça. Atos que “se irmanam às vítimas da ditadura, suas famílias e entidades representativas, na denúncia de seu sofrimento e na sua luta por reparação”.
Os partidos concluem destacando que a luta continua contra “os retrocessos sociais, econômicos e culturais”, que voltam a se impor sobre a população brasileira, pontuando que o cenário é semelhante à 1964 quando, e também, a soberania do país foi preterida.
A seguir, leia a nota completa.
Um dia, 21 anos de Ditadura Militar
No dia 1º. de abril de 1964, tropas amotinadas do Exército Brasileiro depõem o presidente constitucional e democraticamente eleito do Brasil, João Goulart. O cargo presidencial foi declarado vago pelo Congresso Nacional ainda em presença do legítimo presidente em território Nacional.
Iniciava-se um regime autoritário que suprimiu liberdades e direitos civis e políticos, massacrou a oposição, perseguiu, sequestrou, torturou, matou e desapareceu com os corpos de militantes da resistência democrática.
Tal como hoje em que as liberdades democráticas estão sob ataque, o golpe militar contou com apoio da coalizão de todos os setores conservadores e reacionários do país.
Soube-se, anos depois, do papel absolutamente decisivo do imperialismo estadunidense, de lideranças políticas, empresariais, midiáticas e eclesiásticas que concorreram para que os setores militares que tomaram a frente do novo regime chegassem a essa intervenção militar que durou mais de 21 anos de autoritarismo.
Os partidos políticos abaixo signatários manifestam sua perplexidade com a desfaçatez com que o Presidente da República, Jair Bolsonaro, adota como chefe de Estado, ao arrepio da Constituição e da Lei, o discurso de louvação desse regime de exceção que marcou sua atuação como parlamentar e candidato. Repudiam a convocação pelo Presidente da República de atos de desagravo ao regime militar e aos piores algozes da democracia produzidos naquele período.
Não aceitam que qualquer instituição da República promovam o revisionismo histórico e negligenciem a verdade dos fatos que a sociedade brasileira pacientemente veio construindo nos anos de democracia que se sucederam ao regime de exceção, cujo ápice se encontra no relatório da Comissão Nacional da Verdade que concluiu seus trabalhos em 2014.
Assim, os partidos políticos que se expressam nessa nota apoiam os questionamentos formais feitos desses atos do novo Governo pelo Ministério Público Federal, no âmbito do Congresso Nacional e pela sociedade civil brasileira. Se associam aos atos convocados em todo o país pela democracia, pelo Estado Democrático de Direito, pelos Direitos Humanos e pelo Direito à Memória, à Verdade e a Justiça. Se irmanam às vítimas da ditadura, suas famílias e entidades representativas, na denúncia de seu sofrimento e na sua luta por reparação.
E reafirmam seu compromisso de continuar lutando contra os retrocessos sociais, econômicos e culturais que vêm sendo impostos ao povo brasileiro e à soberania da Nação por este novo Governo, cujas condições de governar vão desabando perante a população por desatinos e provocações como as que se anunciam para o 31 de março e o 1º. de abril de 2019.
Memória, Verdade, Justiça!
Ditadura Nunca Mais
Democracia Já
Brasília, 30 de março de 2019.
Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT
Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB
Carlos Luppi, presidente nacional do PDT
Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB
Edmilson Costa, secretário-Geral nacional do PCB
Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL
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Tem um grupo de “empresários” que está pressionando pela destruição da previdência…..
São em sua maioria lojistas, literalmente, me espanta ninguém ter iniciado um boicote as lojas dessa turma……
Deveriam denuncia-los como inimigos dos trabalhadores e boicotar suas lojas, ou vamos ficar olhando essa turminha fazer o trabalho sujo em silêncio?