Política: O Partido Golpista da Direita

O “PIG” a serviço da direita

Por que a grande imprensa forma um “Partido Golpista”
A expressão PIG, que ganhou fama por causa do jornalista Paulo Henrique Amorim, do site Conversa Afiada, resume bem a verdadeira função política dos grandes grupos de comunicação do País e, diga-se de passagem, a atividade destes órgãos sequer pode ser considerada de fato como jornalística

Demétrio Magnoli, Ricardo Noblat, Reinaldo Azevedo, Merval Pereira, Eliane Catenhede etc. A imprensa capitalista brasileira sempre foi conservadora, mas no último período tem chamado a atenção o recrudescimento do caráter manipulador dos grandes jornais, TV’s, emissoras de rádio e revistas semanais. Tendo como alvo os governos nacionalistas e, em particular, o governo petista, está em marcha uma verdadeira cruzada contra qualquer política de não alinhamento com o imperialismo e política minimamente progressista, mesmo que este antimperialismo  fique apenas na retórica.

Muito se falou, e corretamente, diga-se de passagem, que os monopólios capitalistas da comunicação eram o exato oposto da liberdade de expressão. A campanha unificada pela imprensa capitalista, no entanto, vai muito além disso.

A união da grande imprensa contra o governo petista reflete uma situação que vai além da concentração de grandes capitais nas mãos de um pequeno grupo de pessoas. Setores desta mesma imprensa, por exemplo, apoiaram o governo Lula, sobretudo quando este, em seu primeiro mandato, promoveu uma intensificação do ataque ao povo promovendo as reformas da previdência e universitária e dando passos no sentido de colocar os sindicatos sob controle quase total do Estado com a reforma sindical. Setores desta mesma imprensa apoiou a nomeação do ex-tucano Henrique Meireles para o Banco Central e quando este, nos primeiros meses de governo, aplicou uma política monetarista igual a praticada no governo FHC.

Neste sentido, o fato da imprensa estar monopolizada pelos capitalistas é incapaz de explicar o fenômeno. Ainda mais pelo fato do governo do PT não ter atacado os privilégios deste monopólio. O PT, ao contrário de Cristina Kirchner, sequer aplicou uma Lei  que regulamentou a imprensa. Nem mesmo medidas tímidas e inócuas como a do governo argentino foram aplicadas no Brasil.

A voz da direita

Se os partidos da direita regridem eleição após eleição é a imprensa que tem cumprido este papel.

Tem sido a imprensa a fazer propaganda da política conservadora. Esta campanha tem ganhado voz principalmente na suposta “luta anticorrupção” e na defesa da “moral pública”. Ou seja, tem sido por meio da imprensa capitalista que a direita, unificada em torno da derrota do governo do PT como meio de realização dos seus objetivos políticos, tem realizado sua campanha.

Não por acaso, tem sido traçado um paralelo entre a atuação da imprensa nos dias de hoje e as campanhas realizadas para desestabilizar os governos de Getúlio Vargas e João Goulart.

A própria relação criada entre a imprensa e a desestabilização do governo é, em si, algo golpista. Emissoras como a Rede Globo tem levado adiante uma campanha em defesa de mecanismos antidemocráticos para inviabilizarem que o governo possa exercer suas funções. Neste sentido, tem se apoiado ações do STF que, usurpando os demais poderes, atacam diretamente os direitos democráticos.

A imprensa, por exemplo, tem apoiado todos os ataques a imunidade parlamentar.

Por isso, tendo o PT como alvo mais aparente, a campanha da imprensa capitalista, na verdade, se dirige diretamente contra a luta da população e seus direitos.

Além disso, a política de que instituições não eleitas (STF, por exemplo) possam desestabilizar o governo eleito é algo de tipo golpista. Os marxistas, pelo contrário, sempre defenderam que apenas a classe trabalhadora e o povo explorado têm o direito de derrubar o governo. Do contrário, como é o caso brasileiro, a derrubada do governo pela direita levaria a um aumento dos ataques a classe operária.

Neste sentido, é preciso analisar melhor estes laços que unem a imprensa e traçar um pequeno paralelo histórico entre a situação atual e a conjuntura pré-golpe de 1964.

O Instituto Millenium

Em 1964, ficou conhecido a atuação do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipea) como um dos fomentadores do golpe de 1964. Assim como o Ipea, o Instituto Millenium, fundado no dia 1º de março de 2010 com a presença dos grandes proprietários dos monopólios da informação, também tem como um de seus pilares a luta contra o “avanço do comunismo”. E, assim como na década de 1960, a luta contra o comunismo passa pela oposição ferrenha e de caráter golpista contra o nacionalismo latinoamericano. Neste caso contra o “bolivarianismo” dos chavistas na Venezuela, os governos de Rafael Correa no Equador, Evo Morales na Bolívia, do PT no Brasil, entre outros.

Entre os apoiadores do Instituto estão personalidades da imprensa capitalista como Arnaldo Jabor, Pedro Bial, Merval Pereira, Eliane Cantanhêde, Diogo Mainardi, Lucia Hippolito, Willian Waack, José Nêumanne Pinto e tantos outros. Por trás da fachada de um “clube do pensamento liberal”, o instituto funciona de acordo com uma estrutura hierárquica comandada e financiada por grandes empresários. Entre seus maiores financiadores do grupo estão o grupo Gerdau (o mesmo que apoiou a candidatura do Psol para o governo do estado do Rio Grande do Sul, em 2010), o grupo Localiza, a companhia petrolífera norueguesa Statoil, o grupo Suzano.  

Inspiração

A inspiração do Millenium vem do Instituto Brasileiro de Ação democrática (Ibad), antecessor do Ipea. Fundado em 1959, ele foi criado por anticomunistas financiados pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) como o primeiro núcleo para coordenar as ações golpistas. Dois anos depois ele mudou de nome e, desde o seu início, serviu como central de difusão de informações, financiamento e de grupos sociais ligados à direita.

Assim como o Millenium, o Ibad e Ipeas, este último teve como seu principal dirigente o general Golbery do Couto e Silva, reunia jornalistas, intelectuais, políticos e empresários.

A serviço do imperialismo

Neste sentido, a classificação de “imprensa golpista” dada por muitos, principalmente por blogueiros de esquerda, é absolutamente correta. Na época de decadência do capitalismo (o imperialismo) a imprensa capitalista, na verdade, sequer poderia ser classificado como uma imprensa. Sequer poderia ser classificada como uma imprensa conservadora. O alinhamento da grande imprensa nacional com o imperialismo, inclusive, só pode ser explicado por questões econômicas.

A Globo, por exemplo, cresceu após a ditadura com base em um acordo ilegal com o grupo norte-americano Time Life.

E como política é economia concentrada, a imprensa capitalista está organizada para um determinado fim. Neste caso, para defender os interesses do imperialismo, que detêm o poder de pagar pelo monopólio da opinião.

Neste sentido, o monopólio da comunicação é o oposto da liberdade de expressão e por isso precisam ser combatidas como meio de defender os direitos democráticos da população e impedir a atividade golpista do imperialismo que vem crescendo na América Latina e em todo mundo.

http://www.pco.org.br/nacional/por-que-a-grande-imprensa-forma-um-partido-golpista/aipp,o.html

 

Redação

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