Paulo Silvino e as dinastias artísticas cariocas, por Luis Nassif

A morte do humorista Paulo Silvino chama atenção para um fenômeno tipicamente carioca: as dinastias artísticas que vieram do período das rádios e foram assimiladas pela TV Globo graças ao discernimento insuperável de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni.

Paulo Silvino era filho de Silvino Neto, humoristas que se celebrizou por paródias que fazia de políticos e dos vários tipos de velhos.

https://m.youtube.com/watch?v=uSPY-nQqQGw]

Sua mãe foi a pianista Naja Silvino, paulista, filha de coronel, da família Siqueira Campos. Naja foi professora de piano e pianista da noite carioca.

Talvez por influência da mãe, arriscou-se na bossa-nova, como crooner de um conjunto de alto nível, Com Eumir Deodato (acordeon), Durval Ferreira (guitarra) e Fernando Costa (bateria).

[video:https://m.youtube.com/watch?v=cRL9GHhl-5M

Eumir foi indicação da mãe. Com apenas 17 anos, já lecionava piano no Conservatório Mário Mascarenhas, o mesmo onde dona Naja ensinava.

Dono da gravadora Copacabana, Emilio Vitale decidiu gravar o conjunto, incumbindo o grande Altamiro Carrilho dos arranjos. O nome do LP foi dado pelo pai, Silvino Neto: “Nova geração em ritmo de samba”.

Uma das composições era uma parceria de Silvino com Orlandivo, compositor que fez relativo sucesso em fins dos anos 60. Havia composições de vários de futuros ídolos da MPB, como Nonato Buzar, Durval Ferreira, Maurício Einhorn.

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Luis Nassif

8 Comentários

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  1. Quando surgiu a nova idustria
    Quando surgiu a nova indústria da televisão absorveu muito da mão de obra, artística e técnica, da antiga poderosa rádio nacional. Enquanto rádio e TV conviveram muita gente trabalhou nas duas.

  2. Nassif: “isto é uma bichona”,

    Nassif: “isto é uma bichona”, diria Silvino, com sua verve inigualável, seu humor tão ao gosto popular, tão ao nosso gosto. Seus fãs estamos desolado. O “Cara, crachá,. cara, crachá” ficará em nossos corações, com o carinho e respeito que esse mestre do humor fez por merecer. E nos enlutamos com seus parentes por tão dolorosa perda.

    1. Daqui décadas, quem for rever

      Daqui décadas, quem for rever um programa como Tá No Ar provavelmente não rirá de quase nada, pois muitas píadas são feitas a partir de fatos pontuais, com personagens do momento. Agora o “isto é uma bichona!” fará rir os que sobreviverem a esse mundo louco. Acho que um dos maiores dons artísticos que alguém possa ter é o de fazer o outro rir até passar mal. Paulo Silvino é desse seleto grupo. Que vá em paz. 

      1. “Aí tem”!

        Joel: “Ai tem…”, diria Silvino, do seu comentário. Mas eu que senti seu pesar, que também é nosso, garanto que toda vez que se escrever a história do humor brasileiro ele se fará presente. E como disse você, que “descanse em Paz”.

  3. Eu sinto muito pela doença

    Eu sinto muito pela doença que Paulo Silvino teve que enfrentar, como sinto por qualquer um, pois perdi meu pai com câncer de estômago, e o vi morrer como Jesus na cruz, a cada dia um sofrimento mais intenso até o último suspiro. Ele morreu sem podr comer nada há dias. Então, só por essa cruz tão pesada a gente se condoi.

    Mas Paulo Silvino é daqueles empregados da Globo que se tornam imortais. É a Globo quem deve a ele, e não o contrário, afinal foram décadas que esse artista tão completo, enchia os lares brasileiros nos dando só muita alegria com sua capacidade, sua inteligência, seus bordões, sua simpatia, que era natural, coisa do espírito de um ser alegre por natureza. 

    Vai deixar tristeza entre os amigos muito que fez na Terra, e muito mais, é claro à esposa e três filhos que ficaram. 

    Que Paulo Silvino descanse em paz, na PAZ DO SENHOR JESUS.

  4. dizem que testava seus bordões com os cinegrafistas…

    se riam, sinal de sucesso garantido, de que tinha tudo para cair no gosto popular

    grande perda! que descanse em paz

    sempre de bem com a vida e amigo de todos

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