Pi, pi, pi, quem quer vacina de febre amarela ? Em São Caetano do Sul, tem que implorar.

E nada de se praticando  uma regra republicana na entrega das senhas de vacinas,  e nada da prefeitura  de São Caetano do Sul-SP optar por cadastrar os interessados, tipo  agendamento pela internet,  nada do prefeito ou secretário de saúde preparar um simples cordão de fila a partir da porta do posto de saúde para se evitar uma bagunça e ou prevenir que os “amigos” sejam beneficiados pela suposta falta de planejamento.

Só pode dar merda. Certo ? Certo. Prefeito manda então GCM ter 3 viaturas (guarda municipal)  no local durante a noite até o dia nascer.

E o povão faz a fila, pateticamente, São Caetano do Sul com cara da Venezuela, referencia de 10 entre 9 tucanos. Conforme a expectativa, o primeiro da fila se apresenta ainda as 18 horas do dia anterior, e barracas são armadas, cadeiras, chega o vendedor de café e lanche, a fila vai se alongando pela calçada, mais de 500 pessoas enfileiradas às 3 horas da madrugada. Gente de todas idades, morador de perto e de longe, pais trouxeram  sua criança de colo,  idosos de muleta, a chuva ou garoa cai na cabeça,  estudantes, gente  ficou de pé durante até 7 horas,  sem banheiro, outros depois de cansados e sonolentos fizeram um cochilo na sarjetas da Av. Goiás etc. Uma paisagem típica  de ralé, de local subdesenvolvido,  mas uma situação hilária para “nobres servidores”.

Várias pessoas fizeram a previa contabilidade, e compartilharam o resultado. Assim, boa parte dos pacientes, sabendo onde, ou seja, em quem seria para terminar a senha # 200.  Pessoas em excesso ficaram na fila,  contando com desistências, ou já cientes que terá um lote extra de senhas ( repeat).

Deu  merda conforme a expectativa.  E a tirania de sempre travestida de incompetência. A culpa  foi  descarregada nas costas do povão que não sabe se organizar na fila.

Parte das 200 senhas, já tinha dono, posto que existia uma lista de nomes “sortudos”. O restante das senhas acabou no começo da fila, essas  foram entregues, pela funcionária do posto de Saúde, a um grupo pessoas que formaram muvuca ao redor dela sendo acompanhada por um GCM armado, que chegou as 6 horas.  O GCM disse ao pessoal , ele não ser funcionário do Posto de Saúde e sua missão ali é de proteger o próprio da Prefeitura.

A funcionária do posto de saúde,  então informou que ela  faria uma solicitação de lote de mais vacinas,  “tentaria” conseguir mais senhas para liberar, talvez mais 100 e pediu a um cidadão para preparar uma lista de nomes com base na seqüência da fila.

A segunda metade desse espetáculo:  A funcionária do posto de saúde não respeitou a lista, nem iria considerar  a ordem da chegada da pessoas, não seria relevante o comportamento respeitoso de cidadão.  A funcionária do Posto,  virou  a rainha da cocada. Para esse lote extra ela é soberana, decidindo arbitrariamente os merecedores da vacina. Ela pode ter avaliado fazer até aviãozinho das senhas. ou dizer a todos: Vocês sabem o porque eu sou gostosa ? é porque eu tenho o que vocês querem, eu tenho as senhas da vacina de febre amarela. Doença que só existe em país atrasado, com falta de higiene, onde os rios e córregos são poluídos pelo esgoto da cidade. Onde governante torra a maior parcela dos dinheiro de impostos coletados com a conta de juros a favor de  banqueiros e onde se faz a privatização, para estrangeiros, de serviços básicos de água da rede pública, onde a população tem vacinas e remédios  importados até de países que desejam a redução da população brasileira.

 E feito migalhas  que se distribui para galinhas,  assim como migalhas de dinheiro distribuído pelo dono do SBT no programa quem quer dinheiro, a funcionária do posto de saúde toca um  espetáculo de circo de baixaria. Escuta a reclamação, indiferente ao pessoal cansado das horas sem dormir na madrugada, gente implorando  pelo seu legitimo direito da senha da vacina, quem sabe imaginando a diferença entre vida e morte. A funcionária do Posto de Saúde informa que decidiu monocraticamente o critério para dar a senha.  O GCM repete isso para todos. Ela decide e para quem não concorda  ir embora é a alternativa,  ir pra casa e voltar outro dia. Ela então observa suplicas, humilhação,  duas , tres , quatro vezes e resolve ou não fazer as exceções, e redefinir a regra.  Um grupo  que não fazia parte da fila, diz para a funcionária que têm viagem internacional. Ela pergunta para onde. A resposta que se ouve: para a Amazônia, outro para o Pará.  Não, responde precisava ter ficado na fila de 200.  Outro alega ser idoso, ela responde além de ser idoso tem que ter cara de velho de 80 anos, depois uma aparência de 70, depois 60  com autorização do médico para ser vacinado, se o cara chora mais um pouco então ela entrega mesmo sem a  dita autorização.