Pobreza diminui no país, mas com desigualdade entre os estados

Os índices de pobreza recuaram no período de 1995 a 2008, mas de maneira não linear entre as regiões. A alegação consta de levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (IPEA), divulgado nesta terça-feira (12/7).  De acordo com o documento, as regiões com maior expansão econômica não foram necessariamente as que mais reduziram a pobreza e a desigualdade.

Mais de 12 milhões de pessoas saíram da condição de pobreza absoluta – faixa da população que possui rendimento de até meio salário mínimo mensal – no período de 1995 a 2008. De acordo com o Instituto, outros 13,1 milhões de brasileiros deixaram o patamar de pobreza extrema – com rendimento domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo mensal.  Respectivamente, esses índices recuaram de 43,4% para 28,8% e, de 20,9% para 10,5%, nesses treze anos.

O IPEA considera que há possibilidade de país superar a condição de pobreza extrema e reduzir a taxa de pobreza absoluta de forma significativa nos próximos anos. Com base em projeções dos percentuais observados, em 2016 o Brasil terá superado a miséria e diminuído a 4% a taxa nacional de pobreza absoluta. Para isso, no entanto, as assimetrias entre estados e regiões devem ser superadas. A título de exemplo, e estudo cita estado de Alagoas, que precisará diminuir anualmente em 4 pontos percentuais a taxa de pobreza extrema para que tenha superado a condição de miséria em 2016, enquanto Santa Catarina, com queda de apenas 0,9 pontos percentuais anuais, pode atingir esta situação.

De acordo com o documento, é necessário uma política nacional de desenvolvimento, que envolva as diferentes esferas governamentais às instituições da sociedade civil, para prover um novo padrão de crescimento e desenvolvimento, que não dissocie os  avanço econômico dos sociais.

Regiões

Na Região Sul, que concentra os maiores percentuais de redução, a taxa de pobreza absoluta caiu 47,1%, enquanto a de pobreza extrema caiu 59,6%. Já na Região Nordeste, esses a queda foi de  28,8% e 40,4%, respectivamente. No Sudeste, as taxas de pobreza absoluta e pobreza extrema caíram 34,8% 41,0%; no centro – Oeste, 12,7% e 33,7%; no Norte, 14,9% e 22,8%.

Segundo o Ipea, os estados que apresentaram a maiores reduções acumuladas nas taxas de pobreza absoluta foram Santa Catarina (61,4%), Paraná (52,2%) – que poderão superar a miséria já em 2012 – e Goiás (47,3%). Por outro lado, os estados com menor diminuição acumulada na taxa de pobreza absoluta foram: Amapá (12,0%), Distrito Federal (18,2%) e Alagoas (18,3%).

Entre 1995 e 2008, a região Centro-Oeste registrou o maior ritmo médio anual de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) per capita (5,3%) do País, embora tenha sido simultaneamente a região do Brasil com o pior desempenho em termos de redução média anual da taxa de pobreza absoluta (-0,9%) e a segunda na diminuição média anual da taxa de pobreza extrema (-2,3%). Neste critério somente perdeu para a região Norte (-1,1%).

A região Sul, que registrou o menor ritmo de expansão médio anual do PIB por habitante (2,3%) foi a região do País que registrou o melhor desempenho em termos de redução nas taxas de pobreza absoluta (-3,0%) e extrema (-3,7%) entre 1995 e 2008. No segundo plano aparecem as regiões Sudeste (2,3%) e Nordeste (2,0%), com maiores reduções nas taxas de pobreza absoluta e extrema.

Nesse mesmo sentido, percebe-se que Tocantins (9,2%), Distrito Federal (6,5%) e Maranhão (6,2%) foram os estados da federação com maior ritmo de expansão do PIB per capita.  Os estados com menor diminuição na taxa de pobreza absoluta foram: Amazonas (0,3%), Amapá (0,9%) e Rondônia (0,9%)

Redação

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