Crise do DEM, crise do regime político
22 de abril de 2011
A crise do DEM ganhou um novo capitulo nos últimos dias. Além da saída do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, o ex-governador do estado Jorge Bornhausen também pode deixar o DEM e migrar para o PSD, partido recém fundado por Gilberto Kassab.
Bornhausen foi acusado pelo deputado federal Ronaldo Caiado de ser um dos articuladores do plano que pretende levar parlamentares do DEM para o PSD. Segundo Caiado, Bornhausen estaria agindo junto com o governo federal para enfraquecer a oposição formada pelo PSDB e DEM e fortalecer a base de apoio a Dilma Rousseff.
A crise exposta pelas trocas de acusação entre Ronaldo Caiado e Jorge Borhausen revelou uma nova etapa na crise do DEM. Depois de perder a sua principal administração municipal, a prefeitura de São Paulo, o DEM está prestes a perder seu principal governo estadual, o do estado de Santa Catarina.
Santa Catarina foi nas últimas décadas uma das mais importantes bases do DEM, o próprio Bornhausen chegou a ser governador do estado durante a ditadura militar.
Neste sentido, debandada do grupo ligado a Bornhausen em Santa Catarina mostra a evolução da crise do DEM. A crise tem uma proporção tão grande que vários líderes do partido admitem se eles perderem esta administração estadual o DEM poderá chegar ao fim.
A falência do DEM deve ser compreendida com parte da crise da direita. A crise da direita, por sua vez, é parte da crise do conjunto do regime político.
A crise do DEM é o sintoma mais agudo da decomposição de todos os partidos do regime político. A direita representa hoje o principal contrapeso conservador ao governo do PT, atuando como um “disciplinador” que impede que algumas demagogias de esquerda do governo progridam.
Por isso, a falência deste setor é um sinal de uma nova etapa política.
O enfraquecimento da direita leva inevitavelmente a uma desestabilização do regime político, o que deve aprofundar as tendências de luta da classe operária brasileira.
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